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Conhecendo o corpo do acelerador da Yamaha XT 660


Descuidos na manutenção periódica do corpo de borboleta de aceleração influenciam no funcionamento do motor, aumentam o consumo de combustível, alteram a rotação de marcha lenta e comprometem a segurança do motociclista

Por: Paulo José de Sousa - 11 de maio de 2015

Vamos dar início a uma série de matérias abordando os principais diagnósticos do corpo do acelerador da Yamaha XT 660 e demais componentes do conjunto.

Não cansamos de comentar que a marcha lenta “redonda” é um indicador do bom funcionamento, a regulagem bem feita evita os transtornos quando o motor para de funcionar repentinamente,principalmente numa motocicleta considerada uma “big trail”, de peso ligeiramente elevado. O ajuste bem feito já entra na questão da segurança do motociclista, por isso apresentamos algumas dicas e soluções para os problemas de marcha lenta. 

Na XT a rotação de marcha lenta é ajustada manualmente pelo motociclista, porém quem assegura o funcionamento do motor quando está frio é a unidade de marcha lenta. Nesta condição será necessário uma rotação ligeiramente superior à rotação normal de lenta, devido ao maior atrito interno do motor causado pela baixa temperatura. O mecanismo que vamos apresentar não tem nenhuma relação de construção com a válvula FID das motocicletas 250 da mesma marca.

PARTIDA A FRIO
Nas 660cc ao acionarmos a partida, a motocicleta deverá pegar com facilidade, manter a rotação ligeiramente acelerada e estabilizada e não falhar, mesmo nas baixas temperaturas, paralelamente um sensorfornece ao módulo (ECU)  o dado relativo à temperatura do motor,  a central eletrônica ajusta sistematicamente o volume de combustível para todas as condições de utilização, porém a ECU não tem controle no quesito rpm,  o processo de alteração na rotação do motor depende de uma passagem extra de ar que é controlado por um êmbolo,  quando o motor está aquecido o dispositivo se desloca e corta o suprimento  de ar e o rpm estabiliza no padrão de marcha lenta. 

Parafuso batente da borboleta de aceleração

Este mecanismo também é conhecido como circuito do “bypass”, para maior quantidade de ar, maior rotaçãodo motor. O dispositivo mencionado está baseado no deslocamento do êmbolo para fornecimento ou interrupção de ar, também não há nenhuma relação com o motor de passo.

O mecanismo é preenchido com cera e é blindado, o líquido de arrefecimento do motor promove o derretimento da cera e assim ocorre o deslocamento do embolo de corte de ar, uma mola faz o embolo voltar ao estado inicial quando o líquido está frio. O sistema está presente em outros modelos mais antigos da marca e também nas motocicletas da Honda, nas quais é conhecido como unidade de controle de marcha lenta ou “ThermoWax”.

UNIDADE DE MARCHA LENTA
Sintomas de mau funcionamento da motocicleta ocasionados por falhas nas vedações da unidade:

• Mistura pobre;
• Dificuldade de manter a marcha lenta;
• Dificuldade na partida a frio.

Unidade de controle da marcha lentaAjuste da rotaçãodo motor – marcha lenta - Após efetuar o reparo na unidade e montar todos os componentes, instale o corpo de borboleta na motocicleta e faça o ajuste da rotação do motor por meio do parafuso batente do eixo da borboleta que fica na lateral do corpo. Quanto mais aberto mais ar irá passar e, consequentemente, a rotação será elevada. 

Nas motocicletas 660cc o ajuste deverá ser efetuado com a motocicleta em temperatura normal de uso – (Rotação de marcha lenta: 1300 a 1500 RPM) ref. Manual de serviços ano 2004

Sempre que possível verifique a resistência do TPS, já que o sensor está posicionado na outra extremidade do eixo da borboleta.

O resultado alcançado deverá ser um funcionamento uniforme, marcha lenta do motor ocorrendo de maneira estabilizada

O êmbolo de corte de ar ou elemento de controle de marcha lenta vem regulado de fábrica, por isso não há motivos para alterações no ajuste de curso, se a motocicleta estiver com dificuldades de manter a lenta verifique os itens abaixo:

DICAS IMPORTANTES 
• Verifique as condições das mangueiras e tubulações por onde circula o liquido de arrefecimento do motor, radiador até e corpo de borboleta;
• Verifique se não há vazamentos através do corpo da válvula;
• Verifique possíveis entupimentos nas passagens de ar no corpo do acelerador;
• Elemento de controle de marcha lenta travado ou com fadiga;
• Alterações na regulagem de curso do embolo;
• Tampa do embolo quebrada;
• Certifique-se que a proporção de mistura do liquido do radiador está de acordo com a tabela do fabricante da moto;
• Veja se não há entrada de ar para o motor ocasionada por trincas, falhas na vedação ou falha no corpo de borboleta e FID;
• Confira sempre o nível do liquido de arrefecimento ele pode ser consumido pelo motor por meio dos mecanismos da FID.