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O evento que atrai o público de toda a América Latina apresentou diversos lançamentos para a classe emergente, que anseia por modelos de maior cilindrada a um preço acessível
O primeiro Salão Internacional das Duas Rodas, ocorrido em 1991, deu o pontapé inicial para o crescimento vertiginoso do mundo das motocicletas e similares. Na época figuravam modelos básicos, na grande maioria de baixa cilindrada e poucas opções de fabricantes: Agrale, Caloi, Honda e Yamaha.
O período foi marcado pela abertura das importações, que ainda estava por acontecer de maneira plena. Nesta fase, o indivíduo que desejasse ter um modelo diferenciado e de maior cilindrada, por exemplo, teria de desembolsar quantias astronômicas de dólares (à vista) através de importadores independentes. Isto sem falar no momento da manutenção, que era outra dificuldade.
Os tempos mudaram, a economia prosperou e as importações “se abriram”. A facilidade em obter crédito também impulsionou o interesse pelas motocicletas na mesma proporção dos números de vendas. Atualmente quase que “qualquer um” pode ter uma motocicleta, até mesmo as de média cilindrada (até 600cc), através de uma pequena entrada e o restante financiado.
Este ano o evento ocorreu em outubro no centro de exposições Anhembi, na cidade de São Paulo, e contou com mais de 400 expositores entre fabricantes de motos, acessórios e serviços.
A quantidade de fabricantes também cresceu (aliás, explodiu) e atualmente cerca de treze podem ser prontamente citadas: Amazonas, BMW (isso mesmo BMW! Você vai saber daqui a pouco o porquê), Dafra, Garini, Harley-Davidson (Grupo Izzo), Honda, Kasinski, Kawasaki, MVK, Suzuki, Sundown, Traxx, Yamaha, entre outras menores, que atuam como importadoras.
Alerta
Um fato triste e negativo que assombra o setor se refere ao número de ocorrências de roubo, principalmente os praticados a mão armada. Esta crescente realidade acontece na grande maioria dos casos por conta dos altos preços praticados no mercado pelas peças originais. Como exemplo, um simples jogo de adesivos das carenagens pode ultrapassar os R$ 1,5 mil num modelo de alta cilindrada e categoria esportiva. Uma pequena queda pode resultar em prejuízos superiores a R$ 7 mil.
Aqui fica o recado (talvez um apelo) para que as montadoras revejam suas respectivas tabelas de preços, a fim de entregar produtos a quantias justas e consequentemente diminuir a ocorrência de roubos, que acabam por existir em função da necessidade em se obter peças de reposição a um preço “pagável” no chamado “mercado negro”.
Amazonas
A marca que há mais de trinta anos figura no Brasil, parte agora para os modelos pequenos, de ampla utilização urbana e pequenas viagens. Os lançamentos foram o AME Segway, de categoria custom de 150cc, a off road AME Terra 250cc e a Scooter 150. Está previsto para o segundo semestre de 2010 o lançamento da AME AG 300, com tecnologia bi combustível desenvolvida em parceria com a Delphi.
BMW
O público pode conferir de perto várias novidades no stand da marca alemã, sendo que uma das estrelas foi a G650GS, que será produzida em um módulo dentro da unidade fabril da Dafra em Manaus. Ela será a primeira motocicleta produzida fora da Alemanha. A estratégia serviu para deixá-la ao competitivo preço de R$ 29.800,00 (sugerido). As outras duas atrações foram a F800R e a incrível S1000RR, esta uma autêntica superbike de quatro cilindros em linha a qual os fãs de modelos de alto desempenho sentiam-se órfãos quando o assunto era BMW. A potência é uma das maiores da categoria, 193cv a 13.000 rpm e 11 kgf.m de torque a 9.750 rpm. Olhando de frente, a carenagem lembra o rosto de um “pirata”, pois os faróis não são assimétricos, ou seja, cada um possui um formato diferenciado! É coisa de louco...
Grupo Izzo
A empresa de gestão familiar que representa no Brasil as marcas americanas Buell, Harley-Davidson, Polaris e Zero Motorcycles, a seuca Husqvarna, as italianas Benelli, Ducati, Malaguti e MV Agusta e a inglesa Triumph, ocupou uma grande área da exposição, comparada até mesmo aos estandes das grandes montadoras. O espaço foi dividido de acordo com a respectiva marca. A linha Harley teve lançamentos para os mais variados bolsos, com ênfase para a Sportster Iron.
Outros dois modelos roubaram a cena: A desejada e mais cara motocicleta comercializada no Brasil, a Ducati Desmosedici RR, de R$ 270 mil! Trata-se de uma réplica da MotoGP (principal categoria do motociclismo mundial), porém adaptada para transitar nas ruas.
Outra atração foi a Zero Motorcycles, a motocicleta do futuro, projetada por um ex-engenheiro da Nasa. Ela emite 0% de gases poluentes graças ao motor elétrico alimentado por uma bateria de ions de Lítio de 4 kWh (58 Volts a 70Ah) ligada a um computador e um controlador. De magneto permanente com escovas ele apresenta potência de 31 cv e torque de 8,6 kgf.m.
Honda
A líder em vendas no mercado brasileiro apresentou muitas novidades. As mais marcantes foram a CG150 Fan ESi, que reúne a robustez da linha Fan ao moderno motor de 150cc com injeção eletrônica de combustível; a CB300R e XRE300 com freios ABS combinados e pinça de três pistões na dianteira; a CG 150 Titan Mix Ex, com forte apelo esportivo; a NXR 150 Bros Mix, que também desfruta do sistema Honda de injeção bi combustível; o belo e exclusivo protótipo Evo6, com motor boxer de seis cilindros de 1.800cc; além das demais excepcionais integrantes que contemplam a linha.
Kasinski
A Kasinski foi à empresa que mais trouxe novidades em termos de quantidade, com 12 lançamentos no total. Destaque para os modelos Comet 150, scooter Prima 150 e a esportiva GTR650
Kawasaki
A Kawasaki motores do Brasil chegou para ficar e quer morder a fatia do mercado que contempla o público Premium, com modelos desde 250cc (Ninja 250) até a superesportiva ZX10-R, que foi apresentada com novo sistema de escapamento e grafismo.
Outra bela opção na faixa de média cilindrada é a nova ER-6N, uma bi-cilíndrica de 600cc com design inovador, extremamente esportivo. Na linha estradeira, a nova Vulcan 900 custom entrega um visual que mistura o clássico, com esportividade, a exemplo do desenho da roda dianteira.
Suzuki
A marca japonesa comemorou durante o Salão o centenário de existência e representada pela J. Toledo não chegou a apresentar segredos, mas sim recentes e competitivos lançamentos. Dentre eles podemos citar a nova Burgman 400, um maxi scooter de 400cc com conforto de moto ao estilo touring; a esportiva GSX650F derivada da Bandit 650 e a DL 650 V-Strom, de apelo aventureiro.
Yamaha
A Yamaha Motor do Brasil veio cheia de novidades para a feira, tanto no quesito produto como serviços e entretenimento. Os visitantes puderam ver de perto lançamentos como a nova YZF R1, a nova V-Max de 1.700cc, entre outros modelos personalizados especialmente para o evento, como foi o caso de uma exclusiva XT660R preta e dourada. Uma elogiável parceria com o Senai, garante o emprego de jovens espalhados pelo Brasil em toda a rede de concessionárias da marca.
Como atração, estava presente também o modelo M1, utilizada pelo imbatível piloto de MotoGP Valentino Rossi.
Aposta nas elétricas
Este foi o primeiro Salão das Duas Rodas a apostar profundamente em modelos 100% elétricos. Um exemplo é a marca Motor Z, pertencente ai Grupo Zeppini. A linha de motos é enquadrada na categoria scooter, montada com peças vindas de todo o mundo, porém em acordo com as necessidades do público brasileiro. A própria Motor Z, Dafra, Kasinski, Sundown e Zero Motorcycle foram as principais a apresentarem modelos comercialmente viáveis. Mesmo com implicações quanto à autonomia e demora no reabastecimento, este é um importante e porque não histórico degrau galgado pela indústria de motocicletas na busca pela solução mais adequada, limpa e viável de locomoção num futuro próximo.
Entretenimento
O visitante do Salão pôde além de conferir os principais lançamentos e novidades em acessórios e motocicletas, desfrutar de uma ampla área de recreação, temática em acordo com o perfil de cada visitante. Um exemplo era a pista de testes off-road criada pela Yamaha, a qual simulava um traçado com pedras, terra, rampas e pontes, no intuito de proporcionar duas diferentes sensações: a do test drive da motocicleta e da emoção em sentir as dificuldades de uma tocada fora de estrada.
A Gas Gas, fabricante de motocicletas da categoria Trial, continuou com a tradição e promoveu apresentações técnicas de alto grau de dificuldade na pista que simula os trajetos utilizados nas competições.
A Red Bull e a Yamaha Motor em parceria com a oficina especializada em motocicletas de alta cilindrada, Panades Racing Team, criou um inédito “brinquedo de gente grande”. Batizada de Wheelie Machine, ou traduzindo, “máquina de empinadas”, o equipamento consiste em uma plataforma a qual permite a motocicleta (uma YZF R1 cedida pela Yamaha) ficar presa e pré-inclinada, com um rolo de dinamômetro na roda traseira e uma amarração na roda dianteira que não a deixa ultrapassar os 90° de inclinação. A idéia é simular de uma maneira emocionante e segura a famosa “empinada”. “A sensação é muito realista”, afirma Leandro Panades, idealizador do equipamento.
A vantagem é a de que é possível treinar o “grau” (palavra popular que define a manobra) à vontade e sem sofrer com a repressão das autoridades.
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