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Na última edição abordamos o sistema de freio 2E; agora, nesta evolução e sequência de tecnologia, veremos o sistema VCVA e algumas de suas variações, um modelo de ABS traseiro com objetivo de aumentar a estabilidade traseira em frenagens de emergência. Por estar aplicado apenas no eixo traseiro, o VCVA, sistema fabricado pela VARGA, é mais enxuto e por consequência torna-se muito barato. Não há a bomba de recalque ou recirculação, mas apenas um sensor de velocidade para o eixo traseiro, e poucas as alterações nas configurações originais dos veículos, normalmente caminhonetes que têm uma maior possibilidade de “sair de traseira”.
Exemplo de corpo hidráulico do sistema VCVA, muito comum em veículos Blazer e S-10, no mercado brasileiro
A característica principal de sistema de ABS T, controle de frenagem do eixo traseiro, tem foco voltado à segurança em veículos que perdem estabilidade em situações criticas de frenagem, em que o condutor perde o controle do veículo e a tendência é o chamado cavalo de pau. Por ter um baixo custo de fabricação com aplicação nas caminhonetes desde a linha básica até as mais completas, o ideal seria que fossem aplicados sistemas de ABS de 4S4K (quatro sensores e quatro canais), para uma segurança maior, mas a relação custo/benefício não permite tal situação. Vamos aos detalhes dos componentes deste ABS Traseiro, pegando como exemplo um modelo de fabricação da Varga.
Unidade Hidráulica
Está localizada próximo ao servo freio, sendo fixa pelos próprios prisioneiros e porcas do cilindro mestre, é na verdade pura e simplesmente composta pelas duas válvulas do sistema, a válvula de alívio e a de antibloqueio.
Possui um duto de entrada e um de saída, apenas para o eixo traseiro do veículo.
Unidade Eletrônica
Está localizada atrás do painel de instrumentos ou ao lado do cilindro-mestre, sendo o seu conector de 6+4 pinos. A ligação é realizada pelo conector de quatro pinos como atuador na unidade hidráulica, e com o conector de 6 pinos temos a alimentação elétrica, sinal do sensor de velocidade, lâmpada de anomalia e interruptor do pedal do freio.
OBS.: Em veículos com transmissão automática há um resistor de cerca de 500 ohms para identificação. Este resistor está ligado entre o terminal F da ECU (unidade eletrônica) e o terminal do interruptor do pedal do freio.
Sensor
O sistema VCVA tem apenas um sensor de velocidade, do tipo indutivo, e a comparação para efeito do funcionamento do sistema ABS é feito com base no sinal do sensor de velocidade do próprio veículo. Neste caso o sensor de velocidade do veículo está posicionado na caixa de mudanças, já o de informação para o sistema ABS T está no eixo diferencial.
Bomba de Recirculação
Neste sistema de ABS traseiro, não há a bomba de recirculação ou recalque, e neste caso só há duas posições no solenóides e duas funções no sistema, abertura da passagem ou fechamento da distribuição do fluido. Não há a diminuição da pressão, função esta que seria efetuada pela bomba de recirculação.
Diagnóstico
O sistema VCVA pode ter acesso ao código de falhas com ou sem scanner automotivo.
Através de código de piscadas podemos identificar as falhas registradas em sua memória, seguindo o seguinte procedimento:
• localizar o conector abaixo do painel lado motorista
• fazer um jamp “ligação” entre pinos 4 e 12
• ligar a ignição
• contar as piscadas e comparar com a tabela:
Para apagar a memória, podemos acessar esta função via scanner ou desligando a bateria ou interrompendo a alimentação da ECU por alguns minutos.
Comentários
O sistema VCVA possui grande aplicação, devido ao grande número dos veículos Blazer e S-10 no nosso mercado.
Por não possuir a bomba de recirculação, não há a sensação de funcionamento do ABS como ocorrem nos demais sistemas de controle de frenagem, não ocorre a vibração no pedal de freio em situações criticas de acionamento do pedal de freio.
Temos nestes veículos muitas falhas no próprio sensor de velocidade, localizado no diferencial, com circuito aberto. Com um simples multímetro medindo a resistência veremos circuito aberto (resistência infinita), sendo a solução a troca do sensor.
Matéria da edição Nº218 - Abril de 2009