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A bobina compõe o sistema de ignição de todas as motocicletas carburadas ou não, normalmente há uma relação direta com o sistema de injeção eletrônica, o atuador é comandado pelo mesmo módulo que controla o combustível, até porque a finalidade é promover um sincronismo nos tempos de ignição e injeção. A queima da mistura ar combustível comprimida no cilindro só é possível graças à faísca elétrica que chega até a vela, para isso é necessária a produção de uma voltagem muito alta para que a centelha seja capaz de superar a compressão na câmara de combustão do motor. O funcionamento da bobina tem fundamental importância para a eficiência e desempenho da motocicleta.
CONSTRUÇÃO
A bobina de ignição é um transformador estruturado em dois enrolamentos montados em um núcleo de ferro. A voltagem é aplicada no enrolamento primário (entrada) e instantaneamente desenvolve-se de forma ampliada enrolamento no secundário (saída), o valor da voltagem final é proporcional à relação entre o número de espiras dos enrolamentos. A bobina esta baseada na autoindução, em alguns casos elas são alimentadas pela energia positiva proveniente do relê de corte do motor, o terra é ligado no módulo eletrônico ECU ou ECM
Nas motocicletas equipadas com injeção eletrônica a bobina de ignição é denominada como atuador.
A peça é apresentada em vários formatos, existem bobinas em corpo duplo que equipam motocicletas multicilíndricas, também há modelos onde o cachimbo de vela e a bobina estão no mesmo corpo, independente do desenho a lógica de funcionamento é a mesma.
Sintomas de falhas na bobina de ignição
• Motocicleta não funciona ou apresenta baixo desempenho
• Não há faísca na vela de ignição
• Vela de ignição carbonizada
• Motocicleta falha
• Consumo excessivo de combustível
• Aumento nas emissões de gases de escapamento
Diagnósticos via painel da motocicleta
Caso haja um ou mais defeitos, deverão ser apontados automaticamente no na luz de alerta do painel da motocicleta, no auto diagnóstico das motocicletas Fazer/Lander 250cc, as falhas na bobina são detectadas pela ECU e são convertidas em códigos de piscadas, sendo “33” correspondendo à 3 piscadas longas e 3 curtas. Sempre que houver a indicação de falha, a motocicleta não irá funcionar e o reparador deverá efetuar os diagnósticos do componente antes de substituí-lo. Nem sempre o defeito está na bobina.
Diagnóstico por meio de um scanner
A visualização dos códigos de defeitos apontados pela luz de alerta podem ser vistos diretamente na ferramenta, as opções de diagnósticos são apresentadas conforme o modelo do scanner, nesta matéria utilizamos o aparelho original da marca.
A ferramenta oferece um menu de diagnósticos que segue a sequencia abaixo:
Com a ferramenta conectada ao sistema elétrico da moto, a função de piscar da luz de detecção de defeitos será desabilitada e a ferramenta interpretará o diagnóstico do defeito elaborado pela ECU e transformará num código numérico igual ao número de piscadas e o “LED “WARNING” acenderá, lembrando que cada piscada longa corresponde a “10” e para cada piscada curta o número correspondente será “1”.
Nesta etapa é recomendável que o conector da bomba de combustível seja desligado.
• Após a instalação do Scanner na motocicleta, pressione o botão “MODE” e vire a chave de ignição para “ON”. Enquanto mantém pressionado o botão, em seguida pressione o botão “UP” para selecionar o modo “DIAG”, que quer dizer DIAGNÓSTICOS.
• Pressione o botão “MODE” novamente e irá aparecer o diagnóstico em ordem crescente.
Para seguir para o próximo diagnóstico ou retornar, basta pressionar os botões “UP” ou “DOWN”.
Para saber se a bobina esta em condições de uso é só selecionar o “D30” (diagnóstico opção 30) e pressionar o botão “MODE”, se o componente e o sistema de injeção estiverem perfeitos, ocorrerá o funcionamento do atuador e a faísca da vela de ignição irá “saltar” 5 vezes, a luz de advertência “WARNING” irá piscar simultaneamente. Não da para ouvir a faísca saltando na vela, por isso é necessário um testador dinâmico de faíscas (ferramenta conhecida como centelhador). Na opção diagnósticos a motocicleta não irá funcionar.
Caso esteja utilizando um scanner multimarcas o menu de opções do aparelho irá apresentar diretamente o nome do atuador e os procedimentos de testes.
Falhas na bobina de ignição comprometem a queima da mistura ar/combustível, alteram o desempenho da motocicleta e podem criar depósitos de carvão na vela de ignição, ainda sobrecarregam o sistema de ignição e podem provocar a queima de outros componentes.
Diagnósticos com auxílio de um multímetro
O diagnóstico por meio de um multímetro é o mesmo para motocicletas carburadas, uma falha na entrada ou saída da ECU será interpretada como defeito. O multímetro será capaz de sanar as dúvidas quando se tratam de valores relacionados à tensão, resistência, temperatura, continuidade etc.
No nosso caso é a melhor opção quando no teste do scanner há uma indicação de falha na bobina, porém nem sempre a falha esta no atuador, qualquer pane no circuito ou na ECU será interpretada como falha ‘33” (defeito na bobina de ignição)
Dados para os diagnósticos de resistência a 20°C :
Fonte: manual de serviços Fazer 250
Resistência do primário: 2,1 a 2,6 Ω +/- 10%
Resistência do secundário: 7,0 a 14,4 KΩ +/- 10%
Posição do multímetro na medições circuito primário:
Ponta positiva do multímetro: fio de cores marron/vermelho
Ponta negativa do multímetro: fio cor laranjaPosição do multímetro na medições circuito secundário:
Ponta positiva do multímetro: fio de cores marron/vermelho
Ponta negativa do multímetro: cabo de vela
O valor da resistência do circuito primário é muito baixo, por isso, há casos onde é muito difícil descobrir o defeito medindo o valor da resistência, porém para esse caso o teste do scanner é eficaz, nas motocicletas carburadas é necessário verificar o desempenho da bobina com o auxilio de um dispositivo de testes Full-Transistor-CDI ( recomendado para as motocicletas Honda)
Outros testes que avaliam pico de voltagem também são válidos.
A condição da bateria do multímetro interfere no resultado do valor da resistência.
Limpeza do histórico de defeitos memorizados na ECU
Após efetuar algum reparo no sistema de injeção é necessário verificar se não há registro do defeito armazenado no histórico de falhas da ECU. Na sequencia de diagnósticos há duas opções:
D61 – opção de visualização de defeito memorizado, se houver registro aparecerá o código “33” ( bobina de ignição) ( ver figura)
D62 – opção de visualização da quantidade de defeitos memorizados e opção de limpeza dos defeitos, vale lembrar que o defeito só será apagado da memória caso tenha sido solucionado. (ver figura)
O procedimento de limpeza será dado quando o botão “MODE” for pressionado.
Avaliações preliminares aos diagnósticos propostos • Defeitos no supressor (cachimbo de vela) e vela também podem ocorrer, elimine todas as possibilidades antes de pensar na bobina.
A tensão da bateria é vital para o perfeito funcionamento do autodiagnóstico, acesso e limpeza das informações memorizadas, assim como os demais ajustes e verificações. O manual do fabricante recomenda que a tensão mínima da bateria seja igual a 12,8V que corresponde a 75% de sua carga.
• Antes de instalar a ferramenta de diagnósticos, se houver alguma pane na moto, a luz de anomalia do painel irá piscar apontado o(s) defeito(s).
• Com a ferramenta conectada ao sistema elétrico da moto, a função de piscar da luz de detecção de defeitos será desabilitada e a ferramenta interpretará o diagnóstico do defeito elaborado pela ECU e transformará num código numérico igual ao número de piscadas “33” e o LED “WARNING” acenderá ,
• Se houver mais de um defeito no sistema, a ordem de apresentação no display de cristal líquido da ferramenta será crescente, repetindo novamente a sequência até que seja feito o reparo.
• A memorização do defeito irá ocorrer mesmo que o defeito seja falso e também poderá ocorrer registro de defeito se o componente for desligado do circuito da moto com a chave de ignição ligada, essa atitude não é segura e pode ocorrer um dano maior no sistema.
• O trabalho da ferramenta é muito preciso, porém existem defeitos que podem ser intermitentes, ora ocorrem, ora desaparecem, normalmente pode ser um mau contato.
• Oxidações, curto circuito, entradas d’água e conectores mal encaixados podem sugerir a troca de um componente em perfeito estado ou até criar um código de defeito inexistente.
Se não encontrar defeito na bobina ou no circuito substitua a ECU e refaça os testes.