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Culturalmente costuma-se dizer que algumas motocicletas possuem essa falha crônica.
Será que não há solução?
No geral é fácil perceber o defeito, porém a(s) causa(s) do vazamento de óleo nem sempre são fáceis de serem detectadas e devem ser eliminadas.
A verificação do nível do lubrificante do motor deve ser frequente, ao perceber sinais de vazamento de óleo ou que o nível está diminuindo é necessário verificar a causa, pode ser que haja um problema.
Fig. 1 - Verificação do nível do óleo do motor
Se pensarmos em segurança a questão da vedação do motor pode ser considerada como um dos itens mais importantes na lista de manutenções. Vazamento de motor pode trazer riscos ao motociclista e prejuízos aos bolsos.
Para entender melhor a questão da segurança, quando há um vazamento de grande intensidade, o lubrificante pode até atingir a banda de rodagem do pneu traseiro, sendo assim, não há como evitar um acidente. Os riscos se estendem a outros motociclistas que trafegam pelos mesmos caminhos, ao passarem sobre os pingos de óleo deixados no asfalto.
A ausência parcial ou total do lubrificante no motor irá influenciar na durabilidade dos componentes internos, o dano pode ser imediato ou de médio prazo.
Da constatação ao diagnóstico do vazamento do motor
As etapas do diagnóstico e reparo exigem prática e boa base teórica, só assim o serviço será eficiente. As dicas dos manuais dos fabricantes são regras essenciais quanto ao modo de fazer o serviço.
Ao receber uma motocicleta com um vazamento é necessário identificar o foco do defeito, posteriormente lave o motor, complete o nível do lubrificante se necessário.
Efetue o teste de pilotagem até que o vazamento ocorra novamente, aguarde o motor esfriar, desmonte a peça ou o conjunto e faça a análise.
Durante a inspeção do vazamento, verifique as superfícies que estão em contato direto com os elementos de vedação, como: eixos, tampas, carcaças, cilindros, cabeçotes e outros. (Fig.2) (Fig.3)
Fig. 2 - Motor em “V” sinal de vazamento na parte inferior do cilindro traseiro
Fig. 3 - Junta do cilindro – local de passagem de lubrificante para o cabeçote
• Volume excessivo de óleo no motor;
• Entupimento do respiro do motor;
• Empenamento da(s) superfície(s) de contato do conjunto;
• Riscos na(s) superfície(s) de contato do conjunto;
• Porosidade ou trincas nas tampas ou carcaças;
• Falha de vedação na junta, guarnições, anéis ou retentor;
• Reutilização de juntas ou guarnições de borracha;
• Aperto dos parafusos abaixo do torque especificado;
• Parafusos quebrados;
• Utilização de junta de baixa qualidade;
• Utilização de junta líquida (cola) não especificada para o motor;
• Falha na aplicação da junta líquida do motor (cola).
O reparo nem sempre se resume a troca de alguma peça que compõe o kit: junta, retentor e/ou anel de vedação. No processo de manutenção, o reparador deve estar atento aos detalhes e descobrir todas as causas, só assim é que o problema será solucionado.
Quando o serviço não for bem feito, poderá desencadear outros problemas no motor da motocicleta. Na maioria das vezes a solução do problema não se resume a simplesmente substituição de peças, pois há sempre uma possibilidade do defeito voltar, por isso não é recomendável fazer experiências com a motocicleta do cliente.
Na fase de montagem do motor todos os elementos vedantes devem ser substituídos mesmo que pareçam novos, todas as superfícies devem estar limpas e secas e livres de deformações.
Arranhões, trincas, desgastes ou empenos são causas comuns de vazamento, esses defeitos podem estar presentes em uma das peças do motor.
Quanto à aplicação da junta líquida (cola) nas partes do motor e o vedante das roscas, é recomendável seguir a receita do fabricante da motocicleta em serviço, assim como as especificações dos elementos de vedação.
Tampa do Cabeçote
Independente da faixa de cilindrada e da idade da motocicleta a tampa do cabeçote pode ser equipada com uma guarnição de borracha e/ou uma junta líquida (cola). Para essa peça a recomendação do manual de serviços diz que quando houver a necessidade da remoção da tampa o elemento responsável pela vedação deve ser trocado. (Fig.4) (Fig.5)
Fig. 4 - Cabeçote, parte superior fechada com junta líquida (cola)
Fig. 5 - Tampa do cabeçote, guarnição de borracha
Juntas do cabeçote original x paralela
A junta genuína da marca ou a peça de reposição do mercado paralelo (de boa qualidade), ambas, quando comparadas, apresentam bom resultado na vedação entre o cabeçote e o cilindro, mas dependem das condições das superfícies e do correto aperto dos parafusos do cabeçote.
O motor é submetido a altas temperaturas, pressões e vibração, por isso não vale a pena economizar na junta do cabeçote. A junta do cilindro também não só faz a vedação entre o cilindro e o bloco do motor, mas também tem a responsabilidade pela passagem do óleo que lubrifica os elementos do cabeçote. Ao substituir essa peça verifique se há furações de passagem do lubrificante. (Fig.6)
Fig.6 - Junta do conjunto cilindro cabeçote
Vazamentos mais comuns identificados:
• Vazamento de óleo;
• Vazamento de compressão do motor;
• Infiltração do liquido de arrefecimento para a câmara de combustão;
• Infiltração de água no óleo do motor.
Junta de 3 camadas ou “sanduiche”
• Verifique a possibilidade do vazamento entre as camadas da junta. (Fig.7)