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A Porsche apresentou um conceito genial e inovador para um motor de combustão de seis tempos. Os motores a combustão mais utilizados são os do tipo Ciclo Otto. Se você for um aficionado, talvez se recorde dos antigos motores dois tempos, que eram comuns em motocicletas, ou dos motores de Ciclo Atkinson, que são baseados no Ciclo Otto, mas oferecem maior eficiência
Os Engenheiros da Porsche acreditam ser possível adicionar outro curso de compressão e potência a esse processo. Em consulta a documentos protocolados no US Patent and Trademark Office descrevem isso especificamente como "seis cursos individuais que podem ser divididos em duas sequências de três tempos". As etapas adicionadas ocorreriam entre o curso tradicional de combustão e exaustão. A primeira sequência, então, seria admissão-compressão-combustão, seguida por compressão-combustão-escape. Sendo assim, em vez de produzir potência a cada 2 voltas do virabrequim, ele irá produzir potência a cada volta e meia — o ciclo completo terá 1.080 graus ou três voltas do virabrequim.
Esta segunda fase de compressão inserida no projeto do motor de 6 tempos visa “limpar” os gases da primeira combustão para resultar em emissões mais limpas e otimizar a eficiência termo energética, ao “re-comprimir” e queimar os resíduos do primeiro ciclo de combustão, o motor de seis tempos supostamente pode reduzir emissões sem a necessidade de sistemas de recirculação de gases de escape (EGR-Exhaust Gas Recirculation). Na prática, é uma forma mais elaborada e mais eficaz para se obter o que o sistema de centelha dupla como nos veículos Alfa Romeo “Twin Spark”.
As estimativas da Porsche são que o motor de seis tempos pode atingir até 50% de eficiência térmica, comparado aos 35% dos motores de quatro tempos da atualidade. Para conseguir adicionar dois tempos ao motor, a Porsche usou um virabrequim que gira em uma engrenagem planetária, mas também gira ao redor de seu próprio eixo por meio de um anel concêntrico onde são afixadas as bielas
Essa configuração altera o centro de rotação, reduzindo sutilmente a trajetória do pistão para um ponto morto inferior mais baixo durante os movimentos adicionais. O objetivo dessa configuração é mudar o centro de rotação, deslocando-o ligeiramente para reduzir a trajetória do pistão para um centro inferior mais baixo durante as fases adicionais. Como resultado, a compressão do motor também é alterada (sim: na prática o motor varia a taxa de compressão), e o motor passa a ter dois pontos mortos superiores e dois pontos mortos inferiores.
Em resumo, esse design tem o potencial de gerar mais potência com melhor eficiência. Em um motor típico, apenas um curso em quatro tempos realmente produz potência. Isso muda a fórmula para um curso em três, e queima a mistura mais completamente. Claro, a desvantagem é a complexidade adicional. Se os ganhos são suficientes para justificar o design ainda está para ser visto.
Como ocorre com muitas patentes, é possível que esta nunca seja realmente concretizada. Embora seja uma ideia interessante, o mais relevante é que ela indica que a Porsche está se esforçando intensamente para descobrir formas de manter os motores a combustão em funcionamento, mesmo diante da crescente pressão pela transição para a energia elétrica