Notícias
Vídeos

Chery lança o veículo produzido no Brasil, tentando conquistar maior fatia do mercado


Modelo chega com novo visual e nós já avaliamos o primeiro carro chinês fabricado em solo brasileiro. Ele vempara brigar na faixa a partir de R$ 38.000

Por: Vinicius Montoia - 14 de julho de 2015

Chery Celer hatch parte de R$ 38.990 e o sedã de R$ 39.990. Adicionando o pacote Act, como no carro da foto, o preço pula para R$ 40.990 (hatch) e R$ 41.990 (sedã)Agora produzido em solo nacional, o novo CheryCeler custa R$ 38.990 (R$ 2.000 mais caro que o modelo antigo) e tem novo design. Os faróis têm parábolas, mas as lâmpadas ainda são alógenas. Os vincos no capô estão mais profundos e a grade inferior tem aparência mais larga, por conta da extensa faixa preta até os faróis auxiliares, que ficam na extremidade do parachoque. Na lateral do modelo anterior a indicação de repetição de direção era composta por LED e no modelo novo são lâmpadas alógenas. Para compensar, no Celer 2015 a lanterna é composta de LED.

Motor 1.5 libera até 113 cvO hatch tem 4,18 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,48 m de altura e 2,52 de entre-eixos. O seu bagageiro de 380 litros é um dos maiores do segmento, sendo 60 litros mais espaçoso que o do Renault Sandero.

O Celer nasce na nova fábrica da Chery em Jacareí, interior de São Paulo. Entre os equipamentos opcionais estão o alarme antifurto, rádio com entrada USB (que não precisa de adaptador), faróis de neblina - vantagem frente à concorrente JAC - seis alto-falantes e rodas de liga leve de 15 polegadas.

Ele também é recheado com ar-condicionado, computador de bordo (que não faz média de consumo), retrovisores com ajuste elétrico, direção hidráulica, vidros elétricos com função “um toque” nas quatro portas somente para descer, EBD (distribuição eletrônica de frenagem), sensor de estacionamento e travas elétricas.

INTERIOR

Mera coincidência? Na esquerda você vê o painel do Chery Celer e na direita o do Ford New Fiesta. Há algo semelhante entre eles?

O painel também é novo. Os comandos são fáceis e ficam à mão, mas os bancos da dianteira não são tão confortáveis quanto o esperado. As aletas de acionamento dos faróis e setas têm plástico com aparência frágil, mas o volante, com regulagem de altura, proporciona boa empunhadura. À frente do condutor, os mostradores têm novas molduras hexagonais (bastante parecidas com o do Ford New Fiesta) e o desenho do painel lembra os modelos da Chevrolet, Onix e Prisma.

Chery Celer / Chevrolet Onix

Espaço é generoso para a cabeça e pernas de quem ocupa o banco traseiroO espaço para os passageiros da parte de trás é generoso. Há espaço para a cabeça e pernas e a viagem é mais confortável do que no banco da dianteira, pois o assento traseiro é largo. Os engates do câmbio manual de cinco marchas são duros e com pouca precisão, assim como os modelos da Renault (para estabelecer comparação). Ao engatar a ré o motorista tem, além do sinal sonoro, um aviso no centro dos mostradores que indica a aproximação do obstáculo.

Visão do espelho retrovisor direito é atrapalhada pela coluna AAo sentar no banco do motorista, para determinadas pessoas (menores de 1,70 m), o recorte da janela encobre parte do retrovisor que fica do lado direito. Falta grave para um modelo que anteriormente não apresentava tal problema, a despeito de o recorte menor das janelas proporcionar sensação de proteção para quem está no habitáculo. Além disso, o banco do motorista, mesmo com a regulagem de altura na posição mais baixa, é muito elevado e pessoas mais altas encontram dificuldade para se encaixar.

É possível perceber uma pequena lentidão da direção elétrica, mas o cliente comum dificilmente perceberá. A unidade avaliada estava com a suspensão dianteira direita chegando a final de curso com facilidade, gerando aquele barulho característico ao passar por lombadas um pouco mais altas. O pior é que o veículo estava com apenas 4.000 quilômetros. O pedal da embreagem também estava muito baixo, dificultando manobras de estacionamento, por exemplo.

Abertura do porta-malas só é feita por meio de botão na chave ou no painelMOTOR

O propulsor que equipa o sedã e o hatch é o 1.5 16Vflex produzido no Brasil e que recebeu nova calibração para entregar 109 cv com gasolina (antes eram 108 cv) e 113 cv com etanol, alcançados a 6.000 rotações. O torque é de 14 mkgf com combustível derivado do petróleo e 15,2 com o derivado de cana, ambos a 4.000 rpm. Ele é ligeiramente menos potente que o motor 1.5 da Honda, que oferece 115/116 cv (gasolina/etanol). A velocidade máxima, segundo a montadora, é de 175 km/h e a suspensão firme garante estabilidade em velocidades altas. Não há sustos quando é necessário fazer uma retomada quando abastecido com etanol, mas ele fica devendo quando está utilizando gasolina.

Aos 60 km/h com a quinta marcha engatada o motor funciona a 1.750 rpm. A 100 km/h são 2.900 rpm e a 120 km/h, 3.500 rpm. Então, se quer presar pelo baixo consumo, é bom não ultrapassar os 100 km/h.

ÍNDICE DE NACIONALIZAÇÃO

Segundo a montadora, as peças nacionais compõem 35% do veículo, que tem como fornecedores Plascar, Metagal, Pirelli, Moura, Bosch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf, Petronas e muitos outros. E é com esses parceiros que a Chery pretende crescer no mercado nacional. Esta é a primeira operação completa da marca fora da China e teve investimento de 530 milhões de dólares. Está incluso nesse montante um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, que ainda não foi inaugurado. 

Por cerca de R$ 39.000 ele é bem equipado e já conta com propulsor com cilindrada maior do que 1,0 litro. É uma opção para o cliente que quer apostar em um veículo com espaço, itens de série e potência. Entretanto, o consumidor mais conservador vai optar pelas marcas tradicionais com motores menores para evitar possíveis dores de cabeça, como a da suspensão dianteira direita com possível avaria no veículo testado pelo Jornal Oficina Brasil. O veículo apresentava ruído típico de final de curso do sistema de amortecimento, com pouco mais de 4.000 quilômetros. A unidade com todos os itens opcionais é chamada de Act e custa R$ 2.000 a mais. Ou seja, partindo de R$ 40.990 para o hatch e R$ 41.990 para o sedã.