Finalmente a Audi começou a mostrar competência digna de esportividade nos modelos com motor turbo de 2.0L, ao apresentar os novos veículos da Série S, o Audi S3 e o Audi TTS. Retrabalhados, os propulsores desenvolvem agora, respectivamente, potência de 259 cv e 275 cv, e torque máximo de 330 Nm e 350 Nm.
Estes números revelam que são os veículos de quatro cilindros com motor 2 litros mais potentes disponíveis no mercado brasileiro e fazem jus a toda tecnologia incorporada do turbo e da injeção direta de combustível.
Segundo a Audi, o aumento de torque e potência, em relação ao motor 2.0L TFSI que equipa o A3, A4 e Q5, foram consequência direta do trabalho de remapeamento da central eletrônica e adoção de materiais mais resistentes no bloco do motor, comando de válvulas, biela e pistões, além do redimensionamento da pressão do turbo para 1.2 bar.
Em outras palavras, o que era bom ficou melhor ainda e, a primeira impressão é que os novos modelos esportivos ‘voam baixo’. E é o que ocorre. Segundo a Audi, o S3 vai de 0 a 100 km/h em 6 segundos, e o TTS em 5,2 segundos, na versão Coupe, e em 5,4 segundos, na Roadster (conversível).
No primeiro contato com o veículo, em uma pista de testes improvisada no Sambódromo de São Paulo, foi possível sentir a eficiência dos motores de 259 cv e 275 cv que equipam os novos Série S.
Abastecidos com gasolina Podium, da Petrobras, aceleramos em linha reta por cerca de 200 metros. O teste permitiu avaliarmos um novo dispositivo eletrônico, o Launch Control, que faz os Série S partir da imobilidade com o motor em giro de torque máximo.
Ativar o sistema é simples. Com o carro parado basta desligar o controle de estabilidade, pisar no freio e acelerar fundo. Neste momento a central eletrônica limita o giro do motor em 3.000 rpm (o torque máximo é atingido a 2.500 rpm e se mantém até a faixa de 5.000 rpm).
Para andar é só soltar o freio e pronto. Ao final dos 200 metros, a velocidade medida era de quase 120 km/h, uma aceleração média de 5,55 m/s², mais do que o suficiente para colar o corpo no banco. Impressionante a força do motor, que a cada troca de marchas fica cheio mais rapidamente e pede nova troca.
Pena que eram apenas 200 metros, pois o carro chega com facilidade aos 180 km/h. A velocidade máxima é de 250 km/h, limitada eletronicamente. “Sem isso, o TTS chega a 290 km/h”, revelou o presidente da Audi no Brasil, Paulo Sérgio Kakinoff. Para um motor 2.0, a marca é excelente.
Mais tecnologia
Não é só o motor que está recheado de tecnologia. Acoplado ao propulsor, os Série S saem de fábrica com câmbio automatizado de dupla embreagem de seis velocidades, o S-Tronic, e sistema quattro (tração 4x4 controlada eletronicamente).
O TTS possui ainda outros recursos, como os amortecedores eletrônicos (magnetic ride), com nanoesferas metálicas que, quando acionados, reduzem o curso do êmbolo nas curvas, mantendo a carroceria mais estável.
E, por falar em carroceria, a do TTS é uma obra prima, que combina alumínio e aço, e colhe como resultado a leveza que todo esportivo necessita. Na versão Coupe são 206 kg (140 kg de alumínio e 66 kg de aço) e no Roadster, mais pesado por questões estruturais, 251 kg.
Na composição final, os carros são leves, mas nem tanto, pois saem muito bem equipados, com sistema de ar-condicionado, bancos elétricos, air bags, faróis de xenon com sistema de lavagem, freios ABS com controle de tração e estabilidade, computador de bordo, e diversos outros mimos típicos de carro de luxo. Assim, o TTS Coupe pesa 1.395 kg e o Roadster 1.455 kg. Já o S3 tem 1.495 kg. Apesar disso, a relação peso/potência é digna de esportivo. No TTS Coupe fica em 5,1 kg/cv, e no Roadster, 5,4 kg/cv. No S3 é de 5,8 kg/cv.
Os recursos tecnológicos empregados fizeram, além de esportivos, econômicos, segundo a Audi. Com tanque de combustível de 60 litros, o S3 Sportback tem autonomia para rodar quase 900 km sem parar, no ciclo rodoviário, o que representa consumo de 15 km/l, algo impressionante, porém, irreal, pois ao volante de um carro como este, a última preocupação é com consumo.
O TTS é um pouco mais econômico ainda. Com a mesma quantidade de combustível (60 litros), roda até 937 km, no ciclo rodoviário, ou 15,6 km/l. Se para o S3, que tem preço sugerido de R$ 208.000 o consumo é o menos, no TTS, então, sem comentários. O Roadster custa ‘apenas’ R$ 299.000 enquanto o Coupe sai por singelos R$ 284.750. São caros, são para poucos, e são para quem gosta de esportividade, tecnologia e chamar atenção, em qualquer lugar do mundo.