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Temos recebido muitas mensagens e e-mails de reparadores que possuem dúvida sobre o uso do osciloscópio como ferramenta de diagnóstico automotivo. Dentre tantos questionamentos, sempre tem um que se repete: “como escolher um osciloscópio e qual a diferença para os equipamentos automotivos?”
Bem, esse assunto é bastante complexo e tentarei trazer meu ponto de vista pessoal numa linguagem simples, evitando a princípio termos mais técnicos. Não que estes sejam desinteressantes, mas abordaremos alguns conceitos de forma acessível para um entendimento imediato, sobretudo para os profissionais que estão dando seus primeiros passos no assunto. Posteriormente, o reparador poderá acessar o “Fórum Oficina Brasil/ Diagnóstico Automotivo Avançado/ Casos de Estudo” e se aprofundar neste assunto.
OSCILOSCÓPIO DE A a Z
Em uma rápida pesquisa, encontramos dezenas de equipamentos à venda. Há opções para todos os tipos de uso e gosto: portáteis e de bancada, de um ou mais canais e etc. Os preços variam de R$ 10,00 a R$ 50.000,00 ou mais. Diante de tantas variáveis, vamos destacar dois pontos que poderão ajudar o reparador na hora de adquirir o seu equipamento:
• Finalidade de uso.
Observamos na pratica que reparadores que usam um osciloscópio para efetuar diagnóstico no pátio da oficina preferem equipamentos portáteis ou de uso junto a um notebook/Pc. Um osciloscópio usado em bancada eletrônica, quase sempre superior em qualidade e quantidade de funções, pode não se ajustar bem a este tipo de uso. Porém, este equipamento é ideal para profissionais que trabalham por exemplo, com reparação de unidades de comando eletrônico (ECU).
O reparador que atua no pátio da oficina precisa de mobilidade com seu equipamento para poder efetuar os mais variados testes nos sistemas embarcados. Se ele não opta por um equipamento portátil, que possibilita realizar serviços mesmo fora da sua oficina, acaba escolhendo um equipamento que funcione junto ao notebook ou computador. Um computador com uma tela de monitor maior que 14¨ possibilita o monitoramento dos gráficos a uma curta distância do reparador, deixando-o livre para manusear as sondas de teste. Outra vantagem em relação ao equipamento de bancada é a possibilidade de usar recursos do sistema operacional Windows para filmar um diagnóstico (útil em análise de panes intermitentes), capturar imagens dos testes, acessar os diagramas elétricos ou o software do scanner automotivo (se usado junto ao pc), imprimir testes, etc.
• Quanto estou disposto a investir? - Como já foi dito, existem equipamentos que custam a partir de R$ 10,00 (dez reais). À medida que se aumenta a quantidade de funções no aparelho, a qualidade (precisão) do hardware e a quantidade de acessórios, proporcionalmente o preço também aumentará.
E entramos então numa questão bem delicada: um bom profissional que presta um serviço com excelência não deve dispor de ferramentas precisas e de qualidade? Certamente que sim. Ferramentas de boa qualidade fazem sem dúvida a diferença no resultado final do diagnóstico.
Por outro lado, não podemos esquecer dos estudantes, daqueles que estão ingressando agora no mercado automotivo ou mesmo daqueles profissionais experientes, que mesmo carregando algumas dúvidas e questionamentos, mergulham fundo nesta cultura do diagnóstico automotivo avançado. Nestes casos, o equipamento de R$ 10,00 que é apelidado por alguns de “osciloscópio caseiro”, atende de forma didática o reparador automotivo. Simples testes de sensores ou a familiarização com os comandos do aparelho são possíveis com este pequeno circuito eletrônico que é ligado à entrada de áudio de um notebook (mais informações sobre este equipamento o leitor encontrará na seção CASOS DE ESTUDO do Fórum Oficina Brasil). A ideia é que à medida que o profissional vá se qualificando e dominando as técnicas de uso do osciloscópio, troque seus aparelhos por outros com mais recursos que lhe atendam em seu novo patamar de conhecimento.
Certamente há oficinas que atuam em praças mais rentáveis, ou que tiveram por méritos um bom planejamento financeiro, e por consequência dispõem de recursos em caixa para investir em bons equipamentos, ou ainda possuem acesso a uma linha de crédito de baixo custo. Porém, na atual crise econômica que atravessamos, muitas oficinas de pequeno porte cautelosamente diminuíram seus custos e investimentos, e tentam se adaptar à realidade. Esta tem sido a opção que alguns participantes do fórum OFICINA BRASIL vêm praticando há anos, ou seja, uma solução inclusiva para toda a classe reparadora que quer aperfeiçoar-se nas práticas de diagnóstico.
OSCILOSCÓPIO DE USO GERAL x OSCILOSCÓPIO AUTOMOTIVO
O osciloscópio é um instrumento de medida de sinais elétricos, que apresenta os resultados da medição na forma gráfica nos eixos X e Y, comparado ao plano cartesiano. E também não é assim no “osciloscópio automotivo”? E qual seria a diferença então?
O osciloscópio automotivo difere do de uso geral (tanto o de uso no PC ou bancada) principalmente no software (ambiente de trabalho) e sondas de teste. Nele tudo é pensado para dar mais agilidade aos processos. Uma interface intuitiva com testes pré-selecionados, banco de imagens inseridos na memória do aparelho, gerador de sinais de sensores automotivos e possibilidade de imprimir os gráficos prometem otimizar o tempo de diagnóstico e assim o fazem. Alguns fabricantes de equipamento usam o termo “osciloscópio automotivo analisador de motor”, para diferenciar dos demais equipamentos do mercado.
Já os equipamentos de uso geral podem ser usados nos testes automotivos, porém há uma necessidade de algumas adaptações. Reparadores da seção casos de estudo do Fórum fabricam suas próprias sondas de testes, compartilham seus projetos, trocam experiências e mostram os resultados positivos dos diagnósticos.
CARACTERÍSTICAS |
OSCILOSCÓPIO AUTOMOTIVO |
OSCILOSCÓPIO USO GERAL |
Hardware (parte física do equipamento) |
Preparado para o ambiente “hostil” da oficina. Muitos possuem proteções contra quedas, líquidos, temperatura. Alguns são portáteis. Ergonômicos. Alta qualidade. Proteção contra alta tensão. |
Baixa robustez. Suscetível às interferências eletromagnéticas do sistema de ignição. Há opção de equipamentos portáteis. Podem ser encontrados equipamentos de baixo custo que funcionam com um PC. |
Software |
Configurações pré-selecionadas. Testes direcionados a componentes. Biblioteca inserida no software. Impressão de relatórios. Gravação de dados. Gerador de sinais para teste de sensores. |
Configuração manual das funções. Possibilidade de criar a própria biblioteca. Impressão de relatórios. Possibilidade de criar as configurações pré-ajustáveis. Gravação de dados. |
Sondas de testes e transdutores |
Desenvolvidas especialmente para o equipamento. Fácil ajuste. Alguns equipamentos já compensam o tempo de resposta dos transdutores de pressão. Custo considerável. Valores de pressão dos transdutores obtidos com precisão na tela do aparelho. |
Sondas X1 e X10 universais. Configuração para garra amperimétrica pode não estar disponível alguns modelos. Baixo custo. Necessário a fabricação e adaptação de alguns transdutores para testes de pressão. |
Suporte técnico |
Equipe focada no setor automotivo. Possibilidade de treinamento via fábrica. Suporte às operações básicas e ajustes do equipamento. Garantia se comprado no Brasil. |
Suporte às operações básicas do software e ajustes do equipamento. Garantia se comprado no Brasil. |
Para finalizar, um quadro comparativo entre os dois tipos de osciloscópio que tenta resumir nossa matéria de hoje, que mostra algumas características que observamos na prática.
Cabe ao profissional entender qual é a sua real necessidade, pesquisar junto aos fabricantes de equipamentos e ouvir opiniões pessoais de quem tem um equipamento igual ao que se deseja adquirir.
O osciloscópio, seja ele qual for, requer muita dedicação. Então estudem bastante e procurem bom cursos. Invistam na sua carreira profissional. E não esqueçam de acessar o Fórum oficina brasil/Diagnóstico Automotivo Avançado/CASOS DE ESTUDO. Até a próxima.