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Antes de tratarmos os porquês deste cambio com uma tecnologia extremamente avançada ser taxado como problemático, vamos entender um pouco melhor sobre o funcionamento do sistema.
O câmbio DSG-7 (Direct-Shift-Gearbox) da Volkswagen é um tipo de câmbio automatizado de dupla embreagem. Ele é denominado "a seco" porque utiliza embreagens secas igual um veículo com câmbio manual, em vez de um sistema de embreagens imersas em óleo, para resfriar e lubrificar as embreagens.EsseCâmbio utiliza uma lubrificação mínima, o que resulta em um sistema mais leve e compacto. como em alguns outros modelos de câmbio automático.
O sistema é composto por duas embreagens que trabalham de forma independente: uma controla as marchas ímpares (1ª, 3ª, 5ª, 7ª) e a outra as marchas pares (2ª, 4ª, 6ª). Ambas as embreagens são operadas por atuadores hidráulicos ou eletromecânicos, o que proporciona uma troca de marchas de maneira mais rápida, eficiente e sem interrupções.
Exatamente essa extrema eficiência na troca de marchas geram a vantagem deste modelo de transmissão, o que resulta em uma condução mais dinâmica e eficiente, além de uma economia de combustível. Quando o motorista acelera ou desacelera, a embreagem já está pronta para engatar a próxima marcha, sem a necessidade de interromper a força do motor, como ocorre nos câmbios automáticos convencionais.
Já no quesito manutenção, o câmbio DSG-7 exige atenção técnica especializada, principalmente devido à sua complexidade e ao fato de não ser um sistema convencional. Entre os cuidados necessários, destaca-se a troca periódica do fluido de transmissão, que deve ser substituído a cada 60 mil km ou 3 anos. Visto que o câmbio não possui o mesmo tipo de manutenção convencional que outros câmbios automáticos tradicionais, e a falta de troca do fluido pode causar superaquecimento e desgaste prematuro dos componentes internos.
Além disso, o DSG-7 é muito sensível à qualidade do óleo utilizado e à precisão do procedimento de troca. Caso o procedimento não seja seguido corretamente, pode ocorrer falhas no funcionamento do câmbio, com problemas de troca de marchas em momentos incorretos,trancos, engate só de marchas pares ou só das marchas ímparesocasionando danos às embreagens.
Um ponto importante é a necessidade de um diagnóstico preciso. Problemas no câmbio DSG-7 podem ser complexos e exigir ferramentas de diagnóstico avançadas para identificar falhas no sistema de atuação das embreagens ou em seus componentes eletrônicos, a famosa e temida mecatrônica.
Entrando no mérito de problemas do câmbio DSG-7. Os mais comuns geralmente estão relacionados ao desgaste das embreagens e ao sistema de atuação. Como o câmbio utiliza embreagens secas, elas podem um sofrer desgaste acentuado, especialmente se o veículo for conduzido de forma agressiva ou se a manutenção não for realizada corretamente. Entre os problemas mais comuns estão:
- Engates bruscos ou "trancos": Pode ser causado por desgaste das embreagens, ou problemas no módulo de controle eletrônico.
- Desempenho irregular: Falhas nas trocas de marchas, onde o carro pode hesitar ou falhar ao passar de uma marcha para outra, “travando” entre marchas pares ou ímpares. Isso pode ser causado por falhas no sistema de controle eletrônico ou desgaste excessivo nas embreagens.
- Sobreaquecimento: O DSG-7 não tem um sistema de resfriamento dedicado, o que significa que ele depende da qualidade do fluido para que possa trabalhar na temperatura ideal de funcionamento. O uso inadequado ou a falta de troca de fluido pode levar a um aumento de temperatura, comprometendo o funcionamento do câmbio e causando danos.
Esses problemas podem ser causados tanto por falhas no processo de manutenção quanto pelo uso inadequado do veículo.
O DSG-7 é considerado problemático principalmente devido à sua complexidade e aos custos elevados de manutenção. Embora ofereça desempenho excelente, ele exige cuidados constantes e manutenção especializada, o que pode ser não só um desafio mais um impeditivo para muitos reparadores e proprietários de veículos.
Além disso, o câmbio tem uma vida útil mais curta quando comparado a câmbios automáticos tradicionais, especialmente se a manutenção não for seguida à risca. Os custos com peças de reposição, como as embreagens e os componentes eletrônicos, são elevados, o que torna o reparo um processo caro e complexo.
Outro ponto que contribui para sua reputação como "problemático" é o fato de que, quando ocorre uma falha significativa, pode ser necessário substituir todo o conjunto de embreagens ou até mesmo o módulo de controle, o que implica em um custo elevado e um tempo de inatividade do veículo.
A Temida mecatrônica do DSG-7 é um módulo eletrônico centralizado que gerencia o funcionamento de todos os componentes do câmbio, incluindo as embreagens, os atuadores e os sensores. Essa unidade é composta por um conjunto de circuitos eletrônicos, atuadores e válvulas hidráulicas que operam em conjunto para garantir a troca de marchas da maneira mais eficiente possível.
O principal papel da mecatrônica no DSG-7 é:
- Controle eletrônico das embreagens: A mecatrônica controla a atuação dos dois atuadores que operam as embreagens, alternando de forma precisa para a troca de marchas. Isso envolve o controle de pressão do fluido de transmissão e o tempo de engate das embreagens.
- Gestão da troca de marchas: A mecatrônica analisa diversos parâmetros do veículo, como a rotação do motor,pressão de óleo, a velocidade do veículo e o comportamento do motorista (aceleração, desaceleração) para determinar o momento exato de troca de marcha. Com isso, elaproporciona trocas de marchas rápidas e suaves, otimizando a performance e o conforto prevenindo falhas.