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Bem conservado, o Mercedes-Benz C320 apresentou apenas pequenas panes elétricas


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Por: Alexandre Akashi - 18 de janeiro de 2010

O Mercedes-Benz C320 Avantgarde 3.2l V6 18v 2002 automático foi um dos sucessos de vendas da marca no Brasil, e por este motivo escolhemos o veículo para estrear esta seção, que vai mostrar um pouco da tecnologia empregada nos automóveis Premium que rodam nas ruas brasileiras, sob o ponto de vista da reparação.

A oficina escolhida para avaliação foi a Quattro, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, que atende com exclusividade os veículos da Eurobike Special, revenda de veículos seminovos Premium da rede Eurobike de concessionárias.

Histórico

O C320 Avantgard chegou à oficina para uma revisão geral. Com 70 mil km, apresentava bom nível de conservação. Blindado, a primeira providência foi a realização de uma vistoria visual, em que foram constatados a necessidade de pequenos retoques na funilaria.

O modelo avaliado, fabricado em 2002, apresentou algumas panes elétricas. Os bancos elétricos não respondiam ao comando e, ao passar o scanner, o diagnóstico acusava problemas na rede CAN e, mesmo apagando a memória, o defeito permanecia.

A solução foi desmontar o forro da porta e verificar a fiação entre os botões de acionamento, que ficam na porta, e o módulo, localizado sob o banco do motorista. “Percebemos que havia um mau contato em uma das uniões no assoalho”, afirmou o gerente da Quattro, João Leite.

Além deste defeito, Leite encontrou também falha no módulo de antena e controle remoto das chaves. “Quando blindaram o carro, não inseriram a antena no vigia e isso prejudicou o sinal do remoto das chaves”, disse. Outro sistema que apresentou problema foi o sensor de estacionamento, que estava em curto.

Mecânica
Na parte mecânica, não foram encontrados problemas, em virtude de o veículo estar com a manutenção preventiva em dia. Com motor V6 de 90° em alumínio, que rende 218 cavalos de potência a 5.700 rpm, e torque  máximo de 310 Nm a 3.000 rpm, o C 320 apresenta interessante configuração de três válvulas por cilindro (duas de admissão e uma de escape), e duas velas de ignição por cilindro.

O câmbio é automático, de cinco marchas. Em primeira, a velocidade máxima é de 53 km/h, em segunda, 87 km/h, em terceira, 143 km/h, em quarta, 214 km/h e, em quinta, atinge 245 km/h, limitado eletronicamente. A rotação de corte é 6.000 rpm.

No motor, consome 8 litros na troca de óleo, com filtro. Um dos lubrificantes recomendados (homologados) pela montadora é o Pentosin API SL/CF 5W 30, de base sintética. No sistema de refrigeração, a capacidade é de 6,4 litros.

Apesar de o veículo avaliado não ter apresentado irregularidades mecânicas, o modelo tem algumas particularidades. Uma delas é a folga do cubo de roda, problema que ocorre com certa frequencia, principalmente nos modelos blindados. Assim, é importante sempre verificar este item nas revisões, pois o problema pode vir mascarado, como folga na caixa de direção.

A suspensão é do tipo independente nas quatro rodas, sendo na dianteira do tipo McPherson, com mola helicoidal e barra estabilizadora, e na traseira, do tipo multilink com um braço diagonal e três braços laterais, mola helicoidal e barra estabilizadora.

Os braços são todos de alumínio e com buchas hidráulicas, que podem apresentar problemas de vazamento e, por isso, vale a pena verificar sempre. As buchas articuladas das bandejas inferiores da suspensão traseira também merecem atenção, pois por ser articulada, apresenta folga com certa frequência.

Outra particularidade do modelo é a presença da tomada do câmbio, que pode apresentar vazamento e confundir o reparador, pois está localizada um pouco acima do cárter de óleo. Segundo especialistas na marca, é comum confundir com vazamento de óleo motor. Uma dica é passar o dedo em volta da tomada antes de dar o diagnóstico. Caso o problema seja a tomada, será necessário substituir todo o conjunto, pois não é possível adquirir apenas os anéis de vedação.

Eletrônica
Uma característica dos veículos Premium é a grande quantidade de eletrônica embarcada e, com o C 320, não é diferente. Ao todo, o MB possui três BSI, chamadas de módulo SAM, e uma delas, que costuma apresentar mais problemas, está localizada no porta-malas, por conta de infiltração de água, ocasionado, normalmente por falhas de blindagem.
Este módulo é responsável por itens de conforto, como acionamento elétrico dos bancos, portas, iluminação etc., assim, quando diversos itens não estiverem funcionando corretamente, vale a pena checar a integridade do componente.

E, por conta de tantos dispositivos eletrônicos, o consumo de bateria é alto e é importante verificar com frequência a carga do componente, principalmente se o veículo estiver equipado com rastreador. Isso porque alguns modelos, apesar de possuírem bateria própria, interna, costumam utilizar a do carro como fonte de energia reserva, quando a principal se esgota, e nem sempre o proprietário se atenta a este fato.