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Com a evolução tecnológica, estamos cada vez mais obtendo maiores potências e torques e menores níveis de emissão de poluentes e consumo a cada novo projeto de motor, ou a cada atualização realizada nos atuais.
Por este motivo os motores estão ficando menores, com menor vibração, porém mais flexíveis que os antigos, e quando em trabalho, têm uma deformação elástica muito maior que nos projetos anteriores que utilizavam blocos e eixos extremamente rígidos.
Estas modificações estão levando os motores e seus componentes a limites que nunca foram atingidos, e nestas novas solicitações, os sistemas de arrefecimento e lubrificação estão extremamente carregados, então este conjunto de condições leva a formação de BORRA no interior do motor.
Esta borra é gerada por contaminação do óleo por combustível, por reações químicas devido à qualidade do óleo e combustível, períodos de troca do óleo além do recomendado, óleo fora da especificação adequada ou pela forma de utilização do veículo que propicia condições de formação de borra.
Com isto ocorreu para alguns componentes a necessidade de ficarem mais leves e flexíveis, e em alguns casos, novos materiais passaram a ser aplicados, como fibra de carbono em juntas de cabeçote, adesivos plásticos em tampas de cárter, além de parafusos especiais no cabeçote, bielas, mancais, volantes etc.
Muitas vezes para fazer a limpeza dos sistemas de lubrificação após detectado o excesso de borra temos que realizar a remoção do cabeçote, porém para reinstalar este cabeçote, necessitamos trocar os parafusos, que são elásticos, ou seja se deformam após a aplicação.
Podemos visualizar o parafuso elástico com algumas peculiaridades, desta geração de parafusos nas figuras ao lado. Neles temos normalmente o corpo com diâmetro menor que o diâmetro da rosca, e próximo à cabeça visualizamos um “colarinho” ou anel também com o diâmetro maior que o corpo para permitir sua identificação.
Após aplicados, os parafuso elásticos recebem uma deformação distribuída por todo o corpo inclusive na região da rosca. A deformação da rosca é visível quando colocamos um parafuso usado contra o outro, pois o fio de rosca deforma não permitindo o casamento de uma rosca contra a outra.
Nesta situação uma parte do parafuso apoia-se sobre o outro e na outra parte, o fio de rosca não permite o encaixe devido ao aumento no espaçamento entre eles.
Necessitamos para montar estes motores de um torquímetro aferido, e um medidor de aperto angular, e se corretamente montados a junta deve ter a mesma durabilidade de uma junta original que vem aplicada no veiculo.
Para evitar a formação de borra devemos utilizar o lubrificante recomendado pelo fabricante, realizar a troca nos períodos recomendados, utilizar o combustível correto e com procedência garantida, fazer as manutenções conforme o manual do proprietário, e utilizar o veículo para a aplicação para o qual foi projetado.
Rodolfo Cafer
Responsável pela assistência técnica
Mahle Metal Leve