Notícias
Vídeos
Fórum
Assine
Aprenda as etapas para confeccionar suas agulhas para testes de circuitos elétricos
Tenho recebido de vários colegas de profissão pedidos de alternativas de medições elétricas, para que, durante estas medições, não seja necessário “furar” os fios, provocando problemas de oxidação e falhas de funcionamento destes circuitos. Sabe-se que água, em contato com fios de cobre com corrente elétrica circulando, provoca formação de hidrocarboneto de cobre, ou o famoso “zinabre” (quem não se lembra das velhas baterias, onde o ácido provocava este zinabre nos terminais?) – foto 1.
Isto pode ocorrer durante testes do sistema eletroeletrônico do veículo, se os fios do chicote forem furados para “captar” este sinal que desejamos analisar. Esta condição de furar os fios não deve ser usada, para evitar este problema.
Imagine termos um cliente pela primeira vez e, ao efetuar um rápido teste em seu veículo, furamos os fios do chicote para efetuar uma análise de sinal. O cliente ao visualizar a nossa ação, pode se sentir incomodado ao fazermos isso. Ele pode ser uma pessoa com conhecimento técnico e saber que isso é danoso ao seu veículo e que isto pode provocar problemas futuros de falhas de chicote elétrico.
A seguir, ensinaremos passo a passo a fabricação de pequenas agulhas de testes, que permite analisar os sinais colocando esta agulha paralelamente ao fio, passando pelo isolador de borracha do terminal, o que não danificará nenhum componente, e com a mesma qualidade durante as medições. Mãos à obra.
1) Compre um borne “fêmea”, conforme o modelo da foto. Você encontrará este borne em uma boa casa de materiais eletrônicos;
2) Remova a porca e os 2 anéis plásticos e descarte estas partes, não serão usadas;
3) Aplique um pequeno arame no furo do borne. Para evitar acidentes ao executar o processo de furação, use luvas e óculos de proteção;
4) Em uma furadeira de coluna, com uma pequena broca de 2 mm, faça um furo na parte indicada na foto;
5) Adquira um arame de aço-mola de 0,90mm de espessura em uma loja de ferragens, e corte um pedaço de comprimento adequado às suas necessidades. Cabos de acelerador, arame de solda MIG, agulha de costura e vários outros produtos foram testados, mas este aço-mola foi o mais eficiente e seguro produto já testado e comprovado. O intuito é ajudar o reparador a construir de forma barata e simples estas agulhas de testes;
6) Passe uma das pontas do arame na pedra do esmeril;
7) Fixe os bornes que foram furados em uma pequena régua de madeira, para não danificar a rosca de fixação do terminal plástico. Com um soprador térmico, aplique estanho no furo efetuado anteriormente no borne;
8) Feito isso, coloque a ponta da agulha que foi esmerilada, nos furos cheios de estanho. Isto permite que o estanho derretido no furo do borne, fixe na parte áspera do aço-mola;
9) Após esfriar a solda, remova a agulha e rosqueie novamente o anel plástico. Afie a ponta da agulha para um melhor encaixe durante as medições;
10) O comprimento das agulhas fica a critério de sua necessidade;
11) Os cabos do multímetro, ideias para os testes possuem borne macho nas pontas;
12) Isto permite um correto encaixe do borne na agulha. Você pode isolar parte do corpo da agulha com “espaguete” termo-retrátil, para um melhor acabamento e isolação durante a medição;
13) Dê preferência aos bornes que possuem furo, conforme a imagem, por serem melhores para trabalhar. Permitem a fixação das ponteiras do multímetro com segurança, quando necessário;
14) Durante as medições no veículo, isto permite a total liberdade das mãos. Use uma garra para fixá-la a um bom ponto de aterramento;
15) A confecção das agulhas de testes tem como intuito criar uma correta ligação com o ponto que desejamos efetuar as medições no sistema, sem danificar os fios de ligação;
16) Ao efetuar medições com ponteiras de multímetro, o contato é deficiente. As medições podem gerar erros de leituras;
17) As garras permitem estas mesmas ligações, mas de forma eficiente aos pontos de medições;
18) Os bornes duplos “macho-fêmea” para ligações permitem a fixação de outros aparelhos de medições;
19) Os adaptadores de testes são ótimas ferramentas para nos auxiliar durante os testes, permitindo agilidade e alta qualidade de diagnóstico;
20) Não esqueça que bons cabos de multímetro não induzem ao erro durante as medições;
21) E tudo isto pode ser corretamente guardado em um pequeno estojo escolar, sem o perigo de perder estas ótimas ferramentas de testes.
Agradeço aos amigos José Lopes e Nivalda, da oficina Mecauto, em Piracicaba/SP, pela atenção dedicada durante a montagem desta reportagem.
Um abraço e até a próxima matéria.