Notícias
Vídeos
Fórum
Assine
Uma categoria de automobilismo, com 50 anos de existência, renasce em São Paulo e serve de atrativo para mecânicos e pilotos de todas as idades
A comparação entre a tecnologia utilizada em competições automobilísticas e a dos carros de rua é um assunto constante na oficina da RSZ Motorsports. A partir desta edição, nós da Equipe RSZ teremos a oportunidade de trazer essas curiosidades para os leitores do Jornal Oficina Brasil, apresentando detalhes dos carros de categorias como Mercedes-Benz Challenge, Stock Car e até mesmo NASCAR e Indy Light, dentre outras.
Como assunto de estreia, escolhemos apresentar a vocês um Campeonato no qual estamos ingressando agora, sendo 2013 a nossa primeira temporada. É o Formula Vee, que existe em vários países e foi criando em 1962, nos EUA. No Brasil, chamava-se Formula Vê e foi lançado em 1967, com chassi monoposto e motorização Volkswagen Boxer 1200 do Fusca.
O “formulinha” era ágil, simples, barato e as corridas atraíram tanto iniciantes quanto os melhores pilotos da época, dentre eles Emerson Fittipaldi, Wilson Fittipaldi e José Carlos Pace. Emerson venceu o primeiro campeonato com seu “Fitti-Vê” e, curiosamente, a categoria serviu de incentivo para ele e vários outros pilotos iniciarem suas aventuras na Europa.
A atual Formula Vee ressurgiu em 2011 graças aos esforços do Eng. Roberto Zullino, do Joca e do Zurk, uma turma com muita experiência e que investiu no conceito “faça em sua própria oficina”, o mesmo dos anos 60, que permite participar das provas sem grandes investimentos e incentiva a capacitação da mão de obra. Para quem gosta de esoterismo, estamos entrando neste campeonato com o pé direito. Quando fomos comprar o nosso kit para construção do carro, tivemos o bom presságio de saber que o número do nosso chassi era 050, justamente no ano em que a categoria completa 50 anos. Nosso piloto será o Matheus Jacques, um kartista de 15 anos muito rápido e dedicado.
KIT DE CONSTRUÇÃOO kit é composto de um chassi de aço tubular 1020 trefilado sem costura, pedaleiras com regulagens, banco de fibra de vidro, tanque de combustível, assoalho de alumínio, haste de trambulador do câmbio, caixa de direção e suporte de cruzetas da Fiat, além das carenagens em fibra de vidro. Não existe um manual de montagem, apenas o regulamento técnico homologado pela Federação de Automobilismo de São Paulo, que detalha o que pode ou não ser feito no carro.
O motor é o Volkswagen 1600 refrigerado a ar, basicamente standard, com taxa livre, movido a etanol, injeção de combustível seguindo o mapa entregue pelo fabricante. Os cabeçotes são originais, podendo ser rebaixados para aumento da taxa de compressão. Já o virabrequim pode forjado e importado, o comando de válvulas é da marca Eagle, também importado, mantendo-se as medidas originais. Tem-se a opção de andar com ou sem ventoinha e utilizar um radiador de óleo externo. O motor deve render de 70 a 80 HP.
O câmbio é o Volkswagen original com ajustes para conter quebras, mas as relações são as de fábrica. O regulamento permite utilizar algumas relações de coroa e pinhão, como a 8:31, 8:33 e 8:35.
(INSERIR FOTO 05 F-Vee Motor Câmbio)
A suspensão dianteira é de Fusca ou Brasília com freio a disco e amortecedores originais retrabalhados, feixe de mola inferior inoperante e cambagem que pode variar entre 0,5 e 1,0 grau negativo.
(INSERIR FOTO 06 F-Vee Suspensão Dianteira)
A suspensão traseira é composta de amortecedores e molas da moto Honda Twister. Os freios são Volkswagen a disco, só que com burrinho duplo e válvulas limitadoras para as rodas traseiras. O peso do carro está em torno de 460kg.
O Formula Vee alcança perto de 180 km/h na reta principal do Autódromo de Interlagos.
Nas próximas edições, vocês irão acompanhar o passo a passo da montagem e iremos comparar as peças originais com as utilizadas no carro, avaliando o desempenho nas pistas de corridas. Quem quiser fazer perguntas ou dar sugestões, é só mandar um e-mail para no [email protected].
MECÂNICA DE ALTA PERFORMANCE
Não dá para pensar em mecânica separada de estudo e capacitação profissional. Na preparação de motores, então, nem se fala: A atualização tem que ser constante! Como já faz certo tempo que estudei Desenho Técnico Mecânico e a construção e preparação do F-Vee é meio artesanal, procurei o curso no SENAI para reciclar meus conhecimentos nesta matéria.
Os cursos do SENAI são muito bons e os professores são profissionais que atuam no mercado. Eu ainda tive a sorte do professor do meu curso, o Ricardo Ferreira, além de ser uma ótima pessoa, trabalhar justamente na confecção de cabeçotes de motores. Os colegas de sala também gostam muito de carros e a metodologia de ensino é fora de série.
A Formula Vee conta com o apoio da RIMA, única empresa no mundo a fabricar as carcaças VW originais em Alumínio e Magnésio fundidos. A RSZ já recebeu a sua e vamos mostrar a montagem na próxima edição.
Outra dica para quem gosta de alta performance é a feira “Performance Racing Industry – PRI”, que acontece anualmente em Orlando, EUA. Este ano, a PRI será de 29 de novembro a 1º de dezembro. A RSZ, por meio da nossa agência Race Travel, está levando um grupo de profissionais para acompanhar a feira. Quem quiser ir com a gente é só mandar um e-mail para [email protected]. Com certeza, vamos voltar de lá com muito assunto para escrever na próxima edição do “Oficina de Corrida”.