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Como tema principal, foi apresentado o sistema de proteção dos ocupantes, seus componentes e alguns procedimentos de diagnóstico. Nesta edição, vamos falar um pouco mais sobre esse veículo, apresentando o seu sistema Start-Stop, que, entre outras coisas, é fundamental para a redução de emissão de poluentes e a economia de combustíveis.
Funcionamento do Start-Stop
Ao trafegar com o veículo, sempre que houver a necessidade de pará-lo, seja em um semáforo que estiver vermelho ou por qualquer outra situação de trânsito, o motor receberá um comando para ser desligado e permanecerá assim até que o sistema identifique alguma ação por parte do condutor, a qual será determinante para o comando de uma nova partida no motor. Esse comando pode ser: pisar no pedal da embreagem, soltar o pedal do freio, mover levemente o volante de direção, ou outros sinais provenientes dos demais sistemas do veículo – os quais serão apresentados mais adiante. Assim, o motor do veículo seguirá desligando e voltando a funcionar em todo o trajeto.
Este símbolo representa o sistema Start-Stop dos veículos Volkswagen. Dessa forma, qualquer informação ou procedimento de operação será facilmente identificado pelo condutor e, também, pelos técnicos que forem fazer diagnóstico e reparo no sistema.
A unidade de comando gestora do Start-Stop
É muito comum encontrarmos técnicos que acreditam que a gestão do sistema Start-Stop é feita pela unidade de controle do motor, mas isso não procede. A confusão acontece pelo fato de a eletrônica do motor controlar todo o seu funcionamento, o que envolve o desligamento e a repartida. Contudo, na prática, é a unidade de comando da interface de bus de dados – J533 (popularmente conhecida como Gateway) que exerce a função de gestora do sistema. Isso se faz necessário porque o Start-Stop não possui, necessariamente, componentes distintos para o seu funcionamento. Ele utiliza os componentes já existentes em outros sistemas do veículo e, até mesmo, sistemas completos da eletrônica embarcada que estão em constante comunicação com a Gateway por meio das redes de intercâmbio existentes.
A integração entre a J533 e a J519
No T-Cross, a unidade de comando J533 (Gateway) está integrada à unidade de comando da rede de bordo – J519. Mesmo sendo fisicamente uma única peça, essas unidades de comando possuem endereços de diagnóstico distintos, com todas as rotinas de trabalhos devidamente separadas: 09 para o acesso à Rede de Bordo; 19 para o acesso à Gateway.
Neste diagrama de blocos, há uma ilustração sobre a importância da Gateway para a comunicação dos sistemas do T-Cross. É ela que permite o intercâmbio de dados entre as unidades de controle dos sistemas de propulsão, segurança ativa, segurança passiva, conveniência, conforto e infotenimento.
As redes de comunicação de dados do T-Cross
No T-Cross, as redes de comunicação possíveis de existir são:
· Redes CAN com velocidade de 500 kbit/s à CAN Tração, para interligar os sistemas de propulsão, segurança ativa e segurança passiva; CAN Conforto, para interligar os sistemas de controle de bordo, tais como iluminação, ar-condicionado, acesso e partida etc.; CAN Diagnóstico, para o intercâmbio de dados entre um equipamento de diagnóstico e todas as unidades de comando existentes no veículo; CAN Extended, para o intercâmbio de dados dos sistemas de assistência ao condutor, tal como o sistema de regulação de alcance dos faróis.
· Redes LIN Bus com velocidade de 19 kbit/s à Uma rede para interligar os sensores e atuadores do sistema de climatização; outra para interligar os sensores de luz e chuva, e de controle do habitáculo para o sistema de alarme antifurto; outra para interligar o alternador e a unidade de vigilância da bateria à Gateway; mais um ramal de rede LIN para o controle do volante multifuncional; por fim, uma rede LIN para interligar as unidades de controle das quatro portas à unidade de comando da rede de bordo.
· Rede MOST 150 Mbit/s à Para a troca de dados entre a unidade de comando do sistema de informação – J794 e o painel de instrumento combinado – J285, foi implantada a rede MOST (Sistema de Transporte de Mídia Orientada), com a incumbência de transmitir dados de mídia do sistema de som e do sistema de navegação do veículo.
Sistemas que atuam para o funcionamento do Start-Stop
O Sistema Start-Stop trabalha interligado a outros diversos sistemas do veículo, os quais desenvolvem, cada um, papel ou papéis importantes para o seu funcionamento. A Gateway será informada e tomará decisões sobre a ativação ou não do Start-Stop de acordo com as condições do veículo, como temperatura do motor e do habitáculo, nível de carga da bateria, demanda de vácuo para os sistemas de freios, entre outras.
Sistemas de freios
Sabemos que o uso do vácuo criado no coletor de admissão do motor e/ou pela bomba de vácuo (item existente em motores turbo, como é o caso dos TSI) é necessário para auxiliar a ação do condutor ao pisar no pedal do freio. Uma das informações relevantes para que o motor seja desligado em uma das breves paradas do veículo durante o trajeto é a análise da concentração de vácuo existente no servofreio. E, para essa verificação, o T-Cross é equipado com o sensor de pressão do tubo de sucção – G608, o qual, conforme o seu nome já diz, está instalado no duto que conecta o servofreio ao coletor de admissão e à bomba auxiliar de vácuo.
A figura apresenta a localização de montagem do sensor G-608 (indicado pelo número 1), diretamente conectado ao duto do sistema de vácuo e próximo ao servofreio.
Sinal do sensor G608
O sensor de pressão do tubo de sucção – G608 trabalha informando constantemente o estado da linha de vácuo do servofreio. No caso de uma baixa concentração de vácuo, a bomba de vácuo V192 poderá entrar em funcionamento a fim de corrigir esse estado, a bomba hidráulica do ABS poderá ser solicitada em uma ação de frenagem e o sistema Start-Stop poderá ser impedido de entrar em funcionamento, ou seja, o motor não será desligado nas breves paradas do veículo. O sensor G608 possui três pinos, sendo:
1 – Alimentação positiva de 5 volts, proveniente de um cabo de cor preta e 0,35 mm², ligado ao pino 5 do conector de ligação de 38 pinos da unidade de comando do ABS – J104;
2 – Alimentação negativa, também proveniente da J104, através de um cabo marrom de mesma bitola, conectado ao pino 32 do conector de 38 pinos;
3- Cabo de sinal, conectado ao pino 37 do mesmo conector de 38 pinos da J104 por um cabo de cor azul, também de 0,35 mm². Através deste, o sensor G608 envia um sinal digital de protocolo SENT (Single Edge Nibble Transmission) que consiste em um sinal de comunicação ponto a ponto simples.
A figura apresenta um exemplo de um datagrama SENT captado por um osciloscópio, no qual o sinal consta de seis unidades de informação:
1 - Informa-se que será iniciada a transmissão de informações sobre o sensor; 2 - Começa a transmissão de dados; 3 - Sinal 1 referente à mensagem da grandeza lida pelo sensor; 4 - Sinal 2 (não utilizado atualmente); 5 - Prova de plausibilidade dos dados transmitidos; 6 - Pausa até a próxima transmissão de dados.
Sistema de climatização
As temperaturas do habitáculo (interior do veículo) e do ar externo são sempre monitoradas pela unidade de controle do sistema climatizador (ou, simplesmente, ar-condicionado), com o intuito de garantir conforto térmico ao condutor e aos ocupantes. Dessa forma, sempre que for solicitado um ajuste de temperatura do habitáculo, a unidade de comando do climatizador – J255 ativará o ar-condicionado para climatizar o veículo conforme a solicitação. Caso isso não seja possível, o sistema Start-Stop receberá a informação de alta demanda de trabalho do climatizador e não permitirá o desligamento do motor (também chamado de Processo de Parada). Nos casos de solicitação de temperatura máxima ou mínima, o Start-Stop será impedido de funcionar.
Monitoramento do afivelamento do cinto de segurança do condutor
Outro fator importante para o funcionamento do Start-Stop é o afivelamento do cinto de segurança do condutor. O sinal proveniente do interruptor do fecho do cinto de segurança é lido pela unidade de comando do sistema de airbag – J234, que, por sua vez, envia essa mensagem via CAN tração à Gateway, que impede o processo de parada do motor.
O que acontece caso o cinto do condutor seja desafivelado durante o trajeto