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O amaciamento de uma motocicleta zero quilômetro ou usada que teve seu motor retificado é necessário. O que muda entre elas são as regras que devem ser ditadas pelos fabricantes, orientadas pelos vendedores ou prestadores de serviços e seguidas pelos clientes, porém essa relação não é tão simples assim.
Como amaciar a moto? Durante a “entrega técnica”, que é o momento onde o cliente recebe a orientação sobre a motocicleta ou o serviço executado, ele deveria ter acesso aos procedimentos de amaciamento e saber as vantagens para a vida útil do motor e também para o seu bolso, mas nem sempre isso acontece. A informação do manual de proprietário é uma boa dica, porém às vezes não é passada. O que se observa é que o polêmico assunto “amaciamento de motor” não é tão importante como deveria e a cada dia ganha uma versão nova.
Algumas práticas populares que não estão no manual do fabricante:
Amaciar o motor conduzindo o veículo só em velocidades altas, amaciar somente andando em marchas mais curtas com a rotação do motor mais elevada, ou conduzir a moto sempre em velocidades baixas.
Veja o que dizem alguns fabricantes sobre o amaciamento de motor:
Fonte: manuais do proprietário
Suzuki (Yes 125cc)
Nos 800 km iniciais rodar abaixo de 5.000 rpm.
Até 1.600 km rodar abaixo de 7.500 rpm.
Acima de 1.600 km rodar abaixo de 10.000 rpm.
Yamaha (Crypton 2010)
De 0 km a 150 km, evite funcionamento prolongado acima de um terço de volta do acelerador, após cada hora de funcionamento desligue o motor e deixe esfriar por cinco a dez minutos, varie a velocidade do motor. De 150 a 500 km evite o funcionamento prolongado acima de meia volta do acelerador. De 500 a 1000 km evite o funcionamento prolongado acima de três quartos de volta do acelerador.
Honda (C100 Biz)
Durante os primeiros 500 quilômetros, conduza a motocicleta de modo que o motor não seja solicitado excessivamente, evitando acelerações bruscas e esforços desnecessários.
O que acontece no motor durante o funcionamento:
O padrão das folgas internas é importante para reduzir ruídos e vibrações, também assegurar vida longa ao motor. O motor funciona da seguinte maneira: o conjunto pistão-anéis, em seu movimento alternado, sofre as forças laterais atuantes que são responsáveis pelo aumento das resistências passivas entre o conjunto em movimento e o cilindro. Quanto maior for o seu valor, menor será sua potência efetiva, com a finalidade de diminuir o atrito. Os engenheiros calculam os ajustes entre as peças móveis prevendo um espaço para o óleo e a dilatação térmica.
Para a montadora fabricar um motor com inúmeras peças que geralmente são produzidas por diferentes fornecedores, é muito complicado e caro assegurar uma medida exata em cada componente, por isso é adotada a tal da tolerância, onde cada peça considerada “em conformidade” pode ter diversos tamanhos, porém não visíveis a olho nú. A diferença é de milésimos.
Sendo assim, a montagem do motor é assegurada e confiável, porém requer um período de utilização mais branda para que haja uma acomodação perfeita do conjunto, por que as folgas são muito reduzidas.
Para se ter ideia das solicitações impostas ao conjunto de pistão e anéis em uma Yamaha 125 YBR, quando o motor atinge 10.000 rpm, a velocidade média do pistão é próxima aos 65 km/h, motivo suficiente para não se acelerar a altas rotações quando o motor estiver em neutro. Motos submetidas a estas condições apresentam riscos no cilindro e pistão, e por volta dos 3000 km passam a consumir muito óleo de motor e carbonizar o pistão.
Por outro lado, localizar a informação de como amaciar o motor nem sempre é fácil, e os manuais não são muito objetivos.
Problemas diagnosticados nos motores pós-reparados:
Fazer o motor é relativamente fácil, diagnosticar a causa do problema e saber qual a folga de ajuste recomendada pelo fabricante para o conjunto pistão e cilindro em cada modelo de moto muita gente desconhece. Normalmente o serviço é terceirizado para oficinas retificadoras que padronizam um valor de folga de ajuste e adotam para todos os motores que são trabalhados no dia a dia e o resultado só poderá ser: motor que irá durar pouco, queima de óleo, aumento nas emissões acarretando até reprovação na inspeção de gases e o pior o cliente insatisfeito.
Dicas de pré e pós-reparo de motor:
Antes de retificar um motor, analise a causa do defeito, não proceda imediatamente o reparo, pois pode ser que o problema volte após a retifica.
CONFIRA:
Folga entre os rotores da bomba de óleo;
Pressão do óleo;
Use peças de boa qualidade, pistões de marcas desconhecidas podem deformar-se na dilatação e provocar ruído no motor ou até travar;
Antes de montar as peças que chegaram da retífica é necessário conferir a folga de ajuste. Nunca monte um motor fora da tolerância. Motor muito justo pode travar; motor muito folgado faz barulho e queima óleo;
Monte o motor com todas as peças limpas;
Troque o óleo e o filtro do motor;
Limpe o filtro centrífugo de óleo.