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O ano de 2016 marca o centenário da história da Bayerische Motoren Werk (Fábrica de Motores da Bavária), mais conhecida como BMW, que foi fundada em março de 1916, quando se dedicava à fabricação de motores para aviação. Ao final da Primeira Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha, e seguindo o tratado de Versailles assinado em 1919, a indústria germânica ficou proibida de produzir aviões, e para sobreviver, a BMW se viu obrigada a desenvolver novas alternativas. Em 1923 apresentava sua primeira motocicleta, e em 1928 apresentava o seu primeiro automóvel.
Sob o regime Nazista na Segunda Gerra Mundial, a BMW viveu períodos obscuros, e quase deixou de existir. Ao final da guerra, sobreviveu fabricando eletrodomésticos. A produção de motocicletas só foi reiniciada em 1948, e a de carros em 1952, mas a retomada não foi fácil. Em 1959, enfrentando sérias dificuldades financeiras, quase foi absorvida pela sua arquirrival Daimler-Benz, dona da Mercedes Benz. Esta situação causou perplexidade entre alguns acionistas, e então um deles, Herbert Quandt, injetou o capital necessário para reerguer a empresa. A família Quandt, até os dias de hoje, continua como acionista majoritária da montadora alemã.
Confira o vídeo gravado na oficina TecCar com o reparador Roni Ianpolsky:
E é a partir dos anos 60 que a BMW encontra o caminho do sucesso, consolidando a imagem de fabricante de motos e veículos sofisticados e de alto padrão. As próximas etapas envolviam a conquista de novos mercados, e a aquisição de algumas marcas do segmento Premium. Atualmente a BMW é controladora das marcas Rolls-Royce e Mini, e conta com 30 plantas de produção fora da Alemanha, distribuída em 14 países.
No Brasil, a BMW está presente desde 1995 quando iniciou as atividades de importação e distribuição, e recentemente em 2014, inaugurou na cidade de Araquari-SC, a 30ª unidade fabril da marca, sendo a primeira na América do Sul. Ocupando uma área total de 1,5 milhão de metros quadrados, possui capacidade produtiva de 32.000 veículos/ano. Atualmente de suas linhas de montagem saem cinco modelos: Série 3; Série 1; X1; X3 e Mini Countryman.
O modelo X4 ainda é importado, mas desde o seu lançamento por aqui em 2014, o estiloso SUV com carroceria coupé apresenta um bom desempenho em vendas, e passou a ser cotado como um dos possíveis modelos a receber nacionalidade brasileira.
E para analisar toda a tecnologia embarcada, e projetar como será a manutenção destes veículos em um breve futuro, convidamos experientes reparadores cadastrados no Guia de Oficinas Brasil para esta avaliação, e são eles:
Roni Iampolky (foto 1), 48 anos, publicitário e empresário, sócio-proprietário da Tec Car Serviços Automotivos, empresa familiar fundada em 1984, localizada no bairro do Morumbi em São Paulo-SP. Apesar de se dedicar ao setor administrativo, Roni possui também uma sólida formação na parte técnica, e se mantém constantemente atualizado. A Tec Car conta com 3 unidades, sendo duas dedicadas aos serviços de manutenção mecânica e eletroeletrônica, e a terceira loja atua na área de funilaria e pintura.
Ingo Stilck (foto 2 esq.), 46 anos, reparador e empresário, 32 anos no mercado. Apaixonado por automóveis, ainda adolescente já tinha escolhido o segmento da reparação como profissão, sempre aprendendo e se dedicando muito, até que em 1998 realizou o s
eu sonho e montou a Ingo Centro Automotivo, localizada no bairro de Santo Amaro, em São Paulo-SP. Excelência técnica e uma
relação ética, transparente e personalizada, sempre garantiram uma carteira de clientes fidelizada, e segundo Ingo, muitos deles acabaram se tornando grandes amigos.
Milton da Silva (foto 2 dir.), 42 anos, mais de 20 anos no mercado, sendo 7 anos na Ingo C.A., onde atua como gerente e braço direito do “patrão”, coordenando a equipe de técnicos, atendendo clientes, e cuidando de toda a parte operacional da oficina. Além da formação no Senai, Milton se mantém atualizado em cursos, pesquisas na internet e leitura, incluindo o Jornal Oficina Brasil.
Primeiras impressões
O design externo (foto 3) foi muito elogiado pelos entrevistados, e Roni comenta: “o X4 ficou com um porte bem interessante, em uma faixa intermediária, maior e mais espaçoso que um X1 e X3, mas com a aparência imponente do X6, porém mais compacto. É um SUV familiar, que vai agradar muitas pessoas, pois é um carro alto, e o estilo coupé dá um ar bem esportivo. É o tipo do carro que pode ser usado no dia a dia urbano das famílias, e nos finais de semana vai se sair muito bem nas estradas, com ótimo desempenho, segurança e espaço para bagagens.”
Ingo aprova a ergonomia e comenta: “eu tenho quase dois metros de altura, e me sinto confortável aqui, com bons espaços para as pernas, e a cabeça não raspa no teto. Os bancos permitem boas regulagens e acomodam muito bem. Já em um ‘série 3’ por exemplo, eu fico bem desconfortável. O interior é muito bonito (foto 4), e gostei desta combinação de cores (cinza escuro e marrom), de muito bom gosto.”
Além do requinte e esmero no acabamento, os detalhes fazem toda a diferença em um carro Premium, como por exemplo, o sistema de som Surround da harman/kardon (foto 5), referência em som de alta fidelidade.
O painel de instrumentos (foto 6) é outro ponto de destaque no X4, e alguns itens chamaram a atenção dos reparadores, que descrevem:
Roni: “o painel de instrumentos tem uma excelente visualização, com mostradores muito claros e intuitivos. Os comandos do painel, e da transmissão, que ficam no console (foto 7), também são bem acessíveis e de fácil entendimento. A opção de troca de marchas pelas borboletas no volante facilita muito as manobras rápidas em ultrapassagens, além de tornar a condução mais prazerosa e divertida.”
Ingo se decepciona um pouco com o desenho do painel, que ainda lembra os carros dos anos 90, mas em contrapartida, tece elogios aos diversos recursos disponíveis no painel, e descreve: “este computador de bordo tem funções já existentes em outros modelos da marca, e alguns inéditos que eu ainda não tinha visto. Este marcador esportivo de potência e torque gerado (foto 8) é bem legal. O registro do estado dos componentes do veículo é muito interessante , informando a necessidade de serviços para itens como óleo do motor (foto 9), pastilhas, fluido de freio, bateria, etc. O alerta de manutenção é conhecido, mas aqui ficam também registradas todas as manutenções efetuadas, incluindo a data, o número da OS e quem executou o serviço (foto 10). Mais um item para gente estudar, e descobrir como inserir estas informações no futuro, quando estes carros saírem do período de garantia. Outro recurso bem interessante é o acesso ao manual do proprietário, que é exibido na tela do sistema multimídia.”
Roni também elogia o sistema e comenta: “o indicador de intervalos de manutenções programadas é muito interessante, pois ajuda qualquer tipo de condutor, do mais cuidadoso ao mais desligado, a adotar a boa prática da manutenção preventiva. Os indicadores do estado do veículo, como pressão dos pneus e nível do óleo (foto 11), são muito úteis para condutores e reparadores. No caso do óleo, não existe vareta, e a leitura é feita eletronicamente e com o motor ligado. O próprio sistema ajusta a rotação ideal para fazer a medição correta. Com este recurso, além de não sujar mais as mãos, os usuários se livram de abordagens inadequadas, principalmente feita por frentistas despreparados, que alegam que o nível de óleo do motor está baixo.”
Dirigindo o X4
Roni elogia o conforto e comenta: “infelizmente na cidade de São Paulo é muito difícil pegar uma estrada, que é o lugar certo para testar este carro. Aqui na cidade não dá para explorar todo o potencial dele. Mas mesmo assim, você percebe que as acelerações são perfeitas em função do sistema de injeção direta e variação do comando. A transmissão é muito precisa, com trocas rápidas e suaves, tanto no modo automático ou acionando as borboletas. Outra coisa que chama a atenção é o nível de ruído interno, muito silencioso. A suspensão trabalha muito bem, e absorve as irregularidades do piso sem causar desconforto, e ao mesmo tempo transmite firmeza e mantém um comportamento neutro em curvas mais fechadas. O volante com assistência elétrica progressiva é bem leve, e transmite segurança nas manobras.”
Ingo começa o percurso explorando as opções de condução do veículo, programáveis em Eco-Pró (mais econômica), Comfort (intermediária), Sport (esportiva) e Sport+ (pista) com desativação parcial do controle de estabilidade. Ingo lamenta e registra: “estas opções todas são mais adequadas para as estradas europeias. Aqui no Brasil fica difícil aproveitar toda essa tecnologia.”
Ao acelerar o imponente SUV, Ingo constata: “este motor tem uma excelente pegada para um 2.0, mesmo no modo Eco-Pro. As acelerações e retomadas são consistentes, mesmo em baixas rotações. O consumo é muito bom para um carro com estas características. No modo Sport, percebo a mudança no mapeamento do motor, que fica mais ‘esperto’ ainda, e no ponto de troca de marchas, que acontece em rotações mais elevadas para aproveitar ao máximo o excelente torque.”
No quadro a seguir, dados obtidos pelo Inmetro, dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, comprovam a eficiência energética do X4, que na Europa atende aos níveis de emissão Euro VI:
Consumo |
Etanol |
Gasolina |
Ciclo urbano |
- |
7,3 km/l |
Ciclo estrada |
- |
9,4 km/l |
Energético |
2,74 MJ/km |
|
Poluentes |
NMHC |
0,008 g/km |
CO |
0,290 g/km |
|
NOx |
0,011 g/km |
|
Gás de efeito estufa |
CO2 |
169 g/km |
Ingo resume ainda algumas impressões: “a suspensão tem um trabalho muito eficiente e equilibrado, que combina conforto e esportividade, e a estabilidade é um dos pontos fortes do carro, e eu o coloco no mesmo nível das Mercedes. Alguns recursos vão conquistar os clientes, como o freio de estacionamento com acionamento elétrico e assistente de partida em ladeira (auto hold); função auto start/stop que ajuda a economizar combustível no trânsito pesado; o navegador programável com diversas funções integradas; e o park assist, que praticamente ‘estaciona sozinho’. É com certeza um carro Premium.”
Motor 2.0 TwinPower Turbo
O conceito Efficient Dynamics dita as regras no desenvolvimento de novos propulsores, e agrega todas as soluções voltadas à obtenção da máxima performance, combinada com a redução de consumo de combustível e consequente redução do nível de emissões de poluentes.
A nova geração de motores BMW (foto 12) é produzida em alumínio e ligas de magnésio, para redução do peso, e incorporam o aperfeiçoamento de soluções consagradas da marca, como o VALVETRONIC, capaz de alterar continuamente o tempo (ou o curso) de abertura das válvulas de admissão e escape, conforme a demanda, combinado ainda com o sistema DUPLO-VANOS (do alemão Variable Nockenwellen Steuerung) que é um variador de fase com acionamento hidráulico, capaz de promover de forma contínua um deslocamento angular do eixo comando em relação à sua respectiva engrenagem de acionamento e sincronismo. Este sistema é duplo pois atua de forma independente nos comandos de admissão e escape. Recentemente a BMW convocou um recall envolvendo este sistema, mas para modelos produzidos entre outubro/2009 a setembro/2011.
O sofisticado sistema de gerenciamento de válvulas do motor permitiu aos engenheiros da BMW eliminar a função da borboleta, que antes era um ponto de estrangulamento na passagem do ar. Atualmente, o que controla o fluxo de ar que vai para dentro do motor são as próprias válvulas de admissão, que ficam abertas mais ou menos tempo conforme a necessidade. Otimizando ao máximo o aproveitamento desta tecnologia, foram incorporados o turbocompressor com Twin Scroll Technology e o sistema de injeção direta de alta precisão DI2 WT. A gestão de combustível é a MEVD 17.2.4.
Confira na sequência, dados técnicos do motor e performance do veículo.
Na questão de reparabilidade, Milton observa que o compacto motor é montado com folga no espaçoso cofre (foto 13), e relata: “temos aqui um ótimo acesso aos principais componentes envolvidos nas manutenções periódicas. Pelo lado esquerdo (foto 14), a troca do filtro de ar e filtro de óleo do tipo refil é bem tranquila. Os pontos de manutenção do ar-condicionado também estão bem acessíveis.” Ingo faz um alerta sobre o filtro de óleo: “na troca do refil, é muito importante substituir todos os anéis de vedação, que na verdade são 3. Um para a parte de baixo e outro para o meio, e o terceiro é externo, que faz a vedação da tampa. Se não prestar atenção na montagem, com certeza vai vazar. Outro ponto interessante é o trocador de calor, bem do lado do filtro. Ele controla a temperatura do óleo lubrificante, utilizando a circulação da mesma água do sistema de arrefecimento no motor.”
Pela parte central do motor (15), Roni descreve: “o acesso para as bobinas de ignição, velas, injetores, bomba e tubulação de alta pressão são bem favoráveis, sem interferências.”
Ingo chama a atenção para a válvula de respiro, instalada na tampa de válvulas, e comenta: “antigamente a gente chamava esta peça de anti-chama, mas ultimamente diversos fabricantes adotam este sistema com membrana de silicone, que gera uma pressurização na região da tampa de válvulas. Devido à qualidade do nosso combustível, essa membrana costuma furar ou rasgar, e isso afeta o funcionamento do motor. Em alguns casos, é possível comprar somente a membrana, mas em alguns casos, ela só é vendida com a tampa de válvulas completa. Mas é preciso pesquisar bem e ficar atento, pois algumas lojas/concessionárias preferem vender a tampa completa do que vender apenas a membrana separada.”
Sobre a frequência de ocorrências de problemas, Milton avalia: “aqui nós atendemos com uma certa regularidade, veículos equipados com Injeção direta, e pelo nosso histórico, o sistema apresenta um baixo índice de manutenção corretiva. O empecilho maior é que precisamos equipamentos como manômetro e máquina de limpeza de bico específicas, que não são as convencionais que a gente usa em outros carros. Isso gera custos adicionais que não são baixos, mas até o momento a demanda é muito baixa.”
Roni anota que o sistema de sincronismo do motor utiliza corrente e comenta: “este é um item de longa durabilidade, que só deverá ser trocado com quilometragem acima dos 100 mil km. O segredo para evitar danos é seguir corretamente o período de troca de óleo. Se o veículo for usado com frequência em trânsito congestionado, nós recomendamos abreviar os intervalos de troca, pois esta é uma condição crítica de trabalho para o motor, que funciona por horas seguidas sem uma refrigeração adequada, mas roda efetivamente poucos quilômetros. Já a correia de acessórios é simples e de fácil acesso para troca, pela parte frontal do motor (foto 16).”
Ainda na parte central do motor, chama a atenção a complexa central de conexão entre os diversos módulos de controle, incluindo a ECU do motor (foto 17). Roni se preocupa com a exposição dos componentes eletrônicos ao calor e umidade, mas Milton pondera, considerando que a localização facilita os procedimentos de diagnóstico, e pelo baixo índice de problemas apresentados por estes componentes.
Pela parte de baixo da ECU está fixado o corpo de borboleta, que incorpora o sensor de pressão do coletor e o de massa de ar (MAF).
Pelo lado direito do motor, Milton observa o bom acesso para a compacta turbina (foto 18) e sonda pré-catalisador, e comenta: “este turbo com controle eletrônico da válvula de alívio é eficiente e robusto, pois raramente apresenta problemas. Devido à qualidade do nosso combustível, a sonda pré costuma apresentar mais problemas o que a sonda pós, mas aqui o espaço para testar ou substituir os sensores é tranquilo.”
Pela parte de baixo do motor, Roni prevê uma rotina bem ágil nos procedimentos de manutenção, e relata alguns pontos: “o bujão do cárter para esgotar o óleo do motor está muito bem posicionado (foto 19), com acesso completamente livre, e permite esgotar todo o óleo usado, o que elimina os resíduos dentro do motor. Ao lado temos o sensor de nível, que substitui a antiga vareta. A ausência do protetor de cárter favorece a refrigeração e a segurança em caso de forte colisão frontal, mas deixa o conjunto desprotegido. Esta moldura de aço mais o agregado oferecem uma boa proteção, mas o piso de nossas ruas é repleto de lombadas, ondulações e buracos, e acidentes podem acontecer.”
Milton avalia que eventuais intervenções no sistema de arrefecimento também serão bem tranquilas, pois o acesso às mangueiras, reservatório de expansão, radiador e ventilador com módulo integrado são amplos e adequados (foto 20).
Pela parte de baixo, Milton calcula: “o intercooler é frontal, e fica abaixo do radiador principal (foto 21). Aparentemente dá para remover sem tirar o para-choque, porque tem espaço suficiente. Isso é uma boa vantagem em relação a alguns outros modelos.”
Transmissão
Roni observa que a caixa de transmissão de 8 marchas e tração integral é grande (foto 22), pois envolve uma caixa de transferência, dois eixos cardan, diferencial dianteiro e traseiro. O módulo da transmissão fica alojado próximo da caixa de transferência. A vantagem é o acesso fácil para troca ou reposição do fluido. Em caso de pane ou quebra, a remoção e reinstalação do conjunto não será uma tarefa muito complexa.”
Milton chama a atenção para o grande cárter da transmissão, que também atua como trocador de calor, e explica que o filtro do sistema fica acoplado na parte interna deste cárter, e relata: “embora em alguns modelos de veículo não se fale em troca deste filtro, eu acredito que em um determinado momento será necessário fazer esta troca sim, e aí é substituído o cárter completo com o filtro novo. Manter o fluido sempre no nível correto, usando sempre a especificação exata definida pela montadora, e trocar todo o óleo no período estipulado são providências que com certeza, evitarão quebras e anomalias no sistema.”
Freio, Suspensão e Direção
A suspensão dianteira é independente (foto 23) tipo McPherson, e os freios dianteiros com ABS/EBD utilizam discos ventilados. A troca do amortecedor é tranquila, pois o acesso à porca superior é livre (foto 24) e não há necessidade de remoção de nenhuma peça.
A direção conta com assistência elétrica, item aprovado por todos os entrevistados pela eficiência e melhor dirigibilidade. O conjunto caixa de direção e motor elétrico estão posicionados acima da travessa do agregado da suspensão. Além de não roubar potência do motor, elimina os problemas típicos apresentados pelos sistemas hidráulicos como vazamentos e desgaste de correias, mangueiras e bomba.
A suspensão traseira (foto 25) é independente, do tipo multlink. Os freios são a disco com ABS/EBD, e acionamento elétrico do freio de estacionamento, portanto para a troca das pastilhas, é necessário o uso de scanner para liberar as pinças. Roni elogia a posição inclinada dos amortecedores traseiros, que favorece bastante a sua remoção e substituição.
Os 3 reparadores são unânimes em destacar a robustez, e a facilidade na execução das rotinas de manutenção que envolvem a troca de pastilhas, discos de freio, rolamentos, cubos de roda, molas e amortecedores. A exceção fica por conta da porca superior do amortecedor traseiro, pois é necessário desmontar a forração lateral do porta-malas para acessá-lo (foto 26).
Roni faz um alerta sobre a importância de se executar um correto alinhamento (geometria) na dianteira e traseira, pois caso contrário, haverá um desgaste irregular dos pneus e reforça: “este carro do teste, apesar de ter rodado apenas 6.500 km, já apresenta indícios de desgaste irregular na banda de rodagem, portanto, a cada revisão, vale a pena conferir o alinhamento e balanceamento para prolongar a vida útil do pneu. O uso de um equipamento de alinhamento compatível e atualizado é muito importante.”
A unidade de comando e o corpo de válvulas do sistema ABS/EBD (foto 27) também têm fácil acesso e estão bem posicionados, do lado direito no cofre do motor.
Milton relata algumas ocorrências: “na parte eletrônica dos veículos BMW, um dos itens que mais dão trabalho envolve o sistema ABS, principalmente sensores e pastilhas. Muitas vezes o problema está relacionado a aplicações de peças paralelas em outras oficinas, e aí a solução é substituir pela peça original e configurar corretamente. As pastilhas de freio deste modelo contam com sensores de desgaste nas rodas dianteira esquerda e traseira direita.”
Ingo gostou do desenho das rodas aro 19 e o pneu 245/45 R19 da Continental, com tecnologia run-flat (foto 28). Porém faz uma ressalva: “roda grande e pneu de perfil baixo ficam bonitos na estética, mas funciona bem em pisos regulares. Aqui nas nossas ruas, acabam sobrecarregando a suspensão, pois absorvem menos o impacto, e as molas e amortecedores é que ‘seguram a bronca’.”
Outros componentes
Roni aprova o eficiente sistema de exaustão, que conta com 2 abafadores intermediários e um silencioso final, que proporcionam muito conforto acústico, e comenta: “eu não acredito que vamos ter muita manutenção nestes componentes, pois são confeccionados em aço inox. Mas quando for necessário, os acessos para substituição são simples.”
Milton observa que a substituição de lâmpadas dos faróis de xenon e lanternas é tranquila, (foto 29) mas alerta: “quando o problema envolve o módulo dos faróis, aí a conta fica cara, mas o acesso em si é tranquilo, sem muita interferência de outros sistemas. As caixas de fusíveis e relés ficam por dentro do carro, junto ao painel, e tem uma outra do lado direito do porta-malas.”
Milton registra ainda que a bomba de combustível e filtro de gasolina ficam dentro do tanque de combustível, e o acesso é feito pela parte de cima, sob o assento do banco traseiro.
Ingo anota ainda que no porta-malas, também fica instalada a bateria, que no caso deste veículo é especial, composta por gel. Estas baterias possuem uma maior capacidade regenerativa, ou seja, podem ser submetidas a ciclos de recargas e uso com maior frequência, principalmente pelo uso do sistema start/stop, e t