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Então, foi lançada a versão automatizada desse veículo, chamada de up! I-Motion, que tinha como item principal a transmissão automatizada eletromecânica de cinco velocidades.
Funcionamento da transmissão automatizada
O principal objetivo de uma transmissão automatizada é oferecer ao condutor as principais vantagens dos dois tipos de transmissão:
· da transmissão automática: segurança, por permitir que as duas mãos estejam sempre ao volante; ergonomia, por dispensar o acionamento da embreagem pela perna esquerda e as trocas de marcha feitas pela ação do condutor; redução de erros, visto que todas as trocas de marchas são feitas de acordo com a gestão do sistema, sem necessitar de decisões do condutor.
· da transmissão manual: baixo custo de aquisição e de reparação; robustez, por possuir conjunto mecânico similar ao de uma transmissão manual convencional.
O up! I-Motion utiliza a transmissão 0CT, também chamada de SQ100 (SQ é a sigla utilizada para classificar as transmissões automatizadas da Volkswagen). Ela utiliza como base a transmissão manual transversal MQ100, que equipa as versões do up! europeu. MQ é a sigla utilizada para classificar as transmissões manuais transversais, porém essa transmissão não é a utilizada nas versões manuais de up! aqui do Brasil.
A figura apresenta a transmissão manual automatizada SQ100 de prefixo 0CT, a qual equipa o up! I-Motion que foi comercializado no Brasil. Suas principais características são:
· 5 marchas à frente e marcha à ré não sincronizada
· Torque de entrada de 120 Nm
· Peso total de 31,3 kg (transmissão + lubrificante)
· Atuadores eletromecânicos da ZF Sachs
Conjunto mecânico da SQ100
Apesar de a transmissão SQ100 realizar todas as trocas de marcha de forma automática, o seu conjunto mecânico é constituído por árvore primária, que acomoda todas as engrenagens fixas das marchas, e árvore secundária (também chamada de árvore do pinhão), na qual estão instalados todos os conjuntos de engrenagens móveis, compostos por cubos e luvas sincronizadores. Ela ainda possui um eixo que acomoda a engrenagem inversora para a marcha à ré, cujas extremidades são fixadas pelas duas
carcaças da transmissão. Os rolamentos das árvores primária e secundária e também do diferencial são cônicos, por isso quando são feitos determinados reparos é necessário realizar ajustes de folga da árvore primária, e pré-carga da árvore secundária e do conjunto diferencial.
Ajuste da folga nos rolamentos da árvore primária
Com as duas carcaças da transmissão vazias, instale as pistas externas dos rolamentos cônicos da árvore primária, porém sem instalar nenhum calço de ajuste. Em seguida, coloque a árvore primária no seu devido lugar da carcaça da transmissão e feche-a com a carcaça da embreagem, instalando todos os parafusos de fixação delas, aplicando o torque especificado pelo manual de reparação (5 Nm). Então, posicione a transmissão com a ponta do eixo primário voltada para cima. Coloque sobre essa ponta o disco imantado VW385/17 e instale sobre ele um relógio comparador centesimal, juntamente a uma base fixa VW387, fixado à carcaça. Aplique uma pré-carga de 1,00 mm e, por fim, gire o aro desse relógio até que o ponteiro fique apontado para o “zero”. Já com o relógio comparador devidamente posicionado, é hora de movimentar a árvore primária a fim de identificar e anotar o valor da folga axial.
Ao movimentar a ponta do eixo primário para cima e para baixo, você poderá fazer a leitura do deslocamento do ponteiro do relógio comparador.
Definindo o valor do calço
A folga axial da árvore primária deverá ficar entre 0,14 mm e 0,18 mm. Por exemplo: se a folga apresentada pelo deslocamento do relógio comparador for de 0,90 mm, você deve encontrar no pacote de peças adequado para esse ajuste um calço com espessura entre 0,72 mm e 0,76 mm. Em seguida, retire a pista do rolamento cônico, que está na carcaça da embreagem, e instale sob ela o calço que acabou de separar. Volte a instalar a pista do respectivo rolamento e, assim, o ajuste da folga da árvore primária estará finalizado.
Ajuste da folga nos rolamentos da árvore secundária
Diferentemente da árvore primária, que deve ser ajustada com folga, a secundária necessita ser ajustada de modo que os seus rolamentos cônicos trabalhem sob pré-carga. Para iniciar os procedimentos do ajuste, você deve instalar as pistas dos rolamentos cônicos da árvore secundária, porém sob a pista do rolamento da carcaça da embreagem deve ser instalado um calço com a espessura de 1,40 mm. Em seguida, já com esse calço e as pistas devidamente instaladas, coloque a árvore secundária dentro das duas carcaças (sem os conjuntos de engrenagens), instale novamente todos os parafusos e aplique o torque especificado pelo manual de reparação (5 Nm). Instale novamente o relógio comparador centesimal em um ponto da carcaça da embreagem, porém dessa vez a base fixa VW387 deverá ser afixada no suporte de sustentação da transmissão e não na carcaça da embreagem.
Isso é necessário porque desta vez o relógio terá de registrar o deslocamento da carcaça à medida que os parafusos de fixação dela forem soltos.
Instale a haste T10480 no suporte de fixação da transmissão. Em seguida, instale a base VW387 nessa haste de modo que sua alça possa atravessar o furo de fixação do motor de partida e que a ponta do relógio comparador alcance a área de alojamento da pista do rolamento.
Com o relógio comparador devidamente instalado, solte os parafusos das carcaças vagarosamente (em cruz) e observe o deslocamento do ponteiro do relógio até que ele não se movimente mais. Anote o valor apresentado pelo relógio comparador (vamos utilizar como exemplo o valor de 0,60 mm) e utilize-o para fazer o cálculo de definição do calço de ajuste.
Definindo o calço de ajuste da pré-carga dos rolamentos da árvore secundária
Com o valor do afastamento entre as duas carcaças devidamente encontrado, é hora de fazer os cálculos determinantes para a aplicação do calço correto. Primeiramente você deve fazer a operação de subtração entre os dois valores iniciais, que são 1,40 mm, do calço instalado na pista do rolamento, e 0,60 mm, que estamos utilizando como um exemplo do afastamento entre as carcaças durante a soltura dos parafusos (ou seja, 1,40 – 0,60). Com isso, encontramos o valor de 0,80 mm. A esse valor encontrado pelo primeiro cálculo, você deverá acrescentar um valor constante de 0,15 mm, o qual representa o valor da pré-carga aplicada nos rolamentos. Com isso temos: 0,80 mm + 0,15 mm. Dessa forma, encontramos a espessura que o calço a ser aplicado deverá ter, que é de 0,95 mm.
Instalação do calço de ajuste adequado
Com o cálculo devidamente efetuado e a espessura do calço a ser instalado determinada, retire a pista que está instalada na carcaça da embreagem, retire o calço de 1,40 mm e instale no seu lugar o que contenha a espessura adequada, que deve estar com a medida próxima de 0,95 mm. O manual de reparação apresenta uma tabela que contém a lista de calços disponíveis com a variedade de espessuras, dentre os quais você encontrará o adequado. Caso não encontre a medida do calço referente à medida que precisa, é perfeitamente possível que sejam instalados dois calços cujas espessuras, quando somadas, cheguem à desejada.
Ajuste no conjunto de diferencial
Os rolamentos do diferencial também são cônicos. Eles trabalham submetidos a uma pré-carga, porém seus procedimentos de ajuste são similares aos das demais transmissões manuais transversais da Volkswagen.
Conjunto eletromecânico
As trocas de marcha e o acionamento da embreagem são realizados por dois mecanismos distintos, identificados por VX64 (atuador da embreagem) e VX65 (atuador de seleção e engate das marchas). Basicamente, esses atuadores são compostos por motores elétricos e por isso recebem o nome de conjunto eletromecânico.