Para alavancar o volume de vendas do Focus este ano a Ford preparou um pacote de melhorias na propulsão, conforto e segurança para a linha, tanto nos modelos hatch quanto sedan. Remodelado desde o final de 2008, o modelo chegou com um design que agradou o público, assim como o conforto interno, acerto da suspensão e consumo. O ‘porém’ ficou na versão equipada com o motor Duratec 2.0 16v, que era movido apenas com gasolina. Em plena ‘Era Flex’ as vendas foram sacrificadas devido o consumidor pensar duas vezes antes de adquiri-lo, justamente por este mero detalhe. Mas a partir de abril de 2010 a versão de 2 litros apta a rodar tanto no álcool como na gasolina opcionalmente está à disposição na rede de concessionárias da marca.
Comportamento Dirigir o novo Ford Focus 2.0 flex fabricado na planta de Pacheco na Argentina, é uma delícia, desde que o modelo seja equipado com transmissão mecânica (você saberá em detalhes o porquê no quesito ‘transmissão’). Os bancos possuem um ‘Q’ de carrão americano, muito confortável e envolvente. Se o acabamento for em couro então, melhor ainda. A suspensão tem um acerto bem equilibrado. É confortável na medida certa e basta um pouco mais de exigência sob tocada esportiva, que o rate rígido passa a figurar, deixando o carro na mão. O sistema de áudio possui qualidade acima da média em comparação a concorrentes diretos do segmento. Ele reproduz músicas nos formatos MP3 e WMA, com entrada para dispositivo auxiliar (P2), sistema RDS (Radio Data System) de identificação, ajuste automático do volume em acordo com a velocidade e equalização personalizada. Com seis alto-falantes sendo dois woofers e dois full-range, ambos de 6 polegadas e dois tweeters, o prazer é garantido.
Motor O Duratec de 2.0 litros e 16 válvulas no cabeçote, flexível no consumo de combustível que passa a equipar o novo Ford Focus é a ‘cereja do bolo’ que faltava na lista de equipamentos da família Focus. Derivado da versão utilizada no Ecosport, porém com sistema de injeção Bosch, o motor recebeu melhorias em acordo com o perfil do consumidor deste tipo de veículo, que passa grande parte do tempo em perímetro urbano. Dotado de coletor de admissão variável, bloco, pistão e cabeçote de alumínio, o peso total de 110,5 kg do conjunto é um dos mais leves da categoria. Segundo o engenheiro chefe da marca, Klaus Mello, “as mudanças no mapa de injeção, na estratégia de funcionamento do pedal do acelerador, na fluidez do coletor de admissão, entre outros, garantiu um ganho total quando abastecido com álcool de 5 cavalos e 10% de torque na faixa dos 1.000 a 2.500 rpm em relação a versão antiga a gasolina.” O motor passa a entregar à potência máxima de 148 cavalos a 6.250 rpm e torque de 19,4 kgfm a 5.250 rpm no álcool e 143 cv nos mesmos 6.250 rpm e 18,7 kgfm a 4.250 rpm quando abastecido com gasolina. O coletor de admissão de ar variável é composto de dois dutos, um curto e um longo, controlados por válvulas. Em baixa rotação o motor é alimentado pelo duto longo. A partir de 4.200 a 4.400 rpm, o duto curto se abre e fornece uma onda adicional de ar, que melhora a curva de torque e traz um ganho significativo de eficiência volumétrica a plena carga. No caminho inverso, quando a rotação do motor é reduzida, o sistema é calibrado para que a transição seja feita suavemente e sem degraus, por meio de um comando eletrônico gerado pelo módulo de injeção. “Embora sejam ligados a um corpo de borboleta único, na prática é como se o motor tivesse dois coletores de ar, com fluxo de ar adequado para cada faixa de operação. É uma inovação importante em motores flex no Brasil”, diz o engenheiro. Os pistões trazem saias revestidas de material antiaderente para redução do atrito e maior eficiência. As bielas são sinterizadas em peça única e separadas por processo de fratura, que assegura um ajuste perfeito e favorece o funcionamento suave do motor. Os assentos de válvulas são reforçados para garantir a durabilidade de uso com álcool. O sistema de acionamento dos comandos de válvulas por corrente com tensionador hidráulico, dispensa manutenção por toda a vida útil. Além disso, o emprego de uma única correia para movimentar todos os periféricos (compressor do ar condicionado, alternador, entre outros) do motor também reduz a complexidade e a necessidade de manutenção. O escapamento e o catalisador foram projetados especialmente para a aplicação flex. O catalisador utiliza a tecnologia “close-coupled catalyst”, ou seja, é montado junto ao coletor de escape, mais próximo do motor, para captar os gases com temperatura maior e aumentar a eficiência na conversão dos poluentes. Os tubos e silenciosos são feitos de aço inoxidável, resistente à corrosão. A durabilidade mínima do motor segundo testes de rodagem efetuados pela Ford é de 240 mil km, desde que efetuada a manutenção preventiva. Curiosidade: Existem atualmente cinco fábricas do motor Duratec ao redor do mundo, que juntas ultrapassaram a marca dos 2 milhões de unidades produzidas. O que equipará o Focus brasileiro é importado do complexo de Chihuahua, no México.
Transmissão O Focus 2.0 Flex poderá ser equipado tanto com a caixa mecânica (de série), quanto à automática (opcional), que neste caso representa cerca de 70% das vendas do modelo. A caixa mecânica de 5 velocidades a frente mais a marcha a ré passa a ser a nacional IB5+ (diz-se IB5 Plus), produzida na fábrica da Ford em Taubaté, interior do estado de São Paulo. Ela possui um custo menor e é 7 kg mais leve em comparação a antiga ‘MTX’, importada da fábrica de Bordeaux na França. Tanto o cilindro mestre, quanto o atuador hidráulico foram redesenhados e oferecem 15% a menos de resistência ao acionamento do pedal de embreagem em comparação a versão anterior. Com tal melhoria o motorista sentirá menor cansaço físico. Na versão automática com sistema seqüencial tiptronic integrado, a Ford insiste em utilizar a versão de apenas 4 velocidades a frente mais a marcha a ré. Trata-se de um modelo arcaico e que ‘mata’ todo o bom desempenho do motor. Ela encarece em R$ 4,5 mil o preço final do veículo e não vale o que custa. Com suas relações longas, o Focus chega a ser quase dois segundos mais lento na aceleração de 0 a 100 km/h em comparação a versão mecânica. Só vale a pena para quem mora nos grandes centros urbanos, ricos em congestionamentos e não se importa em andar num veículo 2.0 que acaba por apresentar desempenho de 1.6. Portanto a versão mecânica é a que deixa a condução mais prazerosa, visto o acerto da relação estar perfeitamente combinada com o desempenho do motor.
Conforto O terceiro encosto de cabeça traseiro chega como novidade, assim como a tampa plástica para acabamento no painel, localizada bem a frente da alavanca de câmbio. A versão GHIA vem equipada com o rádio My Connection, que inclui conexão para dispositivos USB, iPod e Bluetooth para celular, com áudio streaming, e comandos de áudio na coluna de direção, além de comandos de voz em português para controle de áudio, ar condicionado e telefone. Uma tecla de ajuda com instruções fornecidas por voz auxilia nos primeiros passos de operação. Curiosidade: Quando equipado com o som original Ford, o motorista poderá interagir com a personagem Raquel, nome da voz que passa a comunicar-se em português com pronúncia do Brasil.
Toda a linha vem equipada também com air bag duplo, ar condicionado, direção eletro-hidráulica com três padrões de assistência (conforto, normal e esporte), freios ABS com EBD e CBC, vidros e travas elétricas, computador de bordo, ajuste de altura dos faróis, banco do motorista com ajuste de altura, alarme antifurto volumétrico e perimetral, console central com descansa-braços, espelhos retrovisores elétricos com piscas integrados, rodas de liga leve de 16 polegadas, cinto de três pontos para os cinco ocupantes, entre outros itens.
O botão de partida sem chave Ford Power, ar condicionado automático e digital com duas zonas, bancos de couro, som My Connection com Bluetooth, conexão para USB, iPod e comandos de voz, comandos do rádio na coluna de direção e piloto automático no volante, banco do motorista com ajuste elétrico de altura, teto solar elétrico e sensor de estacionamento são itens opcionais. Freios O sistema de freios a disco nas quatro rodas dispõe de ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD) e controle de frenagem em curvas (CBC). O CBC (Cornering Brake Control) aumenta o controle do veículo nas frenagens de emergência em curva, evitando as saídas da traseira. Ele só entra em ação quando o carro está acima de 80 km/h e sofre uma desaceleração forte. Já a distribuição eletrônica de frenagem (EBD) distribui a força nas rodas dianteiras ou traseiras de acordo com as características do piso para garantir a melhor aderência. Caso haja uma frenagem brusca, o pisca alerta acende de maneira intermitente por alguns segundos, para oferecer sinalização ao veículo que vem atrás.
Preços No geral, o Focus 2.0 flex está 3% mais em conta comparado a versão anterior. O modelo Sedan GLX sai por R$58.570 com transmissão manual e R$63.100 com transmissão automática. O Sedan GHIA tem preço a partir de R$67.450, ou R$71.900 com transmissão automática. Já o Hatch GLX custa R$56.570 com transmissão manual e R$61.100 com transmissão automática. Na versão GHIA, sai por R$65.450 com transmissão manual e R$69.900 com transmissão automática. O Novo Ford Focus oferece 3 anos de garantia total, sem limite de quilometragem, e tem a cesta básica de peças mais barata do segmento, segundo levantamento feito pela Anfavea com 70 itens.
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 O design atraente passa a contar com motor flexível na versão 2.0 litro
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 A versão sedan também poderá ser equipada com o novo motor
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