A partir deste sábado (1º de fevereiro), os preços dos combustíveis sofrerão um novo aumento devido ao reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), aprovado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no final de 2024. O ajuste nas alíquotas do imposto afetará diretamente o bolso dos consumidores e os custos logísticos em todo o país, com impactos significativos na economia.
Reajuste nos preços dos combustíveis
Com a nova alíquota do ICMS, os preços dos combustíveis terão os seguintes aumentos:
Segundo especialistas, o reajuste ocorre em um contexto de defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil em relação ao mercado internacional, além da necessidade de ampliar a arrecadação dos estados. O aumento do ICMS é uma medida que visa equilibrar as contas públicas, mas pode gerar efeitos em cadeia na economia.
Impactos no consumidor e na economia
Carlos Pinto, diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), alerta que o aumento do ICMS não afeta apenas o preço dos combustíveis nos postos, mas também toda a cadeia produtiva. "O transporte rodoviário é a base da logística no Brasil. Esse aumento refletirá no custo dos produtos e serviços, pressionando a inflação", explica.
A elevação do imposto ocorre em um momento em que o preço do diesel já está 15,15% abaixo do valor praticado no mercado internacional, enquanto a gasolina está 7,54% abaixo da paridade de importação, de acordo com dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Essa defasagem pode agravar os efeitos do reajuste, especialmente em setores que dependem fortemente do transporte rodoviário, como agricultura, indústria e comércio.
Posicionamento do governo e da Petrobras
A Petrobras, responsável pelo fornecimento de combustíveis refinados, ainda avalia a possibilidade de reajustes próprios nos preços, principalmente do diesel. A estatal informou que a recente queda do dólar pode evitar um aumento imediato no preço da gasolina, mas o diesel permanece sob análise.
Em reunião com a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, representantes do governo discutiram a política de preços da empresa e a defasagem atual. Apesar da autonomia da Petrobras na definição de preços, há uma preocupação com os impactos da volatilidade do petróleo no mercado doméstico, especialmente em um cenário de alta do ICMS.
O que esperar?
Com o aumento do ICMS, os consumidores já sentirão o impacto direto no custo de abastecimento a partir dos primeiros dias de fevereiro. Além disso, setores como transporte, indústria e comércio podem repassar os custos adicionais aos preços de produtos e serviços, o que pode pressionar ainda mais a inflação.
A expectativa é que o mercado fique atento às movimentações da Petrobras e às variações do câmbio e do petróleo para prever os próximos passos na política de preços dos combustíveis no país. A volatilidade internacional e as decisões da estatal serão fatores-chave para determinar o cenário nos próximos meses.
O reajuste do ICMS sobre combustíveis chega em um momento delicado para a economia brasileira, trazendo desafios tanto para os consumidores quanto para o setor produtivo. Especialistas recomendam planejamento financeiro para minimizar os impactos e acompanhamento das decisões da Petrobras e do governo nos próximos meses. A alta dos combustíveis pode ter efeitos prolongados, influenciando desde o custo de vida até a competitividade da economia nacional.