Acompanhe nesta matéria a evolução da tecnologia Flex

Diferente do que imaginamos, veículos bi-combustíveis não são novidades no cenário automotivo brasileiro. O pioneiro Gol Power 1.6 inaugurou essa possibilidade no ano de 2003

Mostraremos a seguir para nossos amigos reparadores algumas sequências nas quais tiveram início o projeto de carros Flex.
A seguir, algumas  datas destes projetos e suas principais características, desde curiosidades e ideias, até modelos atuais:
- Teve inicio na década de 80 nos Estados Unidos:
• Desenvolvimento de software/hardware;
• Início do estudo do conceito Flex-fuel nos laboratórios de pesquisa US, para desenvolvimento de um protótipo híbrido;
• O desabastecimento de álcool levou uma equipe da engenharia RBLA a avaliar o que seria uma solução;
- 1983 – Início do desenvolvimento de componentes para os combustíveis brasileiros;
- 1985 – Estudos da RBUS serviram de base para o desenvolvimento do conceito Flex, ainda sem envolvimento governamental americano;
- 1991 – Inicia-se o estudo da miscibilidade dos combustíveis álcool-gasolina-água;
- 1992 – Início do estudo do conceito Flex-fuel. Uso de combustível renovável, limpo, (mas ainda faltava apoio governamental);
- 1994 – Primeiro protótipo (GM Omega 2.0L) – M1.5.4.

PRIMEIRA VERSÃO

GM Omega 2.0L, começou a ser projetado em 1992 como a 1ª proposta de tecnologia Flex-fuel. O produto apresentado tinha uma ligação com a RBUS no que tange o uso de dois combustíveis no tanque. É importante sabermos os conceitos da tecnologia Flex empregados pelas empresas. Vamos a eles:

TECNOLOGIA FLEX DA BOSCH

- taxa de compressão do álcool;
- relação ar / combustível determinada por sensor de álcool; - corpo de borboleta mecânico;
- atuador de marcha lenta tipo by –pass;
- recovery com sensor de oxigênio;
- tanque adicional para partida a frio.
• 1997 – Segundo protótipo (VW Gol 1.0L) – MP9.0.
• 1998 – A Bosch apresenta o sistema Flex, sem o sensor de álcool. O seminário IPT foi o marco para a Bosch que queria vender a tecnologia para as montadoras e levou o conceito para domínio público.
• 2001 – Nova versão: sistema baseado em torque.
• 2002 – Veículos bi-bombustíveis foram enquadrados na mesma categoria que o álcool para fins tributários e fiscais.
• 2002 – As parcerias entre sistemistas e montadoras possibilitaram a chegada desta tecnologia Flex às ruas.

CARACTERÍSTICAS

Desenvolvimento de funções específicas para gerenciamento do motor, tais como: controle de partida a frio para álcool e estratégia de antidetonação “bad fuel”.

DEFINIÇÕES IMPORTANTES

- Taxa de compressão;
- Injetor de combustível;
- Vela de ignição.

Diferentes características dos combustíveis são itens importantes, portanto sempre serão considerados:

- Calibração da mistura;
- Calibração do avanço de ignição;
- Controle de detonação;
- Regime de aquecimento do motor Calibração para dirigibilidade;
 - Otimização das emissões.
 
SISTEMA MAGNETI MARELLI

Na Magneti Marelli  o sistema possui uma estratégia denominada “Sigma” que incrementa o mapa de avanço de ignição em determinadas condições para melhorar o rendimento do motor.
As condições para entrar em funcionamento são: em aceleração, com temperatura superior a 80°C, na ausência de detonação, com pressão absoluta no coletor acima de um valor previamente calibrado.
O sistema de injeção grava as falhas ocorridas em uma memória volátil RAM. Quando o motor é desligado, ocorre um Power Latch de 33 segundos e caso haja erros, estes são passados para uma memória não volátil. Neste tempo a Central mantém os sensores alimentados.
Durante o reconhecimento da razão ar/combustível a auto-adaptação da mistura através da sonda lambda é desabilitada, possibilitando medir o desbandamento da sonda sem interferências de auto-adaptações.
Se o veículo funcionava apenas à gasolina com a razão ar / combustível de 13,2:1 e abastecer o tanque apenas com álcool cujo a razão ar/combustível é 9,0:1, a sonda lambda detectará excesso de oxigênio na descarga devido a mistura estar pobre para o álcool. Sendo assim, a tensão medida pela sonda será extremamente baixa e o sistema deverá reconhecer e aprender esta nova razão ar/combustível devido a este abastecimento
Agradeço a colaboração de vários amigos para gerar conteúdo  desta edição.

APRESENTAREMOS MAIS DETALHES SOBRE SISTEMAS FLEX NAS PROXIMAS EDIÇÕES, ATÉ LÁ.