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Esse é o ano da reparação


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Alexandre Akashi
20 de março de 2009

 Em entrevista ao jornal Oficina Brasil, o presidente do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), Antonio Fiola, fala sobre as expectativas para 2009 pós-Carnaval, os desafios de crédito para o setor, que dentro da cadeia produtiva do aftermarket automotivo é o que mais sente o peso da falta de recursos

 

 


Filho de reparador, Antonio Fiola divide desde 2007 a rotina da administração das três oficinas que possui, a Dimas Norte, Dimas Sul e Dimas Leste, com a presidência do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), além de outras atividades junto à Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo). "Assumi o sindicato com uma proposta de trabalho muito forte. O número de horas que trabalho por dia é absurdo, dedico de quatro a cinco horas do dia para as minhas empresas, e as outras oito ou nove para o Sindirepa", afirma.

Apaixonado pelo ambiente da oficina, Fiola conta que tentou seguir carreira como executivo de multinacional, mas na hora de vender a oficina "a paixão falou mais alto". Foi esta mesma paixão que o moveu a abrir a primeira oficina, aos 16 anos, em 1985, logo após o falecimento do pai, mesmo contra a vontade da mãe. "Fiz um acordo com a minha mãe onde eu iria ser um dono de oficina formado, e com muito sacrifício cursei faculdade de economia, consegui me formar, depois foram vários cursos, sempre com muito sacrifício, mas sempre fui muito apaixonado pelo setor", conta.

Acompanhe abaixo a entrevista que o reparador-presidente do sindicato da categoria concedeu ao jornal Oficina Brasil para falar sobre as dificuldades e oportunidades para o setor, em 2009, que efetivamente começou agora, depois do Carnaval.

Jornal Oficina Brasil – Como o setor deve lidar com a crise econômica que abala o país?

Antonio Fiola: Essa pseudocrise ainda não chegou ao nosso setor, no que diz respeito ao movimento.

JOB – E o que preocupa o setor?

AF: Preocupa muito o fato de o setor continuar sem crédito. O dinheiro continua escasso para o pequeno empresário e a gente tem necessidades, principalmente na aquisição de equipamentos.

JOB – Qual a maior dificuldade das oficinas?

AF – O dinheiro, crédito para capital de giro. Isso porque pagamos a mão-de-obra semanalmente e na maioria das vezes cobramos os serviços em 4, 5 ou até 6 parcelas. O custo dessa operação é altíssimo. O banco tem por tradição não acreditar no reparador.

JOB – Mas o reparador tem fama de bom pagador...

AF – É um bom pagador, mas nem sempre ele está bem com o seu fornecedor. É difícil, mas é uma coisa com a qual a gente tem de conviver. A maior dificuldade do empresário de reparação hoje é o dinheiro propriamente dito. Ele acaba financiando a maior parte da cadeia. O fabricante vende para o distribuidor que vende para o varejista que vende para o reparador. Todas essas operações são feitas com prazos médios de 30 a 40 dias. Quando chega para o reparador, a peça está muito mais cara do que saiu da fábrica e ele ainda tem de parcelar em 3, 4, 5, 6 vezes, para o cliente, principalmente quando o serviço é grande. Além de ficar com o risco, fica com as parcelas. Se não quiser ficar com o risco, vai para o cartão de crédito que é muito caro.

JOB – E como gerenciar isso?

AF –
Essa é uma boa questão. Uma dica que eu dou para o reparador é tomar muito cuidado com banco, que cobra muito caro a mercadoria dele, o dinheiro. E mais: para ele achar uma fórmula razoável para se adequar ao momento; para ele tentar negociar com o fornecedor da mesma forma que ele negocia com o cliente, ou seja, tentar pagar do jeito que está recebendo, tentar fazer uma carteira de crédito e débito baseado nesse fluxo futuro que ele vai ter na operação para não ficar sem capital.

JOB – Não são conceitos muito complexos para a grande maioria dos reparadores entenderem?

AF – Ele vai ter de tentar pagar da forma como está recebendo, por mais difícil, esse é o caminho que ele tem de seguir. Para simplificar, é algo do tipo pagar o fornecedor com os cheques que ele recebeu do cliente. Claro que não exatamente assim, ao pé da letra, mas algo parecido.

JOB – O reparador é muito mais operacional do que administrativo...

AF – Sim. Esse é um caminho que ele tem de começar a mudar.

JOB – Como? Contratando um administrativo?

AF – As empresas que estão se dando bem são aquelas que o marido acaba colocando a esposa no administrativo. Inclusive no aniversário do GOE houve uma homenagem às mulheres... essa é uma solução que temos visto muito e acho muito interessante.
 
JOB – No ano passado você avaliava um crescimento de 10%. Essa previsão continua?

AF – Eu permaneço com a mesma expectativa de crescimento, mas com uma ressalva. Entendo é que esse crescimento pode ser pontual, pode ser que alguns vão crescer mais de 10% e outros vão fechar.
 
JOB – E qual a receita para crescer?

AF - Para quem não está em São Paulo eu vejo o ano como muito produtivo e positivo também, pois no ano passado tivemos um tíquete médio baixo. Ninguém queria fazer nada no carro a não ser trocar por um mais novo. Hoje, os clientes já dizem: "Olha, eu não ia fazer, mas agora eu vou porque já não sei mais se vou trocar." A taxa de juros está mais alta, então o consumidor está mais atento ao automóvel dele. Isso fará com que nosso tíquete médio suba.

– Na cidade de São Paulo especificadamente, a inspeção ambiental veicular é uma oportunidade real para uma ascensão no movimento das oficinas, porque os clientes estão preocupados com isso. O empresário mais perspicaz pode agregar o check-list da Agenda do Carro, que é voltado para a segurança.

JOB – Mas 10%, não é muito otimismo?

AF - Além disso, o Sindirepa entregou em mãos, no dia 3, para os presidentes do Legislativo em Brasília, Michel Temer (Deputados) e José Sarney (Senado), a carta do seminário do ano passado, sugerindo a inspeção veicular e renovação de frota, para conscientizar o poder público da importância da manutenção preventiva.

O ano passado foi muito difícil para nós. Passamos por uma escassez muito alta de mão-de-obra, pois a indústria estava voraz e a gente é mais vulnerável. Mecânico, funileiro e pintor eram peças raríssimas no mercado, porque todos estavam indo para as montadoras, com três turnos. Para segurar bons colaboradores, pagamos muita hora extra. Este ano deve haver um reforço de mão-de-obra para nós. Outro fator positivo é a campanha Carro 100%, que é um projeto muito responsável e abre comunicação direta entre o Sindirepa e o consumidor final, que precisa ficar atento à manutenção preventiva do veículo, assim como a necessidade de ir a uma boa oficina. Isso tudo traz para a gente uma perspectiva de um cenário positivo.

JOB – Você está na metade do mandato. Que balanço você faz dessa primeira metade?

AF - Além disso, o atual time do Sindirepa é um dos melhores que já tivemos. É um timão. São pessoas muito profissionais. Estamos em um momento muito especial, em que tudo fazemos dá resultado.

Esse segundo mandato está consolidando o trabalho feito no primeiro, que não apareceu para o setor, foi de bastidor. Reestruturamos a entidade, que vinha de uma administração mais antiga, muito boa, que deu visibilidade e trouxe consolidação, mas a gente precisava mostrar algo mais, dar mais a cara no interior. Aumentamos o número de associados em quase 50%. Hoje são 1,8 mil, metade deles daqui, da Capital, a outra metade do interior.

JOB – E quais as metas para a segunda?

AF – Uma de nossas bandeiras no primeiro mandato continua, que é estreitar relacionamento com as montadoras para ter acesso aos segredos do carro. Isso é uma luta constante, eu não desisto. Continuou insistindo com o Jackson Schneider (presidente da Anfavea), que estará no nosso seminário este ano. Inclusive, agora temos um grupo, liderado pelo Ricardo Cattucci, que vai começar a estudar parceiras com as montadoras.

JOB – Que tipo de parcerias?

AF – Parcerias de posto autorizado. Já tem algumas oficinas que estão em parceira com a Renault, como a Carbofreio e a Ninim, e queremos reforçar isso, pois elas ainda estão muito aquém da nossa expectativa. Isso faz parte da minha proposta e quero levar adiante.

JOB – O caminho são postos autorizados?

AF – Não diria que esse é o único caminho, mas que é um bom caminho. O fato de você ter um posto autorizado, com a vocação que o mecânico tem, é algo muito interessante. A montadora tem muito a ganhar e o reparador também. Juntando a vocação que ele tem para servir com essa bandeira, dá um resultado muito feliz. Se pudesse recomendar um caminho, eu recomendaria isso. Para todo empresário, o mais importante é ele garantir algo que dê demanda para ele. Na funilaria, o que ele faz? Vai para a seguradora. O que o mecânico pode fazer? Ter uma bandeira, que aí ele garante a demanda e pode se dedicar a uma atividade complementar. Hoje, o importante é garantir uma demanda. Antes era mais fácil se manter competitivo. Hoje o custo fixo é alto, tem muito imobilizado na oficina. Não dá para brincar e não ter nenhum serviço durante o mês inteiro. Precisa ter alguma garantia de movimento.

JOB – E todos sabem que as oficinas das concessionárias não dão conta do recado...

AF – A montadora vai ter mais capilaridade, vai ficar mais próximo da negócio. Para elas essa parceria é fundamental.

JOB – Elas ainda enxergam isso como entrega do segredo?

AF – Acredito que a montadora tem muito mais receio do que a concessionária, embora ela jogue a cualpa na concessionária. Porque a concessionária não me paga nada, sou cliente dela. A montadora fala: eu não posso te dar por causa da concessionária. Mas a concessionária não me vê como concorrente, me vê como cliente. Então na verdade acho que existe um receio muito maior da montadora do que da concessionária. Que talvez possa começar a ser quebrado com esses postos autorizados que estão voltando. Houve uma tentativa da Fiat em um passado não muito distante e agora essa tentativa da Renault. Se você analisar, 80% do que a concessionária vende é para oficina independente. Ela nem abre o balcão de peças aos sábados. O consumidor não vai à concessionária comprar peças.

JOB – Falando em caminho, qual a sua opinião sobre as associações de oficinas? Elas são um caminho?

AF –
Acredito muito nisso. A entidade está tentando, através do GMA, se tornar uma instituição grande. Mas às vezes, para ir a uma agência bancária, um grupo menor consegue. Eu sempre falo, a gente atende às necessidades macro dos grupos e eles têm de ir atrás de uma solução micro. Os grupos são a melhor vitrine para o setor. Estamos de portas abertas para todos os grupos que queiram se reunir no Sindirepa, porque eles nos ensinam, nos dão o caminho. Eles são mais ágeis, por serem menores.

JOB – Neste ano teremos a Automec. Qual será a atração do Sindirepa-SP?

AF - O apelo do estande será o check-list da Agenda do Carro. Do lado de fora, teremos uma estação de inspeção técnica veicular. A proposta é distribuir vouchers para fazer a inspeção nos carros dos visitantes da feira, de acordo com o check-list da Agenda do Carro.

Vamos montar uma oficina dentro da Automec, que vai se chamar Oficina Carro 100%, em parceria com todas as entidades do aftermarket. Nela, teremos uma unidade móvel do Senai que irá ministrar treinamentos, piso branco, ferramentas, funcionários treinados, pessoal para falar de certificação, de manutenção preventiva, enfim, uma oficina voltada para o reparador olhar e gostar, e para o consumidor olhar e sentir segurança.

JOB – Como você vê a participação das indústrias na Automec?

AF - É um erro ficar de fora de uma feira como a Automec. Se eu pudesse dar um conselho para a indústria de autopeças eu diria: vá para a reposição porque aqui a roda está se movendo. Acredito que existe um equivoco muito grande da indústria quando ela se deixa levar pela onda do negativismo, como todo mundo faz. Este é o ano da reparação. No ano passado, a indústria deixou de entregar alguns itens para a reposição, não tudo, mas alguma coisa faltou, porque ela tinha de atender a montadora. Só que agora, a montadora não está comprando tanto, então a indústria de autopeça deveria voltar os canhões para a reposição. Entendo que tem algumas indústrias que estão em posição delicada, mas não dá para ficar de fora de uma feira como a Automec.

JOB – A norma que regulamenta o profissional já foi publicada?

AF– O projeto já foi publicado como norma e passa a valer a partir do dia 13 de março, quando teremos a norma ABNT NBR 15.681, que trata da qualificação do mecânico de manutenção.

JOB – O que muda com isso?

AF– A postura muda. Começa haver um movimento em que as pessoas passam a se preocupar com a importância de seguir uma norma, que se der algo errado ele vai ser responsável pelo trabalho. É um movimento positivo.

JOB – É uma responsabilidade a mais para o reparador...

AF – Sim, mas que principalmente traz mais tranqüilidade, pois está trabalhando dentro da lei. A regulamentação das oficinas, a mesma coisa.

JOB – E como anda o projeto do Clube dos Reparadores?

AF – Fizemos a pesquisa na capital e agora vamos fazer no interior, para levantar um raio-x do setor. Esse trabalho vai até 2011, e consiste em verificar se a oficina realmente existe, fotografar, ver quantos funcionários tem. Isso é muito legal, porque você vai e conhece o reparador, o estabelecimento, e acaba fazendo um censo do setor. Aqui na capital a gente refinou bem o mailing. Isso dá uma relação de confiança bem maior. E mostra para a oficina que o Sindirepa existe e está atuando.

JOB – Como é o relacionamento do Sindirepa-SP com os demais Sindirepas do Brasil?

AF – Nossa relação é de troca. Onde a gente tem mais intimidade e irmandade são com as entidades de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Bahia, e Paraná. Procuramos informar tudo o que a gente faz e trocamos figurinhas. Pegamos deles o que pode ser bom para a gente e vice-versa, sempre respeitando a regionalidade, no sentido de não aceitar associados de outros estados. Não associo as oficinas de outros estados, mas, sim o Sindirepa e dou acesso aos recursos que oferecemos para nossos associados, como o CDI, por exemplo.

JOB – Que recado você daria para o reparador?

AF – Quero que o reparador olhe com otimismo este ano. Olhe para o cliente dele e o veja como uma potencial fonte de renda. O consumidor está muito carente do nosso conhecimento técnico. Vamos lembrar que a gente pode ajudar ele, e ganhar algum dinheiro com isso. Outro recado, é que o Sindirepa, quando alguém fala que é uma panela, digo que é uma panela de tampa aberta, entra quem quiser. Todas as pessoas que até hoje tiveram propostas coerentes, vieram trabalhar com a gente, independente de vaidade, de gênio.

Matéria da edição Nº217 - Março de 2009

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