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O sistema gerenciamento eletrônico de combustível começou a ser desenvolvida no final dos anos 1950 pela Bendix Corporation. A empresa vendeu seu sistema chamado Electrojector para a American Motors Corporation (AMC), que tinha planos de equipar o modelo Rambler Rebel com essa tecnologia. No entanto, apenas os carros de pré-produção foram equipados com o sistema, sem que nenhum deles chegasse ao mercado. Embora o Electrojector funcionasse bem em temperaturas amenas, enfrentava problemas de partida em climas frios.
Em 1958, a Chrysler, em parceria com a Bendix, aprimorou o sistema e o introduziu em modelos como o Chrysler 300D, DeSotoAdventurer, Dodge D-500 e Plymouth Fury da linha de 1958. Esses são considerados os primeiros veículos da história a contar com injeção eletrônica de combustível. Porém, o desempenho ainda era insuficiente. As limitações tecnológicas dos circuitos eletrônicos daquela época, dificultava a administração instantânea da alimentação do motor. No total, apenas 35 veículos foram equipados com o sistema, e muitos deles acabaram sendo convertidos para carburadores de corpo quádruplo.
Com o fracasso do Electrojector, a Bendix vendeu suas patentes para a Bosch, que as utilizou para desenvolver o sistema D-Jetronic. Esse novo sistema estreou no VW 1600TL/E — a versão alemã do nosso conhecido fastback TL. O D-Jetronic era mais avançado, utilizando um sensor de velocidade e densidade do ar na admissão para calcular o fluxo de massa de ar e, assim, determinar a quantidade ideal de combustível a ser injetada. Posteriormente, o sistema foi adotado em outros modelos icônicos, como o Mercedes-Benz Classe S, Porsche 911, Citroën, Saab e Volvo.
A Chegada da Injeção Eletrônica no Brasil
No Brasil, o cenário foi um pouco diferente. Devido às políticas de importação fechadas durante grande parte das décadas de 1970 e 1980, a chegada da injeção eletrônica aos carros nacionais demorou mais tempo. Enquanto a Europa e os Estados Unidos já desfrutavam dos benefícios dessa tecnologia, o mercado brasileiro ainda dependia amplamente dos carburadores.
Foi apenas em 1988 que o Brasil viu a introdução da injeção eletrônica no Volkswagen Gol GTi, apresentado no Salão do Automóvel daquele ano. O Gol GTi, contava com motor 2.0 litros e sistema de injeção eletrônica Bosch LE-Jetronic, representou uma mudança significativa na indústria automotiva nacional, sendo o primeiro carro nacional a adotar essa tecnologia. O modelo se tornou um ícone, tanto pela inovação quanto pelo desempenho superior ao que era oferecido à época.
Desafios para Reparadores e Mecânicos
A chegada da injeção eletrônica foi um grande desafio para os reparadores automotivos brasileiros. Acostumados com o funcionamento dos carburadores, os profissionais tiveram que se adaptar rapidamente à nova tecnologia. O sistema de injeção eletrônica operava de forma completamente diferente, exigindo conhecimento técnico avançado e a utilização de equipamentos de diagnóstico especializados, algo raro nas oficinas da época.