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Ar-condicionado do Nissan Sentra parou de funcionar por causa do módulo de controle


O proprietário deste carro precisa do ar-condicionado funcionando para trabalhar com aplicativo de transporte pois os clientes exigem conforto enquanto estão utilizando este meio de transporte

Por: Antônio Gaspar de Oliveira - 11 de janeiro de 2023

O proprietário deste carro precisa do ar-condicionado funcionando para trabalhar com aplicativo de transporte, pois os clientes exigem conforto enquanto estão utilizando este meio de transporte. Quando um cliente procura uma oficina especializada em ar-condicionado, é porque certamente o carro deve ter algum problema no sistema de climatização, que envolve a ventilação, aquecimento e refrigeração.

Para o cliente o ideal é gastar o mínimo possível e que o serviço seja realizado no menor tempo, isso porque ele depende do carro em ordem para trabalhar. Saindo do mundo da teoria e indo para a prática, o serviço tem início com a conversa sobre o que está acontecendo com o sistema do carro. 

A resposta mais comum que se ouve é que o ar-condicionado simplesmente parou de funcionar, esta informação para o técnico experiente já direciona para algumas possíveis causas, mas antes de tudo é preciso fazer um diagnóstico completo para identificar o componente que interrompeu o funcionamento do sistema de ar-condicionado.

Mesmo tendo algum direcionamento, é recomendável trabalhar por eliminatória, utilizando equipamentos adequados para identificar se o sistema tem gás e na quantidade necessária e verificar se os demais componentes estão recebendo energia que permite o seu funcionamento como por exemplo, o compressor. 

Seguindo este procedimento de verificação de alimentação de componentes, foi possível chegar em um componente que sempre é deixado por último, devido à sua complexidade e custo elevado, o módulo de controle.

O módulo de controle do Nissan Sentra fica exatamente atrás dos botões de controle no painel, semelhante aos da linha VW. Com a chave ligada, foi possível confirmar que o módulo estava recebendo energia elétrica necessária para o seu funcionamento, mas não era o que estava acontecendo.

Acionando o botão para ativar o sistema de ar-condicionado, ele não entrava em funcionamento, mesmo já sabendo que a energia estava chegando até o módulo de controle.

Para quem é curioso e se for abrir um módulo deste, vai ver apenas uma placa de circuito impresso com muitos componentes eletrônicos e que algum deles está impedindo o funcionamento do ar-condicionado. 

Não basta dizer; vamos comprar um módulo novo para ver se vai funcionar, lembrando que o custo pode ser um grande impedimento. Para garantir que o problema está realmente no módulo de controle, é preciso ter conhecimento e informações deste componente para realizar os testes que comprovem o seu defeito.

É importante conhecer a estratégia de funcionamento do sistema de climatização do veículo, que utiliza comunicação entre módulos através da rede CAN e também as informações enviadas pelos sensores.

Com o motor do carro ligado, ao acionar o botão de ativação do ar-condicionado, o módulo de controle do ar envia o sinal ON do compressor para o BCM (body control module)

O BCM envia o sinal ON do compressor para o ECM (engine control module), via linha de comunicação CAN.

O ECM avalia se o compressor pode ser ligado, com base nas condições de cada sensor (sinal do sensor de pressão do refrigerante, ângulo do acelerador, etc.). Se julgar que o compressor pode ser ligado, ele envia o sinal do compressor ON para o IPDM E/R, via linha de comunicação CAN. O módulo de distribuição de energia inteligente (IPDM) da Nissan oferece uma sequência de autoteste para as várias cargas que controla

Ao receber o sinal do ECM, informando que o compressor pode ser ligado, o IPDM E/R liga o relé do ar-condicionado para funcionar o compressor. 

Com o conhecimento da estratégia de funcionamento deste sistema, agora é possível fazer algumas medições da tensão entre cada terminal e o aterramento da carroceria, seguindo os terminais e o valor de referência para cada pino do controle de ar frontal.

Com estas informações disponíveis, os testes foram realizados e foi possível confirmar que o módulo de controle estava recebendo energia, mas não estava funcionando.

Mesmo abrindo o módulo e observando os microcomponentes e os circuitos impressos, visualmente não foi possível identificar alguma falha que pudesse justificar a falta de funcionamento do módulo de controle do ar-condicionado. 

A solução foi substituir o módulo com a aprovação do cliente e para o serviço ficar completo, foi realizada a higienização do sistema e a troca do filtro de cabine que estava bem sujo e contaminado por fungos.

A troca é feita pelo lado do motorista e a janela de acesso está próxima do pedal do acelerador, nos modelos mais novos, o filtro está na lateral do porta luvas e para chegar até ele, é preciso remover o porta-luvas. 

O ar que entra na cabine é filtrado, depois passa pelo ventilador, é direcionado para o evaporador, para o aquecedor e este caminho é determinado pelas posições das portas de comando que direcionam o fluxo do ar pelos tubos e janelas de saídas do painel do carro.

Todos estes comandos partem do módulo de controle, através de três botões com funções específicas, que o motorista aciona conforme a sua necessidade de controle da temperatura dentro da cabine do carro.

O módulo é um dos componentes que geralmente não dá sinais que vai parar de funcionar e a durabilidade dele pode variar conforme a intensidade de uso. Neste caso até dá para imaginar que foi usado intensamente pelo tipo de trabalho que o carro é submetido todos os dias e por períodos longos de funcionamento constante. 

O que sabemos é que todo componente eletrônico tem o seu tempo de uso limitado a um determinado período e quando este tempo é atingido, logo ele para de funcionar. Isso naturalmente é bom para as oficinas, que matêm seu fluxo de serviço sempre ativo.

O sistema de ar-condicionado do Sentra possui uma válvula de alívio no compressor que se abre quando a pressão interna fica muito elevada, em torno de 550 psi, com a abertura automática, a válvula libera o gás refrigerante em alta pressão na atmosfera.

No caso de manutenção, é recomendado o abastecimento com óleo apropriado na proporção de 150ml e a quantidade de gás refrigerante é de 500 gramas.