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Cada vez que leio um artigo técnico ou de engenharia sobre os princípios da eletricidade, Lei de Ohm, fórmulas, entre outros assuntos ligados ao tema, mais me pergunto: Será que o reparador conseguirá transformar a parte teórica em parte prática sozinho? Tenho que admitir que a teoria seja necessária, porém muito se fala e pouco se faz.
Para ajudar aquele profissional que sempre se interessou pela parte elétrica de um automóvel, mas sempre achou que isso tudo era um ‘bicho de sete cabeças’, aqui vai mais uma série de matérias sobre o tema, que nos meses anteriores serviu para explicar a reforma e testes dos motores de partida.
Na oficina
Podemos definir que a parte elétrica nada mais é do que um liga e desliga!
E você deve se perguntar: ‘liga e desliga? Como assim?’ Pois bem, vamos considerar esta afirmação devido à seguinte analogia: Numa residência, ao ligar o interruptor da sala de estar, a luz do teto se acende. Ao ligar o interruptor da cozinha, a luz também se acende, e vice-versa. Isto ocorre por que a energia elétrica estava pronta para alimentar a lâmpada, bastando apenas que uma pessoa feche o contato do interruptor (lig/desl).
Teste de bateria: nada mais é do que um liga-desliga
Ao transferir este princípio a um veículo, ao ligar o interruptor dos faróis, eles se acendem, assim como a luz do painel, placa traseira e lanternas. Ao ligar o botão do rádio, ele começa a funcionar, e etc. Pode parecer óbvio, mas a energia elétrica (12v) vinda tanto da bateria (veículo desligado), quanto do alternador (veículo ligado), está de prontidão no chicote elétrico antes do interruptor, no aguardo do fechamento do contato em determinado momento, para que exista a continuação da alimentação até o determinado consumidor. Esta sistemática pode ser utilizada tanto nos veículos antigos, como nos de tecnologia moderna, adeptos da multiplexagem, porém nestes, com caminhos diferentes a serem percorridos no sistema.
Mesmo assim, o liga/desliga deverá ser considerado sempre como o básico, o princípio de tudo!
Início
Numa residência brasileira a energia elétrica é conseguida através de geradores que dependem da força e fluxo de água das hidrovias e redes fluviais, que posteriormente é enviada a estações de distribuição, rede elétrica (fios), transformadores, até chegar ao valor adequado (110 ou 220 volts) para serem entregues.
Nos automóveis tudo inicia na bateria, que possui duas importantes funções: a de fornecer energia quando o motor a combustão está desligado e a de estabilizar o sistema elétrico quando o alternador está a alimentar os consumidores (motor ligado). Numa situação de consumo comum (veículo em movimento, rádio ligado, limpadores de pára-brisas funcionando, entre outros, a parte elétrica fica como um mar revolto, a necessitar de algo que acalme isso tudo. Por isso a bateria acaba por estabilizar o sistema.
Segundo as literaturas técnicas que abordam o tema, o sentido de fluxo dos elétrons (carga negativa), inicia do pólo – para o +, ou seja, ‘nasce’ do terra a vai para o positivo. Na oficina esta ordem dificilmente é aceita, pois naturalmente temos uma pré-disposição a considerar o contrário, ou seja, do positivo para o negativo! Portanto peço a você que está lendo esta matéria, que escolha a maneira em que se sinta mais a vontade para trabalhar.
Para explicar como a energia elétrica nasce na bateria é simples: O pólo negativo deverá estar muito mais cheio de carga em comparação ao pólo positivo (maior quantidade de elétrons). Ao dar a partida, houve a necessidade por consumo certo? Pois bem, logo uma parte desta carga irá correr em direção ao lado positivo, passando antes pelo motor de partida, que possui a própria carcaça como terra! Isto ocorre porque na natureza tudo tende a se equilibrar, sempre. Teoricamente, após uma partida a bateria descarrega, pois houve uma fuga/corrida de carga do negativo para o positivo. Para que a bateria não fique com os dois pólos carregados igualmente (que na prática seria uma bateria descarregada), existe um camarada chamado alternador, que provoca o retorno desta carga que acabou de ‘correr’ do pólo negativo para o positivo, de volta para o negativo! Assim a bateria estará novamente carregada.
Com um pouco de criatividade, o reprador pode montar a própria lâmpada teste
Estas transformações apenas são possíveis devido à bateria ter as placas internas mergulhadas em solução química, que ocasiona esta troca mediante o fluxo de energia vinda do alternador (retorno/motor ligado) ou também quando em fornecimento (saída/motor desligado).
No soquete de plástico, o negativo está encostado na base metálica da lâmpada
Testes
Para visualizar tudo isso que falamos, utilizaremos uma simples lâmpada de testes. Se não tiver uma, basta fazê-la da seguinte maneira: Consiga uma lâmpada simples, de 12 volts, fios, soquete (que pode ser metálico ou plástico) e um contato lig/desl. (opcional).
Com a lâmpada devidamente montada, encoste o fio que sai do soquete (terra), para o negativo da bateria (pólo -) e o fio que sai da parte de baixo da lâmpada/soquete para o positivo da bateria (pólo +). A lâmpada deverá acender. Caso você queira colocar uma chave liga/desliga no meio do circuito, ela poderá estar em série tanto do lado positivo, quanto do negativo.
Obs: Para identificar o fio negativo no caso do soquete ser de plástico, ele será o que está encostado na lateral da base metálica da lâmpada.
Portanto amigos, de maneira muito, mas muito simples, aqui se inicia a parte elétrica de um automóvel!