Os motores da família CSS Prime (3 cilindros, versões 1.0
turbo e 1.2 turbo da Chevrolet) utilizam um sistema de sincronismo por correia
dentada imersa no óleo (“belt‑in‑oil” ou “correia banhada a óleo”). Esse tipo
de projeto visa reduzir atrito, ruído e peso.
Porém, o sucesso desse sistema depende
estritamente da manutenção correta,uso de óleo adequado, respeitar intervalos e
realizar inspeções regularmente sob pena de falhas precoces graves. Relatos de
desgaste antes de 50.000 km já apareceram com certa frequência.
A seguir, veja o que você mecânico precisa saber para diagnosticar, reparar e alertar o cliente desse sistema.
Princípio de funcionamento, porque “banhada a óleo”?
● Em vez de trabalhar “a seco” (como em
correias dentadas tradicionais), essa correia fica imersa no óleo lubrificante
do motor. O objetivo é lubrificação contínua, menor atrito e menor ruído.
● A redução de atrito permite ter um
motor mais compacto e leve, vantagens frente a motores equipados com corrente
que são mais pesados e mais complexos.
● Entretanto, a correia torna-se
dependente da qualidade e estado do óleo, qualquer degradação, contaminação ou
incompatibilidade química pode agredir o material (borracha, cordonetes,
adesivos) e provocar fissuras, delaminação ou fragmentação.
● Os fragmentos da borracha deteriorada podem migrar no cárter, alcançar o circuito de óleo ou componentes como bomba de vácuo ou galerias, causando obstrução, queda de pressão e até engasgos no motor.
Em resumo: a tecnologia é robusta, mas frágil diante de manutenção incorreta.
Especificações e recomendações originais
Para garantir funcionamento seguro, é vital respeitar as prescrições do fabricante:
Dica prática: nunca reaproveite a tampa velha — seu assento se deforma para vedação.
Principais sintomas de desgaste ou falha
Como mecânico, fique atento a estes sinais (alguns ainda sutis) que o cliente pode não relatar:
Se qualquer sintoma for detectado, é recomendável abrir cobertura de inspeção (quando possível) ou desmontar para exame visual com boroscópio ou diretamente.
Procedimento de diagnóstico em oficina
Aqui está um roteiro prático para investigar suspeita de correia danificada:
Se a correia indicar sinais de desgaste, substituir o kit completo (correia, tensor, tampas, selos) é a melhor opção, mas alertar o cliente do risco de reconstruir apenas parcialmente.
Cuidados preventivos e boas práticas
Para evitar surpresas ou falhas prematuras, adote estas boas práticas:
● Nunca descuide da especificação do
óleo: mesmo óleo 5W‑30 genérico pode não ter a aditivação Dexos ou grau de
proteção necessário. O uso de óleo fora de especificação é uma das causas mais
apontadas de falha prematura.
● Verifique sempre a procedência do
óleo (original GM / Dexos homologado) e alerte o cliente contra falsificações.
● Respeite o intervalo de troca de óleo
do motor (10.000 km ou 1 ano). Em uso severo (cidade intensa, temperatura alta,
viagens curtas), antecipe para 5.000–7.500 km.
● Anote no laudo cada inspeção ou
troca, com datas e quilometragens, para o cliente acompanhar a evolução.
● Oriente o cliente a evitar usos
agressivos.
● Se houver reativação de garantia da correia pela GM (para modelos Onix / Onix Plus, tracker, Montana), mantenha rigor absoluto nas revisões junto à rede autorizada, conforme exigência da montadora.