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Freemont Precision 2.4 16V - SUV Top de linha da Fiat com DNA Chrysler luta para manter o seu espaço


Importado do México, modelo lançado em 2011 foi o primeiro resultado prático da fusão entre Fiat e Chrysler a desembarcar no país, colocando a marca Fiat no disputado segmento de SUVs. Confira as avalições de experientes reparadores

Por: Jorge Matsushima - 14 de outubro de 2015

A fusão global entre a Italiana Fiat Automóveis e a Norte Americana Chrysler começou em 2009. Na época a Fiat adquiriu 20% das ações da Chrysler, assumindo a direção da então fragilizada gestão que acabava de sair de uma fusão malsucedida com a Alemã Daimler.

A nova fusão apontava para uma parceria interessante e viável, uma vez que os portfólios de produtos, posicionamento de mercado e os interesses eram bem complementares. Neste cenário a Fiat foi adquirindo gradativamente as ações da Chrysler, até que em 2014 concluiu a compra de 100% das cotas da montadora norte americana, fundando a FCA, Fiat Chrysler Automobiles, com sede na Holanda e sede fiscal em Londres.

Para o mercado brasileiro, o primeiro produto visível desta fusão foi o lançamento do Fiat Freemont em 2011, que era praticamente uma Journey com pequenos retoques e identidade Fiat. Este modelo, porém, colocava finalmente a Fiat no cobiçado mercado de SUVs. Derivada da Journey, a Fiat Freemont modelo 2015 (foto 1) se apresenta como o modelo de entrada, com tração dianteira, câmbio automático de 6 marchas e motor 2.4 4 cilindros a gasolina; enquanto a Dodge Journey se posiciona em um segmento acima, com tração integral (AWD), câmbio automático de 6 marchas e propulsor 3.2 V6 a gasolina. 

Segundo dados da Cinau (Central de Inteligência Automotiva), até o fechamento desta edição foram comercializadas cerca de 22.500 unidades da Freemont. Todavia o total de vendas de 2012 (11.330 unidades) é superior à soma dos 3 anos subsequentes, mostrando uma clara perda de fôlego do modelo no mercado. 

O fato é que este veículo já começa a frequentar as oficinas independentes, e em breve estará chegando em sua oficina também; portanto nada melhor do que conferir as impressões e dicas de reparadores experientes e qualificados, selecionados do Guia de Oficinas Brasil.

Rafael Morato Alves de Godói (foto 2 dir), 35 anos, 20 anos de mercado, e há cinco anos sócio proprietário da Autech Motors localizado na Vila Guilherme, São Paulo SP. Começou a carreira trabalhando em concessionárias como eletricista, e sempre mantendo a qualificação e treinamento em outras áreas como rotina, chegando a consultor técnico, e em seguida partindo para o empreendimento próprio. A Autech Motors é especializada em veículos importados do segmento Premium.

Oswaldo Braz de Loureiro Júnior (foto 2 esq), 42 anos, 24 anos de experiência. Trabalha como mecânico geral e começou ainda na época dos carburadores. Já trabalhou também com preparação de carros para arrancadas.

Sérgio Shinji Hassimotto (foto 3 esq), 45 anos, 12 anos no mercado, é formado em engenharia de produção, e trabalhou um bom tempo em indústria de embalagens, até partir para um negócio próprio. Começou como franqueado da Midas, e hoje a Unidas Santo André tem administração independente. Como gestor, Sérgio procura sempre parcerias estratégicas que gerem demanda, tais como credenciamento junto a seguradoras, importadoras de veículos, frotistas, etc.

Glaucus Adriano Bíscaro (foto 3 dir), 43 anos, começou bem cedo com 13 anos, sempre na área automotiva. Está na Unidas há 10 anos e ocupa o cargo de Gerente Técnico.

Jaqueline Weber (foto 4 dir), 36 anos, 19 anos no segmento, é bacharel em direito, e chegou a atuar no segmento jurídico; mas sempre esteve muito ligada à Mecânica Weber fundada pelo seu pai, Sr. Ronaldo Weber (falecido no início de 2014). Como os irmãos que também trabalharam na oficina seguiram outros rumos, Jaqueline decidiu assumir de vez o comando da empresa, pois se sente muito identificada com a atividade da reparação. A Mecânica Weber está localizada na cidade de Santo André SP, e tem como um dos destaques, um grande número de clientes mulheres.

Fábio Pascoal (foto 4 esq), 45 anos, 25 anos no segmento, já foi piloto de teste, se especializou em alinhamento técnico e balanceamento, e hoje faz de tudo um pouco. É um velho conhecido da família Weber, e trabalha como efetivo há um ano.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

De início, o porte avantajado da Freemont chama a atenção e Sérgio comenta que gosta de carros grandes. Todavia, considera que o estilo da Freemont já está ultrapassado, afinal a Journey já roda por aqui desde 2008 com a mesma cara. 

Rafael elogiou a versatilidade do carro, principalmente as inúmeras configurações possíveis com os bancos, para 5 ou 7 lugares (foto 5), assento elevado para crianças e pontos de fixação para cadeirinha de bebê do tipo Isofix (foto 6), e detalhes no porta-malas como ponto de energia (12V) e uma lanterna de emergência com carregamento permanente (foto 7). “É uma boa versão econômica do Journey” conclui.

Fábio acha interessante o pacote de tecnologia agregado e comenta: “Já estava na hora do Brasil incorporar o que existe de melhor em termos de tecnologia, principalmente quando envolve segurança e emissões”. A versão avaliada, Precision 2.4, é a mais completa, e inclui 6 air bags; retrovisores externos com antiembaçamento; monitoramento de pressão dos pneus; freios ABS com EBD (corretor de frenagem); ESP (controle de estabilidade) e ERM (sistema anticapotamento).

Jaqueline chama a atenção para diversos itens muito valorizados pelas mulheres na escolha de um carro, a começar pela sensação de segurança transmitida pelo porte do veículo, altura e espaço interno. Outros itens são relacionados à praticidade e imprescindíveis para a rotina das motoristas, que vão desde uma variedade de porta-trecos espalhados pelo carro, compartimento apropriado para bolsas sob o assento do carona (foto 8) e sapatos (foto 9); quebra-sol com espelho e iluminação. Outro item essencial para mulheres mães são os assentos apropriados para acomodar bebês, crianças e adolescentes em espaços adequados com muita segurança, e uma ampla visão para os bancos de trás, exatamente para monitorar e se comunicar com as crianças. “Este carro tem tudo para agradar as mulheres” comenta Jaqueline.

Outros itens de conforto foram bem avaliados e elogiados pelos reparadores, tais como o ar-condicionado digital tri-zone, com comandos e temperaturas distintas para motorista, acompanhante e ocupantes do banco de trás (foto 10); teto solar, volante com revestimento em couro e regulagem de altura e profundidade; multicomandos na direção (foto 11) incluindo piloto automático, controle do sistema multimídia (Alpine) e atendimento do telefone (bluetooth); conectividade Uconnect, chave tipo key less com sensor de presença, entre outros. Na avaliação de Jaqueline, todos estes itens de conforto são muito desejáveis e práticos, mas fica a dúvida se os proprietários levam em consideração que cada um destes benefícios um dia vai demandar manutenção ou reparos, e se estão dispostos a investir nestas despesas adicionais.

Jaqueline fecha a avaliação inicial com elogios:  “O acabamento interno é muito bonito e de bom gosto, principalmente os bancos. Na parte externa, essa cor branca perolizada está com tudo, muito bonita”!

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

O Fiat Freemont tem um peso em ordem de marcha de 1.849 kg, e com dois adultos chega perto de 2 toneladas, e a primeira dúvida que fica é se o motor 2.4 16V de apenas 4 cilindros é suficiente para “puxar” todo este peso. Os dados e as curvas de potência e torque são os seguintes (foto 12): 

Se não chega a empolgar como era de se esperar, também não chega a decepcionar, e considerando que é um carro com vocação urbana e familiar, o desempenho do motor foram aprovados por todos que o avaliaram, pelo menos nas condições do teste, dentro de áreas urbanas e com duas pessoas a bordo, sem bagagem. Segundo a montadora, esta SUV acelera de zero a 100km/h em 12,9 seg e tem velocidade máxima de 190 km/h.

Uma boa parte dos méritos para esta boa avaliação devem ser creditados ao câmbio automático sequencial de 6 marchas (foto 13). Rafael, Sérgio e Jaqueline elogiaram o bom escalonamento das marchas que permitem acelerações progressivas e sem trancos nas trocas, que são feitas de forma suave.

Fabio também aprovou a troca de marchas suave e progressiva, sem trancos, e constatou que conforme a tocada do condutor, o sistema detecta se deve trocar as marchas com a rotação mais baixa (economia) ou mais alta (torque máximo) para situações de emergência ou condução mais esportiva. “O trabalho de escalonamento das marchas foi muito bem feito e compensa em parte o motor menor. Para um teste urbano rápido eu gostei do desempenho; mas precisaria pegar uma estrada para testar retomadas; simulação de ultrapassagens e estabilidade em curvas de alta e baixa”.

A posição de dirigir e o conforto proporcionado pelas múltiplas regulagens do assento foram aprovados por unanimidade. A visibilidade é outro ponto forte da Freemont. Jaqueline comenta: “A visão para frente e pelos retrovisores externos são sensacionais (foto 14). E o sensor mais a câmera de ré facilitam muito as manobras de estacionamento”. Sérgio observa que poderia apenas ter uma visão melhor do capô para visualizar a extremidade do carro, mas o painel alto acaba encobrindo esta visão.

O freio de estacionamento acionado por pedal (foto 15) não é a opção preferida do Sérgio. Mas segundo Jaqueline, para as mulheres é uma opção muito mais prática e confortável, pois dispensa o uso da força na alavanca de mão para travar e destravar, lembrando que raramente os carros estão com o freio de mão bem regulados para funcionarem de forma adequada. Ambos porém, concluem que um carro deste porte e preço merecia um acionamento elétrico.

Rafael elogiou a progressividade da direção hidráulica, e a calibração equilibrada da suspensão, que considerou mais macia do que a Journey. Porém, tanto na Journey quanto na Freemont, há um ruído característico na suspensão dianteira e comenta: “Tudo bem que as condições de nossas ruas não ajudam em nada; mas com apenas 6.000km rodados, este carro também já apresenta o barulho típico da suspensão. Também ouço alguns ruídos no acabamento do painel de instrumentos e nos bancos traseiros”.

Sérgio também detectou, em pisos irregulares, ruídos internos na parte de acabamento e na suspensão dianteira. 

Fábio considera bom o trabalho da suspensão, sem barulhos e sem batida seca de final de curso, mas faz uma importante constatação: “Há um ruído vindo da pinça de freio. Basta você relar o pé no freio que o ruído some. No dia a dia, a parte de ruído é relevante, pois às vezes é decorrente de um problema real, e em outras situações são determinadas pelo grau de tolerância do condutor aos diversos ruídos”.

Na avaliação de Jacqueline, ela considera que comparado aos veículos de mesmo porte, o carro é bem silencioso, e os ruídos internos e externos em pisos irregulares são mais baixos do que nos concorrentes.

Rafael e Fábio constataram que a parte baixa do para-choque dianteiro raspa facilmente em valetas, lombadas e saídas de garagem. Mesmo apoiado sobre pneus 225/55R19 e rodas aro 19”, a frente muito longa define um ângulo de ataque muito baixo (foto 16), e a Freemont raspa a frente em lugares onde carros mais baixos passam tranquilamente.

Simulando uma situação de emergência, Fábio aprovou a atuação dos freios com ABS e EDB: “Segura muito bem o carro, em espaços curtos e sem desvio de trajetória, mesmo com o peso do carro e a roda aro 19 com pneus largos”.

MOTOR

 O motor 2.4 16V 4 cilindros a gasolina (foto 17), possui duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC)  com sistema Dual VVT (variador de fase na admissão e escape) e distribuição por corrente (dados de potência e torque na figura 12). Outras características construtivas são o bloco e cabeçote em alumínio (menor peso e melhor dissipação de calor); coletor de admissão em plástico (menor peso, menos aquecimento e melhor fluxo na admissão – foto 18); acelerador eletrônico drive by wire (melhor controle) e sistema de injeção multiponto sequencial Chrysler Siemens/VDO. 

Oswaldo observa que o motor é pequeno para o porte do veículo, mas isso acaba sendo positivo para as rotinas de manutenção, pois sobra mais espaço para trabalhar. O acesso para troca de óleo e do filtro de óleo é muito bom (foto 19)!

Jaqueline observa que o óleo recomendado é específico (sintético) e elogia a especificação do lubrificante gravado na tampa (foto 20). “Isto evita erros na hora da troca ou no momento de completar o nível do lubrificante, principalmente em postos de combustíveis. Eu costumo etiquetar a especificação do óleo nos carros de meus clientes”. Nota da redação: No fechamento da matéria, constatamos que o manual do proprietário especifica o óleo sintético 5W-30, e excepcionalmente para o mercado norte-americano o óleo 5w-20 (foto 21). A tampa instalada no motor da Freemont indicava o óleo 5W-20, ou seja, indevidamente estava instalada uma tampa de óleo para o mercado americano, e não para o mercado brasileiro. Ou o manual do proprietário, ou a tampa, está com a informação equivocada, induzindo clientes e técnicos ao erro!

A opção pela corrente no acionamento dos comandos é aprovada por todos pela durabilidade e confiabilidade, reduzindo a necessidade de trocas e evitando danos maiores ao motor. Em caso de troca, o espaço disponível para manuseio é muito bom, segundo os técnicos.

Oswaldo recorda que já pegou alguns casos de vazamento de óleo pela polia do virabrequim, mas eram modelos Journey. “O reparo é simples, e basta trocar o retentor da polia, que precisa de uma ferramenta especial para ser sacada”, explica.  

Glaucus e Oswaldo constatam que as rotinas de manutenção em itens como velas, bobinas de ignição, filtros, bicos injetores; módulo do carro (foto 22); cilindro mestre; sistema ABS, catalisadores, sensores e atuadores entre outros não aparentam dificuldades, e devem ser bem tranquilas. A exceção fica por conta do filtro de combustível, que fica dentro do tanque junto com a bomba de combustível.

Fábio também concorda e complementa que comparado a outros modelos, o projeto é muito bom sob o ponto de vista da reparabilidade, e adiciona exemplos como a facilidade e bom acesso para as rotinas de manutenção e recarga no sistema de ar-condicionado, componentes do sistema de arrefecimento, troca da correia poli V, etc. Jaqueline observa ainda que o acesso ao radiador é bom, e o sistema já utiliza aditivo orgânico, de coloração roxa.

Glaucus e Jaqueline ponderam que o motor de arranque tem um acesso mais complicado, sendo necessário a remoção do coletor de admissão. Porém, não consideram isto um problema porque são raras as intervenções neste componente.

Oswaldo aponta que a tomada da entrada de ar é muito frontal (foto 23), o que na sua visão aumenta o risco de calço hidráulico.

Para fixação do capô, Jaqueline considera a alavanca melhor, porque a maioria dos clientes choram para trocar uma simples mola a gás. Já Fábio considera que um carro deste porte deveria ter mola a gás, pois até mesmo modelos populares já adotam esta solução. 

SUSPENSÃO, FREIO E DIREÇÃO

A suspensão dianteira independente é do tipo Mc Pherson com amortecedores de dupla ação telescópico, mola helicoidal, braço oscilante inferior transversal e barra estabilizadora (foto 24). A suspensão traseira também é independente, multilink, com amortecedores telescópicos, mola helicoidal e barra estabilizadora (foto 25). 

Os freios dianteiros são com discos ventilados e pinça dupla flutuante. Na traseira, discos sólidos com pinça flutuante, e freio de serviço com acionamento hidráulico no pedal. 

A direção é do tipo cremalheira e pinhão com assistência hidráulica, o que na prática se traduz em mais itens sujeitos a manutenção quando comparados com as direções eletroassistidas.

Oswaldo avalia que a manutenção no undercar é relativamente tranquila. “ Gostei do pneu e roda aro 19, bem adequados para uso urbano. A troca dos componentes de desgaste incluindo as buchas da barra estabilizadora contam com bom espaço e acesso, mas alguns itens exigem o uso de ferramentas específicas”. Glaucus cita como exemplo a pinça dupla com dois êmbolos, que exige uma ferramenta apropriada para a substituição do jogo de pastilhas.

Oswaldo, Glaucus e Fernando criticam uma falha no procedimento para troca dos amortecedores traseiros, pois é preciso tirar toda a cobertura lateral interna do porta malas (foto 26) e sugerem: “Bastava fazer uma tampinha para acessar a porca superior do amortecedor.... além do trabalho adicional, remover e recolocar coberturas e acabamentos internos nunca é uma boa ideia, pois as presilhas e grampos de fixação são frágeis, e com as folgas acabam gerando ruídos”.

Glaucus avalia que a troca do pivô da suspensão vai dar um pouco mais de trabalho, porque precisa tirar a manga do eixo, todavia, os acessos são bons e não é necessário trocar a bandeja inteira, que por sinal é bem parruda e fundida em liga metálica (não é chapa prensada).

Glaucus aponta mais dois problemas por baixo do carro, que é o cabo do freio de mão passando muito próximo do ponto de fixação da sapata do elevador (foto 27), ficando sujeito a danos; e o estepe fixado por baixo, ficando em posição vulnerável a furtos (foto 28).

TRANSMISSÃO

Oswaldo e Glaucus calculam pelo “olhômetro” que para remover a caixa de transmissão automática (foto 29), não deve ser necessário baixar todo o quadro da suspensão dianteira; mas possivelmente será necessário soltá-la um pouco para facilitar a remoção. Oswaldo sugere que poderia ser instalado uma vareta ou outro sistema para checar o nível do óleo da transmissão.

 ELÉTRICA E OUTROS ITENS

Oswaldo e Glaucus elogiam o posicionamento da caixa de fusíveis e relês (foto 30 A), e a identificação na tampa agiliza a identificação (foto 30 B). A troca de lâmpadas é tranquila, mas do lado esquerdo o acesso é um pouco mais difícil (foto 31). 

Rafael alerta que o sistema key less (foto 32) na Journey tem ocorrência de mau funcionamento no sistema de reconhecimento da chave, causando falhas no motor até o carro apagar; e depois disso, o motor não pega mais. Fica o alerta para quem estiver com uma Freemont com este tipo de problema.

A bateria da Freemont está posicionada em um espaço pouco comum, abaixo do farol dianteiro esquerdo e da caixa de fusíveis (foto 33 A), por dentro do para-choque dianteiro (foto 33 B). Oswaldo mostra que o acesso é feito pela cobertura interna do paralama dianteiro esquerdo, que é dividido exatamente para facilitar o acesso à bateria e ao farol de milha (foto 33 C). Sérgio observa que este acesso dificulta os procedimentos de socorro noturno, e por via das dúvidas é melhor chamar um guincho. 

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Rafael possui diversos equipamentos para diagnósticos e normalmente consegue as leituras necessárias nos veículos nacionais. Para obtenção dos esquemas elétricos, costuma consultar as publicações técnicas especializadas. Dependendo da marca e da concessionária, as vezes há uma troca de informações.

Sérgio observa que para obtenção de informações técnicas, sua equipe utiliza bastante a internet, contato com outras oficinas, e o acervo do Sindirepa SP. A parte técnica Fiat ainda está num patamar tranquilo para se acessar com scanner e outros recursos habituais. Até o momento não enfrentou nenhuma situação de alta complexidade com esta marca.

PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Na Autech Motors, Rafael trabalha muito com carros importados Premium, e por isso o seu mix de compra é diferenciado, sendo 60% em importadores especializados; 25% na concessionária e 15% entre distribuidores e varejo.

Na Unidas Santo André, Sérgio estima que as compras de peças se dividem em 20% nas concessionárias (qualidade, cativas e promoções); 30% no varejo (emergenciais e avulsos) e 50% no distribuidor (itens de alto giro). Sobre as peças nas concessionárias Fiat, Glaucus observa que para itens de alto giro como filtros e velas, eles são bem competitivos. Nas peças de freio e suspensão já começam a perder um pouco; e para os itens cativos são muito caros, penalizando o cliente.

Na Mecânica Weber, Jaqueline prioriza qualidade, disponibilidade e preço (nesta ordem), e em decorrência o mix de compra fica em 20% nas concessionárias; 50% no varejo (variedade com qualidade e rapidez na entrega) e 30% no distribuidor (itens de giro)

RECOMENDAÇÃO

Rafael considera que a Freemont atende um público bem específico e bem familiar, e as pessoas que intencionam comprar este carro procuram um carro grande com uma boa relação custo-benefício. Se depender da recomendação dele, endossa a escolha, pois futuramente não vê maiores problemas para atender este carro.

Sérgio avalia: “O teste drive e a avaliação técnica foram bem interessantes. Particularmente o carro não faz parte da minha opção pessoal, mas se um cliente estiver pensando em adquirir um, eu endosso a compra. Nossa equipe fez uma rápida consulta sobre os itens de reposição mais frequentes, e conseguimos opções tanto na concessionária quanto no mercado paralelo, o que aponta para uma rotina de manutenção tranquila”. 

Jaqueline atende bastante clientes com SUVs, mas ainda não atendeu nenhuma Journey ou Freemont e conclui:  “Eu considero a Freemont um carro bem familiar, sem muita potência, mas muito confortável, prática e segura, com o respaldo da marca Fiat. Se um cliente nosso decidir pela compra, certamente será bem atendido aqui na mecânica Weber”.

CONCLUSÃO

Como top de linha da Fiat, o Freemont navega sozinho em uma faixa de mercado entre as SUVs de entrada e as SUVs mais sofisticadas. Todavia a sua aceitação vem caindo gradativamente, provavelmente pela falta de uma atualização no seu design.

A maior parte de sua frota circulante, de pouco mais de 22.500 unidades, já saiu do período de garantia, e já começam a frequentar os diversos reparadores independentes espalhados pelo país. Baseado nos depoimentos de nossos experientes e qualificados entrevistados, não será uma tarefa complexa atender este modelo.