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Tudo isso é possível graças ao sistema ADAS, uma revolução tecnológica que já está presente em diversos modelos no Brasil.
Mas, com essa inovação, surge também um novo desafio para quem trabalha na manutenção veicular. Afinal, como calibrar câmeras, sensores e radares com precisão cirúrgica? E mais: como garantir que tudo funcione perfeitamente após um reparo no para-brisa ou no para-choque?
Neste artigo, você vai entender como o ADAS funciona, quais recursos ele oferece, como afeta a rotina das oficinas e o que os mecânicos precisam saber para atender essa demanda crescente com qualidade e segurança.
Continue lendo para descobrir como o ADAS está transformando o dia a dia nas oficinas e como se preparar para esse novo cenário.
O que é o sistema ADAS e como ele funciona?
O sistema ADAS (Advanced Driver Assistance Systems) é um conjunto de tecnologias embarcadas no veículo que têm como principal objetivo aumentar a segurança ativa durante a condução. Em vez de reagir apenas após um acidente, o sistema antecipa situações de risco e age para evitá-las.
Esses sistemas operam com base em dados coletados por câmeras, radares, sensores ultrassônicos e até LiDAR, que monitoram continuamente o ambiente ao redor do carro. Essas informações são processadas em tempo real por centrais eletrônicas que analisam o comportamento do veículo e do trânsito.
A partir dessa análise, o ADAS pode emitir alertas ao condutor — visuais, sonoros ou táteis — e até mesmo intervir automaticamente, realizando ações como frenagem autônoma de emergência (AEB), correção de trajetória ou redução de velocidade.
Quais são as principais funções do sistema ADAS?
Entre os recursos mais conhecidos do ADAS estão:
- Frenagem autônoma de emergência (AEB): freia o carro automaticamente ao detectar um risco iminente de colisão frontal;
- Assistente de permanência em faixa (LKA): detecta desvios involuntários de faixa e corrige a direção para manter o carro no centro da pista;
- Controle de cruzeiro adaptativo (ACC): ajusta a velocidade do carro conforme a distância do veículo à frente;
- Alerta de ponto cego (BLIS): avisa sobre veículos fora do campo de visão do retrovisor durante a troca de faixa;
- Detecção de pedestres e ciclistas: identifica pessoas ou bicicletas na trajetória do carro e pode acionar os freios automaticamente;
- Sensores de estacionamento com frenagem ativa: em manobras, o sistema detecta obstáculos e pode evitar colisões com objetos ou paredes.
Essas funções, combinadas, proporcionam uma condução mais segura e confortável. E não se engane: mesmo modelos de entrada, como o Fiat Pulse ou o Hyundai HB20, já vêm equipados com pacotes ADAS em suas versões mais completas.
O impacto do sistema ADAS nas oficinas mecânicas
A presença do sistema ADAS nos veículos transforma radicalmente a forma como a manutenção automotiva é feita.
Reparo de para-brisa, troca de para-choque, alinhamento ou qualquer intervenção que envolva áreas sensíveis — como câmeras frontais ou sensores — exige calibração obrigatória dos componentes do sistema.
Ou seja, não basta fazer o serviço mecânico: é preciso garantir que as tecnologias de assistência estejam funcionando com precisão milimétrica. Um pequeno desalinhamento pode causar falhas críticas, como alertas falsos ou, pior, a falha de uma frenagem automática.
Isso demanda uma nova postura das oficinas: investir em capacitação técnica, adquirir ferramentas adequadas e compreender profundamente a eletrônica embarcada do veículo.
Ferramentas e processos para lidar com o sistema ADAS
Para atender essa nova realidade, as oficinas precisam incorporar novos equipamentos e procedimentos. Entre eles:
- Painéis e alvos calibradores: utilizados para realinhar as câmeras e sensores de forma precisa;
- Softwares de calibração: cada fabricante possui seu próprio protocolo e interface;
- Ambiente controlado: a calibração precisa ocorrer em pisos nivelados, com iluminação adequada e distância exata dos alvos.
Além disso, é fundamental contar com um bom scanner automotivo, que possibilite ler os códigos de erro dos sistemas e realizar procedimentos guiados com base nas especificações da montadora.
A presença de um osciloscópio e de um transdutor também pode ser determinante para avaliar sinais elétricos e o funcionamento dos sensores em tempo real — principalmente em diagnósticos complexos que envolvem a rede CAN do veículo.
O que acontece se o sistema ADAS não for calibrado corretamente?
A falta de calibração ou o uso inadequado dos equipamentos pode trazer sérias consequências para a segurança e o desempenho do veículo. Confira os principais riscos:
- Frenagem autônoma ineficaz: o veículo pode não frear automaticamente diante de um obstáculo, aumentando o risco de colisões frontais;
- Alertas de ponto cego imprecisos: o sistema pode deixar de sinalizar corretamente a presença de outros veículos nas laterais;
- Correções de faixa incorretas: o carro pode realizar ajustes fora do tempo ideal, prejudicando a dirigibilidade;
- Desconfiança do motorista: falhas nas assistências geram insegurança e comprometem a experiência de condução;
- Risco jurídico para a oficina: em caso de acidentes relacionados à má calibração, a oficina pode ser responsabilizada civil ou judicialmente;
- Perda da função preventiva do sistema: o ADAS deixa de cumprir sua missão principal — evitar acidentes.
Calibrar corretamente não é apenas uma exigência técnica, mas uma responsabilidade com a vida de quem está ao volante e ao redor do veículo.
Como as oficinas podem se preparar para a tecnologia do sistema ADAS?
O primeiro passo é entender que o ADAS não é uma tecnologia do futuro: ele já está presente em milhões de veículos nas ruas. Portanto, a oficina que não se adaptar corre o risco de perder relevância e competitividade no mercado.
A capacitação é essencial. Treinamentos específicos sobre diagnóstico automotivo, funcionamento dos sistemas eletrônicos e uso das ferramentas de calibração devem fazer parte da rotina da equipe técnica.
Além disso, é necessário revisar os fluxos de trabalho e investir em novos equipamentos. Oficinas que já trabalham com reparos em veículos de alto padrão ou com peças estruturais (como para-brisas e para-choques) devem ser as primeiras a incorporar esse tipo de serviço.
Prepare sua oficina para a nova era da manutenção automotiva
O avanço do sistema ADAS representa um marco na forma como dirigimos e cuidamos dos veículos. Ele oferece mais segurança, autonomia e conforto para os motoristas, mas, ao mesmo tempo, exige um salto técnico por parte das oficinas.
Entender como o sistema funciona, dominar ferramentas como scanner automotivo, osciloscopio, transdutor e saber interpretar a rede CAN deixa de ser um diferencial e passa a ser uma necessidade.
Afinal, não basta mais “consertar” o carro — é preciso garantir que ele volte à rua com todos os seus sistemas inteligentes funcionando perfeitamente.
Se você quer manter sua oficina competitiva e preparada para o presente (e futuro) da manutenção automotiva, o momento de se atualizar é agora. Invista em conhecimento, em tecnologia e em parcerias que impulsionem sua equipe.