Notícias
Vídeos
Fórum
Assine
O veículo apresentou uma falha de difícil detecção para o reparador, no qual ele testou e trocou todos os componentes elétricos e eletrônicos do veículo que podem ter causado este problema, sendo um procedimento incorreto para solucionar esta falha.
É um defeito onde falham dois cilindros “gêmeos” (cilindro 2 e cilindro 3) e quando desliga-se a ignição e, logo em seguida, acionamos uma nova partida, o defeito cessa.
Em busca de uma solução para o caso, o reparador tem o costume de fazer a regulagem completa do motor e a troca de algumas peças.Podemos citar, entre elas:
• Velas de ignição;
• Cabos de velas;
• Filtro de combustível;
• Filtro de ar;
• Filtro de óleo;
• Óleo do motor;
• Antichama (ventilação do cárter);
• Limpeza do corpo borboleta;
• Limpeza dos bicos injetores;
• Trocas dos anéis o-ring dos bicos;
• Correia dentada;
• Tensor da correia dentada;
• Correia poli-v.
Após estes reparos, o proprietário volta à oficina reclamando sobre algo que nenhum mecânico fica feliz em ouvir: “ficou a mesma coisa, o problema persiste”, dando a entender que o serviço foi feito sem necessidade.
Assim, para prosseguirmos na busca da causa da falha, rastreamos o sistema com scanner, e este detecta os seguintes códigos de falhas: 00282, 00670, 16608, 17022 e 17023. Todos esses códigos de falhas se referenciam ao corpo borboleta motorizado.
Ao testar o veículo com a falha, nota-se a falta dos pulsos nos bicos injetores do segundo e terceiro cilindro. Devido aos códigos de falhas apontados, são analisados todos os pontos de aterramentos e até mesmo reforçando, também substitui-se o corpo de borboleta e o pedal do acelerador.
Após essa nova etapa do reparo, percebi que o defeito passou a ocorrer com menos frequência, mas com a permanência da falha. Efetua-se também, então, a troca do chicote e a Central Eletrônica da Injeção.
Esse é um relato de um defeito que ocorre há muito tempo dentro das oficinas. Já tenho instruído muitos reparadores há anos a respeito destes que apresentam códigos de falhas, mas a falha real não corresponde ao apontado.
O componente que apresenta esse defeito é o anel Fônico “liso” (figura 01) fabricado pela Sabó.
Assim, substitua a flange completa que o problema será resolvido. Gostaria de compartilhar algumas particularidades sobre os anéis fônicos montados nos veículos VW.
Até o momento existem três modelos de anéis fônicos:
• FREUDENBERG (anel dentado);
• BRUSS (dentado entalhado);
• SABÓ (anel liso).
Após 2008, alguns veículos VW, como a Kombi 1.4 Flex, saíram montados com anel SABÓ dentado (uma novidade) com a mesma aparência do anel FREUDENBERG.
A troca desses anéis, ou até mesmo o flange completo, é feito com uma ferramenta específica. Muitos mecânicos efetuam a montagem sem essa ferramenta, geralmente utilizando de chaves de fenda como alavanca, o que pode gerar danos ao componente.
Quero orientá-los que, pela minha experiência, notei que muitos reparadores confundem os anéis dentados FREUDENBERG e SABÓ. Lembrem-se, estes são semelhantes, mas não o mesmo.
Confira que os dois anéis são dentados, contendo sessenta dentes menos dois, mas o furo de posicionamento destes está localizado em pontos diferentes.
• Anel FREUDENBERG, após a falha dos dois dentes até o furo de referência para o sincronismo, são 29 dentes (figura 02);
• Anel SABÓ, após a falha dos dois dentes até o furo de sincronismo, são cinco dentes (figura 03);
Note que, ao montar sem a ferramenta, também deve-se estar atento em alguns detalhes. Primeiramente, sempre posicionar em ponto morto superior (PMS):
• Anel FREUDENBERG, após a falha dos dois dentes, posicionar o furo do anel em uma referência comparativa com um relógio às 5 horas. Percebe-se então que irá coincidir com o ressalto (ponto de referência), ver figura 02;
• Anel SABÓ, após a falha dos dois dentes, posicionar o furo do anel na posição do relógio às 11:30 horas, coincidindo com o ressalto (ponto de referencia), ver figura 03;
Tanto o anel FREUDENBERG quanto o SABÓ, depois de montados, devem ser verificados quanto à posição de falha dos dentes até a posição do sensor de rotação. Até lá, deverá haver 14 dentes. Isso identifica se o modelo utiliza anel SABÓ ou FREUDENBERG. Ver figura 02 e figura 03.
Espero ter colaborado com essa nova informação, bem útil ao dia a dia da sua oficina. Até o próximo mês com mais falhas intrigantes. Grande abraço a todos.