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Impreza triplica potência com alterações feitas por oficina especializada na marca


Movidos pela paixão à preparação e marca Subaru, estes profissionais optaram por um segmento ainda pouco explorado no mercado

Por: Fernando Naccari Alves Martins - 26 de fevereiro de 2013

O mercado brasileiro de preparação e personalização de automóveis movimentou no ano de 2011, cerca de 8 bilhões de reais, segundo Eduardo Bernasconi, organizador do Xtreme Motorsports. Sendo assim, os reparadores interessados nesta área têm uma ótima oportunidade de ingressar em um mercado que apresenta dados promissores.

Porém, para atuar neste seleto segmento, é necessário preparo, pois há elevada exigência em conhecimentos técnicos. 

NA OFICINA
Fomos conhecer a Nihon, oficina especializada em Subaru, onde o preparador Henrique das Dores realizou testes no dinamômetro com um Subaru Impreza GL 2.0 1997 aspirado.

Originalmente, este motor possuía 127cv de potência a 5600 rpm e torque máximo de 18,8 kgfm a 3600 rpm, porém, após todo o processo de preparação, o modelo chegou aos 391 cv a 6441 rpm e torque de 49,4 kgfm a 5129 rpm. (Fotos 1 e 1A) 

MAS COMO FOI POSSÍVEL ATINGIR ESTA POTÊNCIA? 
O preparador Henrique das Dores comenta: “fizemos o projeto e as alterações no motor convertendo-o para etanol e colocando turbo no motor, alterações no reforço e relação de marchas, equilíbrio entre dureza e conforto máximo para equalizar uso pista x rua, reforço nos freios para segurar o veículo com essa nova potência atingida, mas ainda cabem mais aprimoramentos e este passará dos 410cv com facilidade”. 

Henrique acrescentou que o carro foi preparado para disputar “track Day” (corridas de arrancadas) e para uso diário. “Deste modo, o modelo possui os cintos convencionais e os próprios para corrida, que se diferem por ter uma ponta sobre cada ombro e uma de cada lateral sobre o tórax, fechando na frente, oferecendo mais segurança e conforto ao piloto”.

No dinamômetro, o trabalho foi árduo. O reparador Henrique conferia os parâmetros apresentados pelo software enquanto seu pai Osmar Dores, acelerava o modelo ao máximo, a fim de ver seu desempenho.

Diversos foram os ajustes e testes até que o mesmo tenha alcançado o desempenho desejado.

ENTREVISTA COM O PREPARADOR ESPECIALIZADO

Jornal Oficina Brasil: Desde quando vocês trabalham com uma oficina especializada em Subaru?
Henrique das Dores: Estamos há cinco anos com a oficina Nihon Subaru. Meu pai trabalha desde 1989 com veículos turbinados e eu, desde 1998. Fizemos alguns cursos no Brasil e fora do país também, como na Argentina, por exemplo. Especializar-se é muito importante para quem quer trabalhar no segmento.

JOB: Neste mercado de preparação profissional, ainda é difícil trabalhar no Brasil?
Henrique: Está melhorando bastante. Hoje existem diversos cursos, materiais didáticos, sites que dão dicas de como fazer, enfim, em quesito de informações técnicas, o cenário atual já é outro. Se você for um bom reparador, consegue ingressar na área sem grandes dificuldades.

JOB: A procura por este tipo de mercado, não só na linha Subaru, mas em geral, está aumentando? Para o reparador comum, o que pode motivá-lo a especializar-se e começar um trabalho de preparação associado ao de reparação?
Henrique: O reparador precisa ter curiosidade, gostar da área e principalmente, estudar muito e se especializar, porque o trabalho de preparação é muito minucioso. Alguns detalhes são muito técnicos, tem informações “nas entrelinhas”, portanto, se não conhecer o funcionamento do todo, não atingirá um resultado satisfatório.

JOB: A Nihon sempre atuou nos dois mercados?
Henrique: Sim, nestes cinco anos sempre trabalhamos como oficina especializada em manutenções em toda a linha Subaru e também preparação. Antes da oficina, atuávamos nesta área preparando motores Volkswagen AP (muito famoso neste ramo por ser de engenharia simples e oferecer boa resposta as alterações submetidas). Depois abrimos a oficina e nos especializamos na marca.

JOB: Vimos que possui um software que utiliza para acertar os parâmetros da injeção eletrônica do veículo. Vocês utilizam algum próprio da marca ou a injeção também foi substituída?
Henrique: essa injeção é uma Haltech Australiana, fiz treinamento sobre instalação e acertos desta. É uma injeção genérica que pode ser utilizada em diversos veículos, mas necessita que o reparador acerte vários parâmetros, como ponto de injeção, ignição dentre outros. Nisso você consegue aumentar a potência do veículo e deixá-lo com características de funcionamento similares ao original. 

JOB: Vocês optam pela conversão dos motores gasolina para o etanol. Por quê? Isso, de alguma maneira, afeta a durabilidade dos componentes deste motor Subaru?
Henrique:
Como a grande maioria dos reparadores já sabe, o etanol é mais resistente à detonação do que a gasolina, ou seja, ele suporta altas compressões antes de detonar espontaneamente. Se o combustível não for adequado, o motor não gera tanta potência e o trabalho final fica abaixo do esperado. O etanol equivale a gasolina de 110 octanas, que é uma gasolina de alta octanagem, porém, de alto custo. Com relação à durabilidade, posso dizer que esta não é afetada em nada. Se o veículo for utilizado regularmente pelo proprietário, não haverá problemas futuros, agora, se ficar muito tempo parado, aí sim poderá ocorrer pontos de desgaste. Os motores Subaru são construídos com material de ótima qualidade, suportando inclusive à utilização deste combustível, porém, não posso garantir que o mesmo efeito ocorra em motores de outros fabricantes.