Esse instante é denominado de “ponto de ignição”, e é referenciado ao ponto morto superior (PMS) do ciclo de compressão, e deve acontecer, sempre, com certa antecipação com relação ao PMS. Tal antecipação denomina-se “avanço”, e seu valor é indicado em graus (°). Como será visto, a centelha acontece quando é acionado o mecanismo de "disparo", o qual pode ser implementado com um dispositivo mecânico (platinado) ou semicondutor (transistor, alojado na unidade de comando do motor (UC) ou no módulo de ignição.)
A alta tensão necessária à formação da centelha pode variar entre 8000 volts e 15.000 volts, ou mais, dependendo da bobina utilizada e do estado das velas e cabos de alta tensão. No entanto, há na atualidade, sistemas que podem fornecer até 40.000 volts.
Para motores de ciclo Otto, existem, basicamente, dois métodos para gerar a alta tensão necessária, a partir da tensão fornecida pela bateria:
- Geração por descarga capacitiva: Praticamente não é mais utilizado. Foi aplicado no passado, em veículos de alto desempenho.
- Geração por descarga indutiva
Geração por Descarga Indutiva
É o tipo de sistema atualmente utilizado em praticamente todos os motores de ciclo Otto. Nestes sistemas, o primário da bobina de ignição, alimentado pela tensão de bateria, se carrega durante o ângulo de permanência(tempo em que o interruptor permanece fechado).
No instante apropriado, o interruptor abre, e a energia armazenada no primário, é transferida para o secundário, onde é gerada a alta tensão. A bobina é, na realidade, um transformador que eleva a tensão primária aos níveis necessários à geração da centelha. O sistema de ignição por descarga indutiva se originou numa patente do ano 1908.