Defeito: O cliente levou seu veículo para a oficina reclamando que o veículo perde aceleração após esquentar e acionar a ventoinha do radiador.
Conversando com o proprietário, ele relatou ao reparador que o veículo passou por outras oficinas, onde foram trocados o corpo do TBI, o catalisador, a bomba de combustível, as velas de ignição e o combustível do tanque, mas o veículo persistiu apresentando a falha.
Diagnóstico: Iniciando o diagnóstico, o reparador deixou que o veículo atingisse a temperatura ideal de trabalho e acelerou o veículo, que como informado, apresentou a falha e não respondia ao comando do pedal, mas possuía uma marcha lenta estável e ao acelerar lentamente o veículo, o motor respondia e acelerava normalmente.
Ao conectar o scanner e acessar o sistema do carro, o reparador constatou que os parâmetros do veículo estavam normais e o sistema não acusava qualquer código de falhas.
Persistindo no problema, foram revisados os aterramentos, tensão no módulo, bateria, ponto de sincronismo do motor, velas de ignição e bicos injetores, também foram verificadas a pressão e vazão da bomba de combustível e feita a substituição da tampa e rotor do distribuidor, mas a falha ainda persistiu.
O reparador relatou que após retirar os bicos injetores constatou a presença de borra, comum em motores movidos a álcool. Removeu o coletor de admissão e notou que a borra presente na entrada da admissão, no cabeçote, estava dificultando o arraste de combustível, obstruindo o fluxo de mistura para a câmara de combustão.
Após limpar e montar todo o sistema de admissão, fizeram uma descarbonização do sistema e partiram para o teste de rodagem, no qual o reparador pôde constatar uma considerável melhora no funcionamento do veículo, mas após o motor aquecer a falha voltou a ocorrer.
Com o scanner conectado, o reparador pôde notar que no momento da falha o tempo de injeção da mistura aumentava consideravelmente, e logo em seguida, com o motor funcionando e acelerando, o scanner simplesmente apagou.
Suspeitando de algum pico de tensão, a princípio suspeitou do alternador, mas verificando o sistema com o scanner, verificou que a tensão estava dentro dos parâmetros especificados, pouco antes do scanner apagar novamente.
Solução: Após vários dias com o veículo parado em sua oficina, o problema foi solucionado enquanto revisava novamente todo o sistema.
Mesmo com todos os parâmetros dentro do especificado, o reparador ao retirar os cabos de ignição para testar suas resistências, notou que um dos cabos estava apresentando resistência de 30 Kohm, quando deveria apresentar 6 Kohm somando-se o cabo de ignição e o cachimbo da vela.
Depois de realizar a medição, esperou o cabo esfriar e mediu novamente a resistência do cabo, que apresentou o valor de 15 Kohm, ainda bem acima do valor que deveria apresentar.
Após constatar essa avaria, trocou os cabos de ignição de todas as velas e o veículo não apresentou mais a falha. Sendo então liberado para o proprietário.