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O fluido refrigerante (gás) não gasta e não fica velho, por isso é comum o procedimento de testes de vazamentos nas oficinas especializadas em ar condicionado automotivo.
Um dos principais testes de vazamentos no sistema de ar condicionado é feito geralmente com o fluido nitrogênio sob pressão.
O nitrogênio é isento de umidade, item que pode prejudicar o sistema interno de ar condicionado, pois contamina o óleo.
É empregado no estado gasoso, à temperatura ambiente, sob pressão, nos sistemas de ar condicionado automotivo, com o objetivo de detectar vazamentos. Por ser muito estável à variação de temperatura, aumenta a precisão na detecção de vazamentos, pois com a alteração da temperatura ambiente, a pressão sofre apenas pequenas variações, quase não se altera. Também é usado para inflar pneus, pois quando aquecidos, não aumentam muito a pressão.
Ele é um gás inerte e não oferece riscos à natureza, pois cerca de 78% da atmosfera é composta por nitrogênio.
É encontrado comercialmente envazado em cilindros de aço de capacidade de 1m³, 7m³ e 10m³. Seu custo não é elevado, o que o torna um fluido muito utilizado em oficinas de reparação de ar condicionado automotivo, porém sua utilização requer alguns cuidados, pois a pressão interna dos cilindros é muito elevada, com cerca de 100bar (1500 psi) 150bar (2000 psi) e até 200bar (3000 psi). Para se ter uma ideia de grandeza, em um pneu de carro as pressões mais utilizadas ficam na faixa de 2bar (30 psi).
Nos testes de vazamentos geralmente são utilizadas pressões de até 20bar (300psi), por isso é fundamental a utilização de válvulas reguladoras de pressão na saída dos cilindros de pressão de nitrogênio.
Trecho da ficha de segurança de produtos químicos (FISPQ)
Precauções para manuseio seguro: Utilizar sempre o regulador de pressão na utilização do gás. A pressão de trabalho do cilindro varia de 15,0 a 20,0 mpa (150 a 200kgf/cm²).
Utilizar EPI: óculos de segurança com proteção lateral, luvas de raspa de couro e sapatos de segurança com biqueira de aço para o manuseio de cilindros.
Estas válvulas são encontradas em casas especializadas que comercializam o nitrogênio e ferramentas para manuseio destes fluidos.
Mas atenção, essas válvulas são específicas para utilização com o nitrogênio, pois suas roscas e a faixa de pressão de trabalho também são específicas. A faixa de pressão no manômetro na linha de saída deve exceder a pressão de trabalho, ou seja deve ser superior à 20 bar (300psi). Existem válvulas reguladoras com a pressão de saída máxima de 16bar, o que não atende os trabalhos com testes no sistema de ar condicionado automotivo.
O risco de utilizar um cilindro de nitrogênio sem esta válvula reguladora de pressão é muito grande e pode causar acidentes letais.
É uma prática comum nas oficinas a utilização do nitrogênio com a mangueira ligada direto do cilindro ao manifold, talvez por falta de conhecimento do perigo deste procedimento.
O nitrogênio não é inflamável, mas estamos falando de sua pressão altíssima, que se utilizada de forma descontrolada, pode romper mangueiras, tubos, cilindros, reservatórios, manifolds e muitos dos componentes do sistema de ar condicionado no veículo.
O nitrogênio também é utilizado no processo de “Flush”, limpeza interna das tubulações do sistema. Ele não limpa nada, só serve para dar pressão e movimento ao fluido R141b, o solvente que remove o óleo com impurezas das paredes internas das tubulações, mas nestes casos, por motivos de segurança, sua pressão deve ser limitada a cerca de 5bar (75psi) e isso pode ser obtido através da regulagem prévia da válvula reguladora de pressão.
Segurança é um item muito importante, pois um descuido, uma imprudência, pode causar danos físicos e materiais.
Pressurização com nitrogênio: A maioria dos sistemas suporta bem até 20bar (300psi), mas recomendamos que se for aplicar pressões superiores a 15bar (cerca de 200psi), com o sistema todo montado, deve ser feito com cautela, aumentando a pressão lentamente, por etapas, primeiro até 10bar (140 psi) pare e escute, depois aumente a pressão para 15bar (220psi) pare e escute, só então aumente a pressão lentamente para os 20bar (300psi).
Não se deve encher o sistema muito rápido, uma pressão de 15bar, subitamente aplicada, também pode comprometer algum componente que não esteja danificado. Evite pressões superiores a 20 bar (300psi), pois em alguns modelos e sistemas, uma pressão muito elevada, pode até romper o evaporador.
Enquanto houver pressão no sistema, para teste de vazamento, este deve estar ligado e monitorado por um manifold. Antes de desconectar o manifold, despressurize o sistema devagar.
Não se deixa um sistema pressurizado sem um manifold. Não se deve ligar o compressor somente com a pressão no nitrogênio. Para teste dinâmico, utilizar somente fluido refrigerante.
Evite ligar o compressor com pressão interna de nitrogênio sob risco de danificar as placas do compressor. Isso é muito comum de acontecer, muitas vezes por descuido do reparador no ato da verificação.
Antes de pressurizar, retire todo o fluido refrigerante do sistema e de preferência, faça alguns minutos de vácuo, para retirar resíduos de fluido refrigerante que podem se expandir e alterar o resultado do teste.
Procure sempre pressurizar o sistema pela linha de baixa, com o manômetro de alta, para que o nitrogênio percorra o circuito, enchendo-o rapidamente, pois pela linha de alta, a pressão chega às placas de válvulas do compressor e não passa, sendo necessário que o nitrogênio avance pela válvula de expansão, o que é mais demorado.
Note que se isso for feito, pouco depois a pressão tende a cair, como se fosse um vazamento, mas será apenas a equalização de pressão.
Utilize o manômetro de alta pressão, pois sua escala comporta esta pressão elevada, o manômetro de baixa não chega à esta pressão.
Espero ter colaborado com um material relevante para nossa rotina. Até a próxima!