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Vazamento: embora seja praticamente cultural dizer o contrário, este mal tem “cura” – Parte 2


REMOVER SUBTITULO MATERIA NÃO PUBLICADA

Por: Da Redação - 26 de março de 2013

Na edição anterior comentamos sobre vazamentos na suspensão dianteira. Na segunda parte da matéria vamos analisar alguns casos e propor soluções sobre os vazamentos no motor

De modo geral, o reparo não se resume a troca de alguma peça que compõe o kit: junta, retentor e anel de vedação. No processo de manutenção, o reparador deve estar atento aos detalhes e descobrir todas as causas, só assim é que o problema será solucionado. Na maioria das vezes a solução não se resume a simplesmente substituir as peças, pois há sempre um risco do defeito voltar, por isso não é recomendável fazer experiências com a motocicleta do cliente.
As etapas do diagnóstico exigem um pouco de atenção e base técnica, só assim o serviço será eficiente. Caso contrário, poderá desencadear outros problemas no motor da motocicleta. Os manuais de serviços trazem regras bem objetivas quanto ao manuseio e substituição das peças de reposição e também os cuidados com as superfícies que estão em contato direto com os elementos de vedação.

Principais focos de vazamento de óleo do motor:

TAMPA DO CABEÇOTE

Independente da faixa de cilindrada e da idade da motocicleta a tampa do cabeçote pode ser equipada com uma guarnição de borracha ou uma junta líquida (cola). Para essa peça a recomendação do manual de serviços diz que quando houver a necessidade da remoção da tampa o elemento responsável  pela vedação deve ser descartado.

Provável causa do vazamento entre tampa e cabeçote
Verifique: guarnição com defeito, riscos, empenamento, falta de torquVazamento-embora-seja-praticamente-cultural-dizer-o-contrario-este-mal-tem-cura-parte-img1e específico nos parafusos, falha na montagem da peça, contaminação das superfícies, pressão excessiva de óleo do motor, etc..

AÇÃO CORRETIVA:

Para as peças riscadas ou empenadas (cabeçote ou tampa) a recomendação deve ser a do fabricante da motocicleta. De modo geral elas permitem recuperação.
 As juntas, retentores e anéis de vedação são descartáveis. Na montagem, todas as superfícies devem estar limpas e secas.

CILINDRO, CABEÇOTE E CARCAÇA DO MOTOR

A junta entre cilindro e  cabeçote pode ser de metal ou outro material, também existem juntas com um filete de cola na lateral.
Há casos onde o vazamento necessariamente não é da junta, a causa está no anel de vedação. O lubrificante também pode vir do cárter subindo pelo prisioneiro até sair entre as aletas do cabeçote ou cilindro.  As demais causas estão relacionadas a juntas com infiltração, riscos, empenamento, falha na montagem da junta, falta de torque específico nos parafusos, sequência errada no aperto dos parafusos das peças e contaminação das superfícies com óleo, pressão excessiva de óleo do motor, etc..
É conveniente observar se o fabricante da motocicleta aconselha lubrificar as roscas dos prisioneiros do cabeçote ou aplicar um vedante líquido.

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AÇÃO CORRETIVA:

Se houver um empenamento ou dano superficial no cabeçote ou cilindro, verifique a possibilidade de plainar a peça danificada até que esteja com a superfície perfeita.  Veja no manual do fabricante o limite de empeno, do contrário, substitua a peça. 
Quanto a aplicação da junta líquida (cola) e o vedante das roscas, os fabricantes trazem a especificação assim como orientam como aplicá-las e o local da aplicação.

Veja dica do fabricante para plainar o cabeçote da YBR:
Procedimento de recuperação do cabeçote empenado

Com uma régua rígida e um calibre de lâminas verifique o empenamento do cabeçote, caso o valor exceda o limite, proceda da seguinte forma: (veja figura)

NOTA

Efetue a leitura do empenamento conforme indicado.
Considere o maior valor obtido na leitura de empenamento.
Limite de uso: 0,10mm  (Yamaha YBR 125)

AVALIAÇÃO DA PEÇA
 
Passos para medição do empenamento e retífica:

Coloque uma régua e um calibrador de lâminas na superfície do cabeçote, (conforme a ilustração).
• Meça o empenamento;
• Se o empenamento estiver fora da especificação, retifique o cabeçote;
• Posicione uma lixa d’água de 400 ~ 600 em  uma superfície plana, e retifique a superfície   do cabeçote movimentando-o em forma de 8.
 
Gire várias vezes o cabeçote para evitar retirar muito material de um só lado.

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DEMAIS CARCAÇAS E TAMPAS

As regras anteriores são válidas para o conjunto de peças. A reparação não está prevista no manual de serviços, porém há casos onde é possível recuperar cada peça.

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VAZAMENTOS NOS RETENTORES

Inúmeras são as causas, vamos as principais:

• Falha na montagem da peça;
• Alojamento do retentor danificado ou com folga;
• Eixo que gira ou desliza dentro do retentor avariado, gasto ou empenado;
• Pressão excessiva de óleo do motor;
• Folga radial ou axial nos rolamentos dos eixos;
• Porosidade ou trincas nas tampas ou carcaças.
Alguns retentores necessitam de ferramenta especial para a instalação e modo geral na montagem é conveniente lubrificar os pontos onde há contato com as peças em movimento.

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