Problemas pontuais e delicados obrigaram a parada do pequeno caminhão
A série de caminhões de pequeno porte é repetida nesta edição com a presença do Volkswagen 8-150E Worker ano 2006 modelo 2007, que necessitou de intervenções no conjunto mecânico, eliminação de vazamentos, ruídos e itens relacionados à segurança, como exemplo a suspensão.
Cliente de longa data da oficina Vilela Diesel situada na zona leste de São Paulo, o 8-150 avaliado nunca teve o motor aberto, sendo que apenas os itens relacionados ao desgaste natural foram trocados.
Motor
A versão avaliada é equipada com um propulsor Cummins Eletrônico Interact ISBE 4.0 de 150 cv turbo intercooler. De robustez comprovada, a manutenção requerida até a data da avaliação ficou restringida na maioria das vezes a itens básicos como filtros, mangueiras e juntas. Segundo o reparador Bruno Vilela, “este motor é muito difícil de apresentar problemas profundos, mesmo às unidades que rodam dia e noite”, comenta.
Os níveis de emissões deste motor estão enquadradas na norma nacional Proconve P5 e internacional Euro 3 e devido o gerenciamento ser eletrônico, caso o veículo seja reprovado no teste de inspeção veicular na cidade de São Paulo, toda uma análise deverá ser realizada a começar pelo combustível, passando por filtros, unidades injetoras, cabeçote e cilindros (quanto a compressão e estanqueidade), escapamento, e por último a ECU, que segundo outros reparadores do meio é extremamente rara de apresentar problemas.
O cliente havia solicitado a verificação dos componentes relacionados à partida, pois em certos momentos parecia que o motor ‘virava em falso’. Ao remover a caixa de marchas, Vilela se deparou com a cremalheira do volante do motor parcialmente danificada, com os dentes de engrenamento entre o pinhão do motor de partida excessivamente desgastados. Este problema não é difícil de ocorrer e caso aconteça, a cremalheira é comercializada separadamente em autopeças do segmento. Veja no quadro o passo a passo para efetuar a troca da cremalheira.
Foi encontrado também um volumoso vazamento de óleo de motor através do retentor do virabrequim. Dica: o retentor original adquirido em concessionário autorizado Volkswagen vem acompanhado de uma flange plástica para proteção dos lábios no momento da montagem, que deverá ser removido somente após a colocação. Além da flange, um baquelite plástico também o acompanha, para servir de apoio para aplicação dos golpes de martelo para a instalação.
O óleo lubrificante recomendado é o 15W40 especificação de aditivação original Volkswagen, num total de 9,3 litros incluindo a troca do filtro.
Há cerca de um ano o proprietário se queixou de perda de potência, e mesmo com o pé na tábua “ele não ia”. Ao chegar à Vilela Diesel os mecânicos começaram as buscas pelo defeito, onde foram verificados os filtros, turbocompressor e derivados como intercooler e mangueiras, ponto de sincronismo, entre outros itens, mas tudo parecia em ordem. Ao checar o freio motor foi constatado que o êmbolo pneumático de acionamento havia travado na posição fechada, em situação de frenagem/redução. Um novo êmbolo foi instalado e o motor voltou a apresentar perfeito funcionamento.
Transmissão
A caixa de marchas Eaton Fuller FSO 4305C também apresentou vazamento, oriundo entre a junta de união da carcaça com o trambulador. Vilela recomenda a limpeza do local e aplicação de cola do tipo silicone no momento da montagem em substituição a junta. O óleo recomendado é o original Eaton 80W90 num total de 3,7 litros.
O rolamento guia do eixo piloto estava completamente avariado, onde a metade da quantidade de esferas haviam se perdido, assim como as vedações laterais.
O garfo de acionamento apresentou folga excessiva e irregular na região de contato com o mancal de embreagem, sendo substituído por um novo. Caso não fosse substituído, em breve o sistema poderia apresentar trepidação e dificuldade de engate das marchas.
No passado o proprietário havia se queixado de ‘pedal pesado’ no momento de acionar a embreagem, que possuía servos mestre e escravos hidráulicos.
O conjunto foi removido para ceder lugar a servos pneumáticos, de maior potência e menor resistência para acionamento. Segundo Vilela, este kit é muito adaptado e o funcionamento fica perfeito, além de oferecer maior conforto ao motorista.
Freios e Suspensão
O sistema de freio estava em perfeitas condições, porém a suspensão dianteira foi duramente ‘castigada’ pelas ruas esburacadas de São Paulo, onde os rolamentos de apoio da manga de eixo tiveram de ser substituídos, assim como a bucha interna, que apresentou folga excessiva.
Mesmo com um bico para aplicação de graxa, o componente possui breve vida útil, dependendo das condições das vias onde trafega. Para o embuchamento ser realizado de maneira perfeita, é recomendado solicitar a um torneiro especializado para realizar o serviço.
A suspensão traseira não apresentou nenhum problema, assim como o restante do veículo.
Freios e Suspensão
O sistema de freio estava em perfeitas condições, porém a suspensão dianteira foi duramente ‘castigada’ pelas ruas esburacadas de São Paulo, onde os rolamentos de apoio da manga de eixo tiveram de ser substituídos, assim como a bucha interna, que apresentou folga excessiva.
Mesmo com um bico para aplicação de graxa, o componente possui breve vida útil, dependendo das condições das vias onde trafega. Para o embuchamento ser realizado de maneira perfeita, é recomendado solicitar a um torneiro especializado para realizar o serviço.
A suspensão traseira não apresentou nenhum problema, assim como o restante do veículo.
Passo a passo para a substituição da cremalheira
Como o cliente reclamou que em certos momentos o motor ‘virava em falso’, e foi constatada a necessidade de substituição da cremalheira, segue abaixou o procedimento para realizar a troca do componente.
1º Passo: Com o auxílio de um maçarico aqueça a cremalheira por igual e de maneira circular, para que a peça toda se dilate. Com o auxílio de dois alicates de pressão, remova-a do volante do motor. Cuidado para não encostar-se à peça e ocasionar queimaduras.
2º Passo: Lave o volante do motor com solvente ou óleo diesel e em seguida enxágue com água em quantidade abundante. Seque a peça com o auxílio de um pano limpo e certifique-se que não há impurezas ou gordura na região de contato com a cremalheira.
3º Passo: Com o auxílio de um maçarico aqueça a cremalheira nova por igual e de maneira circular, para que a peça toda se dilate. Com o auxílio de dois alicates de pressão, instale-a no volante do motor.
Atenção: A cremalheira possui posição certa para montagem, sendo que o lado onde os dentes possuem uma ligeira curvatura deverá estar para o lado do motor de partida, para permitir o suave engrenamento com o pinhão. Caso contrário a partida não será possível.