Se ao girar a chave no miolo de contato, o veículo não der a partida, é melhor chamar o mecânico de confiança ou o guincho para rebocá-lo até uma oficina especializada. “Fazer o motor pegar no tranco pode gerar graves consequências ao veículo”, adverte Henry Grosskopf, gerente de engenharia de produtos da Tuper Escapamentos e Catalisadores. Segundo Grosskopf, essa ação, de empurrar o carro para o motor acionar com o solavanco da entrada da marcha, entre outros problemas, pode derreter ou quebrar o monólito, peça de cerâmica que fica na parte interna do catalisador.
Outros fatores combustível de má qualidade e motor desregulado, podem prejudicar a eficiência do catalisador, peça integrante do sistema de exaustão, formada por uma carcaça metálica e um núcleo cerâmico, que contém metais nobres que induzem a reações químicas para reduzir a emissão de poluentes dos veículos. O motor desgastado, desregulado ou com mau funcionamento da injeção eletrônica também pode comprometer esse importante componente. “Isto pode derreter a peça ou causar entupimento por fuligem, impedindo a passagem de gases, o que faz com o motor perca a força e aqueça além do normal”, explica. É aconselhável desligar o veículo, fazer a reparação e, em seguida, avaliar o estado do catalisador.
Além do catalisador, outros diversos componentes do veículo podem ser prejudicados ao executar a ação de pegar o veículo no “tranco”. “Pode quebrar a correia dentada, pois forçará um giro com mais intensidade do motor podendo romper seu material, que é de borracha”, afirma Pedro Scopino, colaborador do Jornal Oficina Brasil.
Se o motor não pegar no tranco pode haver tensão nos circuitos eletrônicos do veículo, observa o especialista. Tudo isso pode acontecer, mas seu carro pode passar ileso pela tentativa. Portanto, se o tranco funcionou uma vez e nada aconteceu, você teve sorte. Mas é importante que não se tente novamente. Qualquer uma das peças que estragar nos casos citados acima certamente saíra mais caro do que levar o automóvel a uma oficina de sua confiança.
A tática de empurrar para pegar era mais comum antigamente nos carros com carburador. Agora há menos tentativas, especialmente porque há muitos veículos com câmbio automático, ou seja, sem embreagem.