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Novo Renault Duster chega mais potente, oferecendo maior economia de combustível


Com proposta mais conservadora, Duster não quer bater de frente com as grandes novidades do mercado, como Jeep Renegade, Honda HR-V e Peugeot 2008

Por: Vinícius Montoia - 11 de maio de 2015

Motor 2.0 16V flex de 148/143 cv e 18,8 kgfm de torqueA Renault lançou a nova geração do Duster e aposta no preço para poder competir com as novidades das outras montadoras, como o Jeep Renegade e Peugeot 2008. O Duster terá cinco diferentes versões: Expression 1.6 com câmbio manual é a de entrada, por R$ 62.990. A Dynamique 1.6 com câmbio manual de cinco marchas sai por R$ 67.990 e a Dynamique 2.0 fica por R$ 72.990. Há opção 4x4 com câmbio manual de seis marchas Dynamique, que custa R$ 78.490. E a unidade com câmbio automático de cinco marchas custa R$ 75.990.

As mudanças na parte de fora ficaram por conta dos novos faróis, novos parachoques dianteiro e traseiro, e principalmente pelas novas lanternas, que agora têm LED na composição. As rodas têm novo desenho e há nova barra de teto. Segundo Olivier Burguet, presidente da Renault do Brasil, “o design dos nossos carros era o ponto fraco, segundo pesquisas que fizemos. Por isso, renovamos a frota e essa renovação começou com o Logan. Depois vieram Sandero, Stepway e Fluence”. Entretanto, os dois pontos que construíram a imagem da marca no país continuam na linha 2016 do SUV: bom espaço interno e robustez.

Em pouco mais de 18 meses a Renault renovou toda a sua gama de veículos e pretende, com o Duster 2016, participar dos 10,3% de vendas que o segmento de SUVs compactos representa no mercado nacional. Em 2004 esse segmento representava apenas 4,3%.

O interior da versão Dynamique 2.0 4x4, com câmbio manual de seis marchas que testamos, realmente ficou mais aconchegante: parte do painel é revestido na parte central por material em black piano, há nova iluminação dos instrumentos e o MediaNav chega com muitas novidades de conectividade.

CAPACIDADE OFF-ROAD
Assim como promete a Renault, o Duster consegue entregar ótima dirigibilidade em terrenos lamacentos, com seu bom ângulo de ataque de 30° e de saída de 34,5. Entre os SUVs compactos que tem essa mesma proposta, o Duster é um dos melhores nesse quesito e é R$ 38.410 mais em conta que a unidade Trailhawk do Jeep Renegade, o mais preparado até o momento.

Nós tivemos a oportunidade de testar a versão 4x4 com câmbio manual de 6 marchas em uma pista preparada. O Duster agrada bastante, principalmente em subidas e transposição de terrenos irregulares. Ele não transmite tanta confiança quanto o concorrente da Jeep, mas não deixa a desejar. Na estrada o modelo continua ruidoso, principalmente em altas velocidades.

A posição de dirigir ainda é um ponto negativo do Duster, pois o banco continua muito alto, apesar de a Renault alegar que a maior espessura do banco foi desenvolvida para gerar maior conforto e ergonomia. Apesar do SUV ter a regulagem de altura do volante, faltou o ajuste de profundidade, que deixa muito a desejar na hora de encontrar a melhor maneira para guiar.

Os engates do câmbio são imprecisos, principalmente ao engatar a primeira marcha, que ficou 30% mais curta no modelo 2016. E apesar de ter uma tela de 8” no centro do painel, a Renault se esquece da ergonomia e quando o motorista fica na posição ideal para dirigir, com os dois braços ligeiramente flexionados, não é possível visualizar o MediaNAV. Ou seja, é preciso recolher o braço direito para olhar os comandos do GPS, por exemplo.

MOTORIZAÇÃO 2.0 16V E 1.6 16V
O motor 2.0 16V ganhou potência e agora entrega 148 cv a 5.750 rpm (antes eram 142 cv) quando abastecido com etanol e 143 cv quando abastecido com gasolina. Esse propulsor também teve aumento de 1mkgf de torque, passando para 18,8 kgfm em a 2.250 rpm, ajudando o SUV a arrancar em menores rotações. Mas, esse pequeno acréscimo é imperceptível para o consumidor. Esse aumento de 1kgfm de torque só é alcançado com etanol, pois com gasolina a diferença é de apenas 0,6 kgfm, totalizando 17,9 kgfm.

O mesmo ocorre com o motor 1.6 16V com relação ao torque. Agora, com etanol, ele chega a 14,6 kgfm (antes era 13,6 kgfm) e 14,1 kgfm com gasolina (antes era 13,6), ambos a 2.500 rpm. A potência continua a mesma: 115 cv com álcool e 110 cv com gasolina, aos 5.750 rpm.

Para conseguir 1kgfm a mais de torque no motor 1.6, a engenharia da Renault mudou a calibração do motor e fez mudanças internas para aumentar a taxa de compressão e no propulsor 2.0 foi otimizada a eficiência de entrada de ar. 

O interior passa a ter melhor acabamento no modelo 2016, mas os comandos do sistema multimídia continuam sem apresentar a melhor ergonomia. É necessário tirar a mão direita do volante para ver os comandos do GPS, por exemplo

O Duster conta, em todas as versões, com o botão EcoMode, que fica abaixo da tela e dos comandos de ar-condicionado no painel. Com o sistema acionado percebe-se que as respostas do acelerador são muito mais lentas e chega a causar irritação no motorista mais apressado. Apesar disso, a economia é de no mínimo 10% com o botão Eco ativado.

Dependendo do modo de dirigir, economiza-se até 14% de combustível e isso só é possível por conta da abertura progressiva das borboletas, que é controlada eletronicamente.

A aceleração de 0 a 100 km/h do modelo 1.6 acontece em 12,7 segundos e sua velocidade máxima é de 164 km/h. O modelo testado pelo Jornal Oficina Brasil, com motor 2.0 e transmissão manual de 6 marchas, acelera de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos e a velocidade máxima do modelo é de 187 km/h.

Já a versão com câmbio automático faz o mesmo teste em 11,0 segundos e sua velocidade máxima é menor, de 176 km/h.

O bagageiro do Renault Duster suporta até 475 litros de bagagem. Apenas na versão 2.0 Dynamique 4x4 é que a capacidade é reduzida para 400 litros. As lanternas, agora, possuem LED produzido pela MagnettiMarelli

PORTA-MALAS E VERSÕES
O bagageiro é o melhor da categoria: 475 litros. Somente a versão 4x4 Dynamique 2.0 tem porta-malas menor, com 400 litros. Confira abaixo quais são os principais itens de série de cada versão:

• Expression 1.6 16V câmbio manual: airbag duplo, freios ABS, direção hidráulica, travas elétricas, volante com regulagem da altura, ar quente, desembaçador do vidro traseiro, faróis máscara negra, brake light, rodas aro 16 polegadas de ferro com design standart, retrovisores na cor preta, para-choques bicolores, rádio CD MP3 double DIN + USB + Bluetooth, rodas aro 16 polegadas de aço, vidros elétricos, alarme perimétrico, assento do condutor com regulagem de altura, barras no teto. Como opcional rodas aro 16 polegadas de liga leve.

• Dynamique 1.6 16V câmbio manual e Dynamique 2.0 16V câmbio manual e câmbio automático: os mesmos equipamentos da versão Expression 1.6 16V, mais Media NAV Evolution, faróis de neblina, para-choques na cor da carroceria, rodas aro 16 polegadas de liga leve, piloto automático, comando elétrico dos retrovisores,  sensor de estacionamento, computador de bordo, tomada 12V no compartimento traseiro e vidros do motorista com comando onetouch. Como opcional bancos em couro, piloto automático e câmera de ré. 

• Dynamique 2.0 16V 4x4 câmbio manual: os mesmos equipamentos da versão Expression 2.0 16V, mais bancos em couro (opcionais), para-choques bicolores, rodas aro 16 polegadas de liga leve na cor cinza escuro. Como opcional bancos em couro, piloto automático e câmera de ré.

Segundo Bruno Hohmann, diretor de marketing da Renault, as versões com motorização 1.6 serão responsáveis por 75% das vendas do modelo. O 2.0 automático ficará com 25%, enquanto que o 2.0 manual 4x2 com apenas 6%. A versão 2.0 4x4 corresponderá a 19%.

As revisões do Duster devem ser feitas a cada 10.000 quilômetros ou a cada ano, o que ocorrer primeiro. A garantia é de três anos ou 100.000 quilômetros.