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Para tratarmos sobre benefícios, precisamos entender o principal fator que diferencia todos os combustíveis, a Octanagem.
A octanagem é diretamente responsável pela capacidade do combustível em suportar altas pressões sem detonar, garantindo a eficiência da queima, a preservação dos componentes do motor e a obtenção de melhor desempenho e economia de combustível. Quanto maior o índice de octanagem, mais o motor pode aproveitar a energia gerada na combustão de maneira otimizada, sem riscos de falhas ou danos no sistema de ignição
A octanagem é medida por dois
índices principais: MON (Motor Octane Number) e RON (Research Octane Number), e
a média desses dois valores é o IAD (Índice de Octanagem Comum), usado para
classificar a gasolina.
MON (Motor Octane Number): Esse índice é obtido por meio de um teste realizado em condições de alta temperatura de ar admito e com o motor do veículo em plena carga (Alta rotação), com a temperatura média da mistura em 149 °C combustíveis com MON mais alto podem ser mais vantajosos pois eles representam o comportamento do combustível em altas velocidades e cargas elevadas consequentemente ajudando a evitar a detonação nas condições mais extremas de operação do motor.
RON (Research Octane Number): Esse índice é obtido em testes realizados sob condições simulando a condução mais comum no dia a dia. Se o motor do veículo trabalha em giros mais altos, e exige mais do desempenho, a escolha de combustíveis com RON elevado pode ser útil. Eles têm uma maior resistência à detonação durante acelerações rápidas, sendo assim o combustível tem uma volatilidade um pouco maior e libera energia de forma mais rápida, o que o torna ideal para motores que operam em rotações mais altas e exigem maior rapidez de resposta.
A qualidade e a classificação da gasolina no Brasil são reguladas pela ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. A agência também é responsável por definir parâmetros técnicos do combustível, como a octanagem, o desempenho e os índices de densidade. Vamos entender as diferenças e o impacto de cada uma.
Gasolina Comum: Esta é a versão como o próprio nome sugere é a versão mais comum e consequentemente mais em conta, contendo cerca de 27% de etanol e 73% de gasolina. Ela é a mais comum nos postos de combustível, sendo suficiente para veículos com sistemas de injeção de combustivel simples ou mais antigos. No entanto, ela não contém aditivos, o que pode resultar em acúmulo de sujeira no sistema de injeção e apresentar depósitos de carbonização no sistema de escape ao longo do tempo, diminuindo a eficiência do motor, podendo acarretar futuros danos ao veículo.
Gasolina Aditivada: A gasolina aditivada se diferencia pela presença de aditivos que têm como principal função melhorar a performance do motor e prolongar sua vida útil. Esses aditivos são compostos por várias classes, como detergentes, descarbonizantes, antidetonantes, Antiespumantes, Anticorrosivos, dispersantes e outros. Cada tipo de aditivo tem uma função específica:
Detergentes: Ajudam a manter os sistemas de injeção e as válvulas de admissão limpos, prevenindo a formação de depósitos. Esses aditivos atuam removendo sujeiras e resíduos. Evitando o entupimento de bicos injetores, o que melhora o desempenho do motor e reduz a necessidade de manutenção.
Descarbonizantes: Reduzem a formação de carbonização no motor, o que pode comprometer o desempenho e a eficiência de combustível.
Antidetonantes: Ajudam a prevenir a detonação prematura da mistura de ar e combustível no motor.
Antiespumantes: Os aditivos antiespumantes são substâncias que reduzem a formação de espuma durante o abastecimento do veículo. Eles ajudam a evitar que a espuma interfira no processo de abastecimento do tanque.
Dispersantes: Têm a função de manter as partículas e resíduos presentes no combustível suspensos, evitando que se formem depósitos nas partes internas do motor, como válvulas e injetores. Eles ajudam a evitar a formação de vernizes e lodos, garantindo uma queima mais limpa e eficiente.
Anticorrosivos: Protegem os componentes internos do sistema de combustível, como o tanque, tubulações e bicos injetores, contra a formação de ferrugem e corrosão. Eles formam uma película protetora nas superfícies metálicas, prevenindo danos causados pela água e outros contaminantes no combustível.
No entanto, é importante destacar que a qualidade desses aditivos não é padronizada por regulamentação no Brasil. Ou seja, não existe uma norma fixa que obrigue todos os postos a utilizarem os mesmos tipos ou concentrações de aditivos. Dessa forma, a responsabilidade pela escolha e qualidade dos aditivos fica a cargo da distribuidora ou do próprio posto de combustíveis, o que pode gerar variações significativas na eficácia dos aditivos. Em alguns casos, o consumidor pode acabar comprando gasolina que contém aditivos de baixa qualidade ou até mesmo gasolina que se diz aditivada, mas não tem aditivos eficazes.
Por isso, caso queira garantir uma qualidade superior e mais confiabilidade no combustível, é recomendado optar pela gasolina premium. Ela possui uma octanagem superior e, em muitos casos, é mais confiável no que diz respeito à presença de aditivos. Isso não significa que todos os postos de gasolina comum sejam de baixa qualidade, mas o risco de variação na composição de combustíveis é maior.
Gasolina Premium: Possui uma octanagem superior, geralmente 95 ou 98 Ocnatanas,
seguindo o IAD (MON + RON /2), quando comparada com os 87-92 da gasolina comum.
Esse aumento na octanagem proporciona uma queima mais eficiente do combustível,
especialmente em veículos de alta performance ou com motores sobrealimentados.
Ela é indicada para veículos mais sensíveis a qualidade de combustível,
principalmente veículos que possuem injeção direta de combustível, que são os
mais afetados pela qualidade de combustível.
Benefícios da Gasolina Premium para a Manutenção do Motor
A utilização de gasolina Podium pode ter impactos positivos no longo prazo para a manutenção do motor, especialmente em veículos com sistemas de injeção direta. Esses benefícios incluem:
O Impacto do E30 no Motor e na Manutenção
Recentemente, o governo brasileiro impôs uma nova gasolina, o E30, que contém 30% de etanol. Esse aumento no teor de etanol é uma medida que visa baratear o custo do litro da gasolina, mas traz uma série de implicações técnicas para os motores dos veículos.
Testes recentes com o E30 mostraram que, para veículos mais antigos, principalmente os com sistemas de injeção mais simples, houve algumas dificuldades no desempenho, como dificuldades em partidas a frio e em aceleração/retomadas. Em motocicletas, essas dificuldades foram mais notáveis, com o aumento no consumo de combustível e redução na eficiência do motor em acelerações. No entanto, em veículos mais novos com sistemas de injeção modernos, os impactos foram mínimos.
O aumento do etanol na gasolina pode gerar impactos negativos a longo prazo, como o desgaste mais rápido de componentes do motor, incluindo:
Bicos injetores: O uso constante do etanol pode exigir cuidados na manutenção periódica. Um deles é a formação de uma “goma” na ponta dos bicos injetores, que em casos extremos podem entupir. A própria Toyota recomenda o uso de um tanque de gasolina a cada 10 mil km consecutivos rodando com o etanol.
Sendo assim a manutenção preventiva, como a troca periódica de velas, filtros e a limpeza dos bicos injetores, torna-se ainda mais importante com o uso do E30.
A utilização da gasolina premium (Podium) oferece uma série de benefícios tanto para o desempenho quanto para a manutenção do motor, principalmente em veículos com sistemas de injeção direta. Sua maior resistência à detonação, eficiência de combustão e redução de depósitos no motor ajudam a prolongar a vida útil dos componentes do motor, reduzir custos com manutenção do veículo. Portanto, para reparadores automotivos, entender as vantagens dessa gasolina pode ser crucial para garantir a manutenção preventiva eficaz e o bom funcionamento dos veículos que chegam para reparo.
