Na edição passada do jornal, vimos algumas definições dos fundamentos da física que tratam das vibrações e suas características, para melhor entendimento de como realizar um diagnóstico correto no veículo.
Nesta edição vamos estudar os passos necessários para que o diagnóstico seja o mais direcionado possível, possibilitando ao reparador definir exatamente onde está a causa do problema.
O primeiro passo é elaborar um formulário, que pode ter o formato mostrado nas figuras 1 e 2, dependendo das necessidades do reparador. Nessas figuras, vemos quais os dados essenciais para que o diagnóstico seja o mais direcionado possível. Tomamos como exemplo o diagnóstico visando uma reclamação de vibração num veiculo.
Figura 1 - Parte 1 do relatório
Figura 2 - Parte 2 do relatório
DiagnósticoFormulário para coleta e organização de informações para localizar a origem das vibrações. Figuras 1 e 2.
Observamos que nestas duas figuras, simbolizando um relatório de análise, as fontes a serem consideradas são:
1. ClienteA opinião objetiva do cliente é definitivamente influente para definir onde está o problema.
2. Consultor de serviço Interpreta as informações do cliente e solicita ao técnico para executar o diagnóstico. (Veja na figura 1 o item CONSULTOR DE SERVIÇO).
A. Relação do eixo na etiqueta de peças e Manual de reparações.
B. Informações sobre o tamanho do pneu.
3. TécnicoOrganiza as informações da Ordem de Serviço, executa os testes e medidas para localizar e reparar o problema.
O processo de 3 etapas, mostrado abaixo, ajudará na determinação da origem do problema e reparo do sintoma.
Etapa 1. Informações Computadas
Desenvolvimento das informações do instrumento de teste.
a. Freqüência do pneu a 5 km/h.
b. O eixo propulsor (cardan) é a freqüência da roda multiplicada pela relação numérica do eixo propulsor.
c. A freqüência do motor a 100 RPM é o valor 1,7 multiplicado pela metade do número de cilindros.
Etapa 2. Teste Instrumentado
Medidor de ressonância (Resonant Reed Tachometer). Figura 3.
NOTA: O fototacômetro é um dispositivo eletrônico que utiliza célula fotoelétrica para medir o tempo entre impulsos refletidos de uma fonte rotativa e os registra em rotações por minuto. Pode ser útil quando outras informações não estão disponíveis.
Figura 4 - Fototacômetro
Deve-se sempre que possível executar um teste instrumentado para se determinar a freqüência das vibrações. Uma vez conhecendo-se a freqüência, a origem das vibrações pode ser determinada.
Etapa 3. Ferramentas de MedidaPara se confirmar a origem das vibrações.
a. GONIOMETRO – Um dispositivo mecânico para medir ângulos com um transferidor e um nível.
b. RELÓGIO COMPARADOR – Um dispositivo mecânico que mede centésimos de milímetro.
Operações de serviçoRemoção da roda
Às vezes é difícil remover a roda devido à interferência existente entre o furo central da roda e o cubo. As instruções seguintes permitem que a roda seja removida sem danos:
1. Reaperte todas as porcas da roda e solte cada porca duas voltas.
2. Abaixe o veiculo sobre o solo
3. Com a ajuda de pelo menos duas pessoas, balance o veículo lateralmente, com o máximo de força possível.
4. Mude a seletora de marchas de "D" para "R", permitindo que o veículo se movimente alguns metros em cada direção, aplicando o freio simultaneamente com golpes fortes e rápidos.
5. Levante o veículo e remova as rodas.
NOTA: Utilizar óleo penetrante NÃO é um modo eficiente para remover rodas muito presas. Nunca utilize calor, pois isto poderá afetar a durabilidade da roda, dos prisioneiros e dos rolamentos.
ATENÇÃO: NÃO PERMITA QUE ÓLEO PENETRANTE ATINJA A SUPERFÍCIE ENTRE A RODA E O TAMBOR OU O DISCO, POIS ISTO PODERÁ FAZER COM QUE RODA TRABALHE LIVRE, CAUSANDO PERDA DE CONTROLE DO VEICULO MAIS TARDE.
Instalação da roda
Deve ser utilizado o procedimento correto para apertar as porcas, para evitar que a roda, o tambor ou o disco fiquem emperrados. A figura 5 mostra a seqüência correta para o aperto das porcas da roda.
Figura 5 - Seqüência adequada de montagem das porcas da roda
ATENÇÃO: ANTES DE INSTALAR AS RODAS, REMOVA TODO MATERIAL ESTRANHO DA RODA E DAS SUPERFÍCIES DE MONTAGEM COM O AUXILIO DE UMA ESCOVA. ISTO GARANTIRÁ UM BOM CONTATO ENTRE AS SUPERFICIES DE MONTAGEM.
Medição da excentricidade da roda e do pneu
As medições de excentricidade podem ser feitas tanto no veiculo como fora dele. Um relógio comparador equipado com rolete na ponta apalpadora é o mais adequado. Se a medição for feita fora do veículo, é melhor montar a roda adequadamente num balanceador dinâmico.
Excentricidade Radial
A excentricidade radial (figura 6) mede a oscilação da banda de rodagem do pneu ou da sede do flange da roda.
Figura 6 Medição da Excentricidade Radial
Conforme vemos, estas medições são essenciais para se determinar a origem de uma vibração difícil de ser constatada com os métodos normais e visuais de diagnóstico.
Na seqüência deste artigo, no próximo número do jornal, veremos as operações de balanceamento e como se eliminar as causas de vibrações do conjunto roda / pneu.
Até lá e bom trabalho.
Matéria da edição Nº215 - Janeiro de 2009