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O visual do modelo comercializado no Brasil entre 1997 e 2003 dispensa apresentações, o conjunto frontal de grade e faróis com inclinação negativa o torna muito imponente. O carro chama atenção por onde passa e é muitas vezes confundido com BMW, que utilizava linhas bem parecidas nos modelos mais antigos.
A sexta geração do modelo chegou ao Brasil em 1995 nas versões ES com motor quatro cilindros de 2.4l e GS com motor 2.0 V6 24v de 150cv. A partir do segundo trimestre de 1997 foi lançada no país a oitava geração, já disponível no Japão desde 1996, onde foi eleito melhor carro por duas vezes consecutivas, 1996 e 1997. Esta foi produzida até 2004 e tivemos por aqui as versões ES e Supersaloon com motor quatro cilindros 2.4l e 2.0l 16v, e a top de linha VR, com o V6 24v de 2.5l que desenvolve 163cv, fazendo de 0 a 100 km/h em 10s e velocidade final de 215 km/h.
O V6 não tem fama de beberrão, seus proprietários apontam consumo entre 7 e 8km/l na cidade, o que não é nada mal se levarmos em conta seu desempenho e suas dimensões, são 4,6m de comprimento e pesa 1270kg, lembrando que todos possuem câmbio automático.
A unidade avaliada na oficina Engin do conselheiro Paulo Pedro de Aguiar é uma VR blindada com 210.632km ano 1999 blindado. O veiculo foi levado à oficina para uma revisão e verificação de vazamentos de óleo de motor. Na revisão foi constatada a necessidade de substituição das juntas das tampas de válvulas, tampa de abastecimento do óleo do motor e retentores das polias dos comandos de válvulas.
Como para efetuar este serviço é preciso desmontar a correia dentada e não havia um histórico de troca, foi recomendada também a substituição deste item, além das polias tensionadora e de desvio. A manutenção da correia dentada é simples e não exige ferramentas especiais e os pontos para fazer o sincronismo são bem claros.
As polias podem ser encontradas facilmente no mercado de reposição, pois são as mesmas utilizadas nos motores 1.6l e 1.8l do Lancer e também em alguns Hyundai. Uma recomendação importante é aproveitar para substituir também a bomba d’água, que é acionada pela correia sincronizadora e tem um custo médio de R$150,00, vale a pena para evitar o risco de travamento.
O espaço para trabalhar neste motor é amplo, porém como em todo V6 transversal, serviços na bancada de cilindros traseira é um pouco mais trabalhosa, porém neste caso o que dificulta não é a proximidade com o painel de fogo, e sim a parte superior do coletor de admissão que passa por cima dessa área, então até para serviços simples como a analise ou substituição das velas de ignição é preciso retirá-la, o que não é nenhum bicho de sete cabeças, mas é bom lembrar-se de incluir a junta no orçamento.
Aqui vale um comentário importante, as velas utilizadas neste motor possuem eletrodo de platina e menor grau térmico, chegando a custar três vezes mais que modelos convencionais, no entanto, a montadora recomenda a troca a cada 100.000 km e não necessita ajuste de gap.
Na tampa de abastecimento do óleo do motor existe uma borracha de vedação, e devido a falta de uma chapa defletora em cima dos comandos de válvulas, pode apresentar vazamentos, devendo ser substituída. Um problema comum nestes motores é o controlador de marcha lenta, conhecido como ISC, que quando defeituoso apresenta oscilação na marcha lenta. Na concessionária custa R$900,00 e também podem ser encontrados recondicionados de boa qualidade por cerca de R$200,00.
O Galant não costuma visitar muito as oficinas para manutenção corretiva, e quando aparece não costuma apresentar surpresas, desde é claro que a preventiva seja respeitada, principalmente com o câmbio automático, onde óleo e filtro devem estar sempre em ordem. Alguns proprietários fazem troca a cada 15.000km.
A transmissão utilizada neste modelo é a Invecs II de quatro velocidades, baseada no sistema semi-automático Tiptronic da Porsche, que permite trocas manuais sequenciais no “sports mode” com toques na alavanca para frente e para trás, além do sistema auto-adaptativo, que pode tornar as trocas no modo automático mais esportiva ou econômica, de acordo com o modo de condução do motorista.
A suspensão é do tipo multi-link nos dois eixos e prioriza o conforto, sendo muito macia, mas nem por isso deixa a desejar em tocadas mais esportivas. Não costuma apresentar problemas, e vale informar que no modelo avaliado, que é blindado, não foi encontrada qualquer avaria na suspensão.
Os pneus são 205/60 15 e as rodas dificilmente são substituídas, pois a furação 4X114,3 é difícil de ser encontrada. Os freios contam com ABS e disco nas quatro rodas, e podem ser encontradas pastilhas importadas por cerca de R$140,00.
O interior é uma sala de estar, possui ar condicionado digital com visor de LCD, bancos com regulagem elétrica e apesar de o volante não possuir ajuste de altura é fácil encontrar uma boa posição de dirigir. O acabamento interno é excelente e não apresenta ruídos, mesmo nos modelos mais rodados. Para completar tem direção hidráulica progressiva e air bag duplo de série.
Algumas peças, principalmente de acabamento como borrachas e frisos, só podem ser encontradas em concessionárias, onde há boa disponibilidade de peças, porem o preço é alto. A maioria pode ser encontrada facilmente no mercado de reposição, claro que o custo não é o de um popular, e o erro de muitas pessoas é não pensar que mesmo tendo um preço acessível, continua sendo um automóvel de luxo, e possui muitos equipamentos de conforto e segurança que estão sujeitos a apresentar defeitos, mas nem de longe o Galant chega a ser um mico.