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Desde seu lançamento, o T-Cross demonstrou seu potencial para se tornar um campeão de vendas. Sua apresentação inovadora, realizada em outubro de 2018, marcou um momento histórico para a Volkswagen, com uma transmissão simultânea para Ásia, Europa e América Latina. O T-Cross foi introduzido como o novo SUVW, uma combinação das siglas SUV (Veículo Utilitário Esportivo) e VW (Volkswagen). Montado sobre a plataforma MQB, o T-Cross trouxe consigo uma fusão de tecnologia e sofisticação.
Motorização
Os veículos T-Cross comercializados no Brasil são equipados com motores EA211 TSI, que se destacam por seu conceito de downsizing — motores compactos com alta potência e torque. São oferecidas duas versões:
1.0 litro – 3 cilindros: Entrega 128 cv de potência e 200 Nm de torque.
1.4 litros – 4 cilindros: Oferece 150 cv de potência e 250 Nm de torque.
EA211 – 1.4 Litros TSI
O T-Cross Highline vem de série com o motor 1.4 litros TSI da família EA211, que possui as seguintes características construtivas:
Bloco do motor em liga de alumínio
LEGENDA: Layout da correia dentada
Coberturas da correia dentada
A correia dentada desse motor é totalmente protegida por coberturas. Para o acesso à correia, a fim de uma verificação básica, por exemplo, basta retirar a cobertura superior. Somente com essa remoção, já é possível visualizar a correia, as polias dos comandos de válvulas, o tensor da correia dentada e a polia de desvio.
LEGENDA: 1 – polia de desvio; 2 – tensor da correia; 3 – polia do comando de escape; 4 – polia do comando de admissão.
Remoção da correia dentada
Assim como o layout da correia dentada desse motor é bastante simplificado, os procedimentos de remoção e instalação da correia também são simples. Porém, você irá precisar de algumas ferramentas específicas. São elas:
T10172/2-9 – Alavanca de imobilização das polias dos comandos de válvulas;
T10554 – Adaptador para fixação da alavanca de imobilização às polias;
T10340 – Pino de imobilização da árvore de manivelas;
T10499 – Chave para o ajuste do tensor da correia dentada;
T10500 – Chave para o aperto e soltura do parafuso de fixação do tensor da correia dentada;
T02019 – Alavanca de imobilização do amortecedor de vibrações (polia da árvore de manivelas);
T10494 – Trava de imobilização dos eixos dos comandos de válvulas;
Torquímetro – com o range de 5 a 50 Nm.
Posicionando o sincronismo – Antes da remoção da correia, é necessário posicionar o motor ao 1º cilindro em PMS (Ponto Morto Superior). Para isso, remova a vela de ignição desse 1º cilindro e introduza uma chave de fenda no local dessa vela, a fim de observar todo o deslocamento do pistão, relacionado ao seu curso. Gire o motor por meio do parafuso da árvore de manivelas e pare[JV2] quando a chave de fenda tiver atingido o deslocamento máximo para cima. Para certificar-se de que o 1º cilindro está realmente no final da fase de compressão, basta observar a marcação no amortecedor de vibrações (polia da árvore de manivelas), que deverá estar alinhado[JV3] à marcação “OT” escrita na cobertura inferior da correia.
LEGENDA: Verificação do 1º cilindro em PMS.
Imobilização dos eixos do comando de válvulas – O próximo passo do procedimento de remoção da correia dentada é imobilizar os eixos dos comandos de válvulas, que nesse momento encontram-se devidamente posicionados para sua imobilização por conta de o motor estar em PMS. Remova as coberturas traseiras da tampa do comando de válvulas, as quais permitirão o acesso às extremidades traseiras dos dois eixos dos comandos. Vale lembrar que, no comando de válvula de escape, está afixada uma engrenagem de acionamento da minicorreia dentada que toca a bomba d’agua do sistema de arrefecimento do motor, a qual se encontra instalada na parte traseira do cabeçote.
Já com as coberturas retiradas, instale a ferramenta de imobilização dos eixos T10494. Para a instalação dessa ferramenta, não será necessário remover a engrenagem de acionamento da bomba d’água, tampouco a minicorreia. É importante lembrar que, uma vez imobilizados os eixos, eles não poderão sofrer nenhuma tensão que possa causar torção em um deles, pois isso provocaria sérios danos aos ângulos de abertura e fechamento das válvulas e, consequentemente, ao sincronismo do motor.
Dificuldade de instalação da T10494 – Por conta do tensionamento da correia dentada, a ferramenta de imobilização dos eixos T10494 sofre dificuldade de se encaixar nas fendas dos eixos[JV4] . Nesse caso, você deverá exercer uma tensão na correia dentada exatamente no centro, entre as duas polias dos comandos. Para isso, utilize a ferramenta T10487, cujo formato é apropriado para se encaixar na correia e permitir que o mecânico exerça força contra ela.
LEGENDA: Ferramenta de imobilização dos comandos T10494.
Imobilização da árvore de manivelas – Remova o bujão lateral, localizado no bloco do motor, abaixo do conjunto de escapamento. No seu lugar, instale o pino de imobilização da árvore de manivelas T10340. Este irá impedir que o motor gire no sentido horário, contribuindo para o procedimento de sincronismo.
LEGENDA: Local de instalação do pino de imobilização T10340.
Remoção do amortecedor de vibrações – Já com a correia trapezoidal (poli “V”) removida, é hora de retirar o amortecedor de vibrações (polia), instalado na árvore de manivelas. Para isso, eleve a dianteira direita do veículo e remova a cobertura inferior da caixa de roda dianteira do respectivo lado, para que tenha acesso ao parafuso de fixação do amortecedor de vibrações. E para imobilizá-lo, utilize a alavanca T02019. Utilizando uma chave estrela ou soquete de 21 mm, solte o parafuso de fixação e retire o amortecedor de vibrações.
LEGENDA: Remoção do amortecedor de vibrações.
Retirada da correia dentada – Já com o motor devidamente imobilizado, é hora de remover a correia dentada. Remova a cobertura inferior da correia, retirando seus parafusos Torx 30 mm. O console do motor, que fica localizado na parte frontal do motor – consequentemente, no lado direito do cofre do motor e preso ao coxim –,[JV5] não necessita ser retirado, pois é perfeitamente possível remover a correia sem retirá-lo. Solte o tensor da correia e retire-a de forma convencional.
A instalação da correia dentada
Se a remoção da correia dentada tiver sido para a necessidade de algum outro tipo de reparo e, portanto, a intenção for reutilizá-la, será necessário analisar o estado dessa correia, se ela realmente se apresenta em boas condições e pode ser reutilizada. Além disso, você deverá ter marcado o lado em que ela estava trabalhando, e ela deverá ser recolocada obedecendo à mesma posição. Caso isso não seja obedecido, a vida útil dessa correia será reduzida consideravelmente, com risco de uma quebra involuntária e danos nos comandos de válvulas e outras partes do motor.
Soltura das polias variadoras dos comandos de admissão e escape – Seja na instalação de uma correia dentada usada ou de uma nova, os parafusos das polias variadoras dos comandos de válvulas de admissão e escape deverão ser soltos. A ideia é deixar as polias girando livremente durante a instalação da correia dentada, o que irá permitir que a correia se desloque sem tirar nenhuma das árvores do sincronismo de suas posições.
Soltura da polia do comando de admissão – Remova o bujão de fechamento do variador da polia. Em seguida, imobilize a polia utilizando a alavanca de imobilização T10172/2-9 juntamente com o adaptador para fixação da alavanca às polias T10554. Por fim, solte o parafuso de fixação dessa polia ao eixo de comando de válvulas de admissão. É imprescindível que, para a soltura desse parafuso, seja feita a imobilização com as duas ferramentas citadas. A T10554 se encaixa na polia de modo a permitir que se exerça força nessa polia em pontos que não provoquem sua quebra. Isso é necessário pois as paredes externas tanto da polia do comando de admissão quanto do comando de escape são construídas em aço sinterizado. Com isso, essas peças ficam leves e eficientes para o seu trabalho, porém sensíveis a pressões inadequadas, podendo ocorrer uma quebra em caso de procedimentos errados.
LEGENDA: Imobilização da polia variadora do comando de admissão.
Soltura da polia do comando de escape – Igualmente à polia de admissão, o parafuso de fixação da polia variadora do comando de escape deverá ser solto para permitir que essa polia gire livremente. Para a soltura dessa polia, primeiramente, remova a tampa de fechamento do mecanismo variador do comando. Assim que essa tampa for retirada, será possível visualizar os furos em que serão encaixados os pinos de fixação da T10554 à polia. Utilize essa ferramenta juntamente com a T10172/2-9 com o intuito de imobilizar essa polia variadora. Caso você não esteja conseguindo inserir a T10554 à polia, solte os parafusos do console do motor e faça uma leve movimentação com o objetivo de abrir mais espaço entre a polia e o console. Em seguida, solte o parafuso (aproximadamente uma volta de soltura) de fixação da polia ao eixo de comando do escape. Dessa forma, a polia poderá girar livremente.
LEGENDA: Imobilização da polia do comando de escape.
Os parafusos de fixação das polias variadoras de admissão e de escape são elásticos, o que significa que são submetidos à aplicação de torque angular. Com isso, é recomendado que esses parafusos sejam sempre substituídos em casos de remoção.
Instalação do tensor da correia dentada
Para os casos de remoção e reinstalação da correia dentada, o tensor dessa correia permanecerá instalado e será reaproveitado. Porém, nos casos de substituição da correia, o tensor deverá ser substituído também. Nesse caso, você deverá retirar uma das duas polias variadoras dos comandos para que haja espaço para a retirada do tensor instalado e a colocação de uma nova peça, que, inclusive, deverá ser inserida com um novo parafuso de fixação. Deixe o tensor da correia dentada instalado no seu local, porém com o parafuso de fixação solto, até que a nova correia dentada tenha sido instalada.
LEGENDA: certifique-se
de que o ressalto do tensor esteja encaixado na cavidade existente no cabeçote.
Instalando a correia dentada
Inicie a inserção da correia dentada pela engrenagem da árvore de manivelas. Em seguida, passe essa correia pelo tensor e pela polia de desvio. Depois, exercendo força no sentido horário do motor, passe a correia pela polia variadora do comando de escape e, por fim, pela polia variadora do comando de admissão. Com a correia dentada passando por todos os seus pontos de trabalho, é hora de tensioná-la. Mantenha a correia pressionada para o sentido horário, pois isso irá garantir que a árvore de manivelas do motor esteja devidamente posicionada, com o 1º cilindro em PMS.
Tensionando a correia dentada – Utilize as ferramentas T10499 e T10500 para posicionar o tensor e apertar o seu parafuso de fixação. Com a T10499, movimente o tensor no sentido horário. Dessa forma, a correia começará a ser tensionada. A seta guia do tensor se movimentará e você deverá parar quando esta alinhar-se à cavidade de referência do tensor. Em seguida, utilizando a T10500, aperte o parafuso do tensor.
LEGENDA: Com as ferramentas T10499 e T10500, o tensor da correia dentada poderá ser posicionado e fixado sem que haja remoção do console do motor.
Torqueando o parafuso do tensor – Para aplicar corretamente o torque no parafuso de fixação do tensor da correia dentada, a T10500 deverá ser instalada a um torquímetro. Para isso, o manual de reparações apresenta duas condições: uma para torquímetro mecânico e outra para torquímetro digital.
Com um torquímetro digital: Você deverá ajustar o equipamento, informando-o que a ferramenta T10500 possui um comprimento de 190 mm. Com esse ajuste feito, o torque no parafuso do tensor deverá ser de 25 Nm.
Com um torquímetro mecânico: Como não há possibilidade de registrar o comprimento da ferramenta T10500, o ajuste do torque deverá ser menor, pois a força aplicada a partir da ponta do torquímetro será ampliada pela extensão (190 mm) da T10500. Com isso, você deverá ajustar o torquímetro para que sejam aplicados 16 Nm de torque ao parafuso.
Aplicação de torque nos parafusos das polias
Com a correia dentada devidamente instalada, é hora de apertar os parafusos das polias dos comandos de válvulas. É fundamental lembrar que cada uma dessas polias deverá ser imobilizada pela ferramenta T10172/2-9 em conjunto com a T10554. E, ainda, conforme recomendado anteriormente, esses parafusos deverão ser novos, pois agora passarão por três fases de torqueamento, como segue:
Fase 1: Aplicar um pré-aperto de 18 Nm;
Fase 2: Apertar o torque principal de 150 Nm;
Fase 3: Aplicar um torque angular de 135°.
A regra de aplicação de torque vale para os parafusos das duas polias do comando de válvulas.
Fixação do bujão de fechamento do variador da polia do comando de admissão – O bujão possui um anel de vedação, que deverá ser inspecionado para que se garanta que esteja íntegro e que não apresente falha de vedação. Feito isso, instale o bujão no variador da polia e aplique um torque de 20 Nm.
Fixação da tampa de fechamento do variador da polia do comando de escape - Da mesma forma, essa tampa possui uma vedação que deverá ser inspecionada. Em seguida, instale a tampa, aplicando um torque de 8 Nm e um torque angular de 45°.
Torque no parafuso do amortecedor de vibrações
O amortecedor de vibrações trabalha submetido a enormes forças oriundas dos regimes de funcionamento do motor e outros componentes atrelados a ele. Por conta disso, o parafuso de fixação desse componente recebe um alto torque de aperto e, ainda, é submetido a uma fase de torque angular. Com isso, a aplicação de torque nesse parafuso é em duas fases:
Fase 1: Torque principal de 150 Nm;
Fase 2: Torque angular de 180°.
Remoção das ferramentas de imobilização do motor
Com todos os parafusos devidamente torqueados, é hora de remover as ferramentas de imobilização das árvores do motor, a começar pelo pino de imobilização da árvore de manivelas T10340. Essa ferramenta jamais poderá estar instalada no momento da partida do motor, pois isso pode trazer danos irreversíveis ao bloco do motor. Retire a T10340 e reinstale o bujão lateral do motor antes de dar partida.
Retire agora a ferramenta T10494, que se encontra instalada na parte traseira da tampa do comando de válvulas. Caso essa ferramenta ofereça resistência em sua remoção, exerça uma tensão na correia dentada entre as duas polias dos comandos de válvulas utilizando a T10487. Com isso, a T10494 estará livre para ser removida. Na sequência, instale as coberturas traseiras da tampa.