O sistema Mercedes-Benz Bluetec 5 Fase 2 Implementado no Brasil no ano de 2014, o sistema Mercedes-Benz fase 2 é também conhecido como Liquid Only, pois trabalha apenas com líquido, ou seja, sem o uso de ar comprimido, assim como a fase 1 da linha. Outra diferença são as pressões do sistema. No sistema fase 1 tínhamos pressões entre 5 e 6 Bar. Já no sistema fase 2 temos entre 9 e 10 Bar de pressão. Além disso, na fase 1 a unidade eletrônica de controle do sistema era separada da unidade de bombeamento. Já na fase 2 as placas eletrônicas são integradas à DCU. É um sistema relativamente simples, possuindo motor elétrico e diafragma, válvulas direcionadoras e placas eletrônicas em seu interior, além do compartimento do filtro, popularmente chamado de copo. Os principais elementos e conexões externas são:
Placas eletrônicas de controle da DCU;
Conexões elétricas com a Dosadora;
Conexões elétricas com o módulo MR – Motor;
Compartimento do motor elétrico e bomba de diafragma;
Entrada de ARLA do reservatório – linha de sucção;
Saída de ARLA para a dosadora – linha de pressão;
“Copo” dos elementos de filtragem.
O sistema conta também com um dosador externo, como ocorre também nos demais sistemas. É necessário conectar tais elementos para uma simulação e validação em bancada para que as pressões sejam geradas e mantidas. A sequência básica de operações envolve a unidade de bombeamento succionar o reagente do reservatório, através do sensor de nível com um duto de sucção, e gerar pressão no sistema. A pressão é gerada e encaminhada para a dosadora do sistema. Diferente de outros sistemas, o retorno do reagente ocorre através do dosador. Há um duto de retorno para o reservatório direto no dosador. Sendo assim, no sistema Bluetec fase 2 todos esses elementos devem atuar em conjunto para que haja a geração de pressão necessária.
Elementos internos do sistema
Como em toda DCU dos sistemas SCR, o “coração” da unidade de bombeamento é o motor elétrico que aciona a bomba de diafragma e gera a pressão do reagente no interior da bomba e das conexões. Esse motor, em rotação máxima, succiona o reagente do reservatório e gera uma pressão de até 10 Bar na linha da dosadora. Cristalização ou desgaste/rompimento da membrana são falhas que podem ocorrer nesse importante elemento interno. Além disso, uma falha elétrica também pode ocasionar a falta de acionamento total ou baixa rotação do motor elétrico. A localização da bomba de diafragma é logo acima do compartimento do filtro e dos acoplamentos dos dutos de entrada e saída de ARLA. Graças a esse projeto aliado ao trabalho da válvula direcionadora, é possível gerar as pressões ideais do sistema.
Os elementos da válvula direcionadora podem ocasionar uma das falhas mais recorrentes do sistema Bluetec 5 Fase 2 – perda de pressão do reagente. A perda de pressão é de fato a falha mais comum desse sistema, podendo ter diversas causas, mas uma causa recorrente são esses elementos da válvula direcionadora. Acoplado logo na saída do diafragma da bomba elétrica, o conjunto da válvula direcionadora conta com alguns pequenos anéis de vedação de borracha. O rompimento, desgaste ou montagem incorreta de tais vedações frequentemente ocasionam a perda de pressão do sistema.
Eletrônica Embarcada do Sistema
Como mencionado, no sistema Bluetec 5 Fase 2 as unidades eletrônicas de controle estão acopladas à DCU. No compartimento superior, abaixo da tampa metálica, encontramos a primeira delas (a direita na imagem). Ela é conectada através de plug de engate à segunda placa na parte inferior da DCU (a esquerda na imagem). Ambas de correlacionam, dividindo tarefas entre comando e monitoramento da bomba de diafragma, controles para a dosadora, monitoramento de pressões e comunicações com o módulo do motor. Há uma ligação a nível lógico entre elas, sendo que em alguns casos, não é possível substituir apenas uma unidade eletrônica, mas sim o par. Alguns problemas recorrentes no sistema estão na eletrônica embarcada, em especial, retornos que danificam a fonte de alimentação dos circuitos.
Cuidado importante na Montagem
Um erro recorrente na montagem dos elementos do sistema e nas manutenções periódicas ocorre na troca dos elementos de filtragem, no interior do “copo”. Ao trocar o filtro de ARLA, é comum deixar de acoplar a membrana de vedação do filtro, antes de fechar o “copo” do suporte. Isso acontece quando o reparador somente coloca a membrana de vedação no copo, e deduz que ao rosquear o copo do filtro a vedação será feita. Essa falha de verificação pode causar dano à unidade dosadora e perda de pressão, além de vazamento do ARLA. O procedimento correto é acoplar a membrana de vedação primeiro, encaixá-la no sulco na base metálica e só depois rosquear o “copo”.
Ao final das manutenções, podemos verificar a geração de pressão correta na linha, estanqueidade do sistema e dosagem completa utilizando ferramenta de funções especiais em bancada.