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A troca do fluido de transmissão é uma das importantes manutenções em veículos, embora muitas vezes seja negligenciada. O fluido é essencial para garantir a lubrificação dos componentes internos da transmissão, controlar a temperatura gerada pela fricção, transmitir força (no caso de câmbios automáticos), e proteger contra corrosão e desgaste. Com o passar do tempo e a quilometragem, o fluido se degrada, perde eficiência e pode provocar falhas se não for substituído no intervalo correto.
Nos câmbios manuais, a recomendação geral é que a troca do fluido ocorra entre 40.000 e 80.000 km, mas isso pode variar conforme o fabricante. Já nos câmbios automáticos, o intervalo costuma ser entre 60.000 e 100.000 km, embora muitos fabricantes anunciem sistemas "sealed for life" (vedados para toda a vida útil). Ainda assim, a experiencia técnica mostram que trocar o fluido preventivamente pode evitar falhas e danos de alto valor no futuro. Sinais como dificuldade de engate, ruídos incomuns ou fluido escuro com odor de queimado podem indicar a necessidade de substituição.
A escolha do fluido correto é fundamental. Os câmbios manuais geralmente utilizam óleos com viscosidades como 75W-80 ou 75W-90, enquanto os automáticos utilizam fluidos ATF (Automatic Transmission Fluid) com especificações como Dexron, Mercon, ou fluidos específicos para CVT e DCT. É essencial seguir rigorosamente a especificação recomendada pelo fabricante, conforme indicado no manual do veículo, e realizar a substituição dos filtros — procedimento mais comum em transmissões automáticas. O uso do fluido errado pode comprometer seriamente o funcionamento da transmissão.
Procedimento geral de troca em transmissão manual:
Para realizar a troca do fluido, o processo inclui algumas etapas principais. Primeiro, recomenda-se aquecer o veículo com uma curta condução, o que torna o fluido menos viscoso e facilita a drenagem. Em seguida, com o veículo elevado de forma segura, o bujão inferior é removido para permitir o escoamento total do fluido antigo. O bujão superior deve ser aberto para permitir a ventilação e facilitar o processo. Após a drenagem completa, o bujão inferior é reinstalado com o torque especificado, e o fluido novo é adicionado até o nível indicado pelo fabricante. O motor pode ser ligado e as marchas engatadas com o veículo parado, para verificar se tudo está em ordem e sem vazamentos.
Procedimento geral de troca em transmissão automática:
Em câmbios automáticos, o procedimento pode ser mais complexo. É necessário a utilização de maquinário específico responsável por realizar a drenagem e o abastecimento do fluido novo. Deve ser verificado junto ao manual do fabricante do veículo os pontos de dreno e abastecimento e se existe algum tipo de observação para realizar o procedimento. Conectar o maquinário ao veículo e seguir as instruções. Algumas transmissões não têm bujão de dreno, então o cárter precisa ser retirado para esgotamento parcial do fluido, nesse momento é possível realizar a substituição do filtro interno. A troca completa é realizada com motor em funcionamento. Durante o processo, é importante limpar o cárter e os ímãs internos, que retêm limalhas metálicas. Após a reinstalação do cárter e substituição do filtro, o fluido novo deve ser adicionado cuidadosamente, com o veículo em funcionamento e monitoramento da temperatura da transmissão via scanner, para ajuste preciso do nível.
Em muitos modelos, não há vareta para medir o nível, exigindo ferramentas de diagnóstico ou procedimentos específicos de medição com o câmbio em determinada temperatura.
Não se deve misturar tipos diferentes de fluido, e produtos químicos de "flush" só devem ser utilizados se forem homologados pelo fabricante do veículo. Além disso, o excesso de fluido pode causar sobrepressão interna e resultar em falhas, enquanto a falta dele compromete a lubrificação e a refrigeração do sistema. Em transmissões automáticas modernas, sintomas como patinação ou solavancos após a troca podem indicar a necessidade de reprogramação da unidade de controle da transmissão (TCM).
Em resumo, trocar o fluido de câmbio corretamente exige conhecimento técnico, o uso das ferramentas adequadas, e a escolha precisa do tipo de fluido conforme especificações do fabricante. Embora pareça uma manutenção simples, ela tem impacto direto na durabilidade e no desempenho da transmissão. Seguir o procedimento correto ajuda a evitar falhas caras e mantém o funcionamento do sistema em alto nível por muitos quilômetros.