Sandero e Logan Hi-Flex ano 2018
Além de respeitar os períodos de revisões previstos nos planos de manutenções dos veículos, existem outros fatores que fazem os clientes levarem seus carros para as oficinas, os mais comuns são defeitos no sistema de ignição, principalmente na primeira partida em época de frio. Considerando que o veículo esteja utilizando motor com o sistema Hi-Flex (gasolina/etanol), temos mais componentes a serem observados que compõem o sistema de partida a frio.
Este sistema facilita o funcionamento do motor quando a temperatura ambiente estiver em torno de 15º graus centígrados, com a condição de o carro estar abastecido com etanol, mas ainda depende do funcionamento correto de outros componentes do motor que devem ser verificados de forma bem criteriosa como as velas e bobinas de ignição, injetores e demais componentes do sistema de injeção eletrônica.
Quando acionamos a chave de ignição, o sistema faz uma leitura das informações enviadas pelos sensores e é o sensor de temperatura do motor que vai gerar a condição de ativar ou não o sistema de partida a frio, que é determinado pelo processamento das informações realizada pelo módulo do sistema de injeção eletrônica.
Para diagnosticar é preciso entender como o sistema funciona, bem como os seus componentes e para isso, a eletrônica embarcada pode nos ajudar quando um defeito fica gravado na memória, que pode ser acessada com equipamento adequado.
Lembrando que este equipamento comumente chamado de scanner, também pode testar o sistema de partida a frio, ajustar os parâmetros (AF) do combustível que estiver no tanque de combustível do carro.
Em temperaturas abaixo de 15ºC, a combustão do etanol é mais difícil e podem ocorrer falhas na partida e na aceleração inicial dos veículos HI-Flex, especialmente se o reservatório auxiliar de gasolina não estiver abastecido ou pior, com gasolina vencida e ou contaminada devido ao longo período sem utilização.
A verificação do combustível no tanque do sistema de partida a frio e também no tanque de combustível do carro é fundamental para iniciar o diagnóstico de forma segura. A eletrônica do sistema de injeção monitora o tipo de combustível que está no tanque do carro e também existe a vantagem deste combustível estar sendo renovado com os constantes abastecimentos.
Isso não acontece com o combustível que está no tanque do sistema de partida a frio, ou seja, ele não é monitorado pelo sistema de injeção e o mais grave é que não há abastecimento frequente por não ser utilizado devido as condições climáticas estarem acima dos 20º graus na maior parte do ano.
É comum ver a gasolina neste tanquinho com uma cor diferente, ocasionada pela oxidação que a deixa mais escura e com passar do tempo, perde a fluidez e se torna uma forma de verniz que vai danificar todos os componentes deste sistema. Nesta condição, a limpeza dos componentes pode restaurar o seu funcionamento, mas se isso não funcionar, a troca por componentes novos será necessária.
Componentes do sistema de partida a frio
§ Tanque ou reservatório de gasolina com capacidade de 0,75 litro,
§ Bomba elétrica que funciona com 12 volts,
§ Interruptor de nível de gasolina, que ativa uma luz indicadora no painel de instrumentos, que alerta sobre o nível mínimo de gasolina no reservatório de partida a frio. Fica acesa quando é dada a partida no motor e se apaga após três segundos, caso permaneça acesa, é preciso abastecer.
§ Tubulação que sai do reservatório e vai até o injetor fixado em um tubo distribuidor na parte inferior do coletor a admissão. Neste mesmo tubo tem um conector elétrico que controla a abertura e fechamento do injetor.
Verificar
ü Sistema de carga e partida – alternador, motor de arranque, cabo positivo e negativo, bateria.
ü Combustível no tanque do carro – etanol, gasolina ou percentual de mistura destes dois combustíveis.
ü Gasolina no tanque de partida a frio. Lembrando que a gasolina comum tem validade entre 60 e 90 dias, enquanto as gasolinas especiais aditivadas e de altas octanagens, podem chegar a 10 meses.
ü Verificar sensor de temperatura do motor. O sistema de injeção e de partida a frio dependem deste sensor para o correto funcionamento.
ü
Componentes do sistema de partida a frio.
Os danos nestes componentes ocorrem quando a gasolina está vencida ou por falta
de abastecimento.
Segurança – pneus e freios
Dependemos deles e eles dependem de nós para a correta manutenção
Os pneus e o sistema de freios de um veículo atuam em sinergia que resulta em segurança e conforto, mas é preciso alguns cuidados para que o bom desempenho seja mantido e para isso, devemos fazer a manutenção.
Sempre é recomendado seguir o plano de manutenção sugerido pelo fabricante do veículo.
Pneus
Verificar semanalmente a pressão dos 5 pneus, não esquecer do estepe, conforme a tabela com as especificações. Estas calibragens proporcionam uma dirigibilidade muito melhor, ainda garante economia de combustível e menos emissões de gases poluentes lançados na atmosfera e prolonga o tempo de uso dos pneus que terão o desgaste reduzido simplesmente por estar rodando com a calibragem certa.
O desgaste dos pneus depende dos cuidados e também da forma de uso, sendo que o limite está determinado por regulamentação federal, Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, que estabelece que a profundidade mínima dos sulcos dos pneus seja de 1,6mm.
Para verificar as
condições dos pneus, basta olhar os indicadores de desgastes que ficam nos
sulcos, chamados de TWI (Tread Wear Indicator), ou também
pode ser utilizado um equipamento analógico ou digital conhecido como
profundímetro para pneus.
É recomendável respeitar o limite de carga e manter o alinhamento e balanceamento.
Versões |
1.0 16V / 1.6 8V / 1.6 16V |
Dianteiro / Traseiro |
29psi (2,0 bar) / 32psi (2.2 bar) |
Estepe |
32psi (2.2 bar) |
Dimensões dos pneus |
185/70 R14 185/65 R15 |
Dimensões das rodas |
5,5 J 14 - Aço 6.0 J 15 - Aço 6.0 J 15 - Alumínio |
Caso
seja necessário o uso do estepe, ele está fixado por um parafuso dentro do
porta malas e a chave de rodas está na lateral.
Freios
Desde 2014 os veículos fabricados no Brasil ou importados são equipados com o sistema antitravamento das rodas – ABS (Anti-lock Braking System), que elevou o nível de segurança devido a melhora efetiva dos freios, principalmente quando a pista está molhada.
No início falamos sobre a sinergia dos pneus e sistema de freios, porque há uma dependência no funcionamento, pois mesmo com o melhor sistema de freios, se não houver um conjunto de pneus em bom estado, a distância de frenagem será prolongada e a possibilidade de provocar um acidente é mail alta.
O sistema de freios ABS evita o bloqueio das rodas e a perda de direção, estes dois fatores são determinantes em situações de emergência onde há a necessidade de reduzir a velocidade do carro e ter o controle da trajetória caso precise fazer algum desvio. Vale lembrar que durante a ativação do sistema ABS em freadas bruscas, o pedal do freio vai provocar uma pulsação que pode ser mais suave ou um pouco mais forte, isso indica que o sistema está funcionando e que a condução do veículo deve ser mais cuidadosa.
Além do sistema eletrônico que é composto pelo módulo, unidade hidráulica do ABS e sensores das rodas, o conjunto de componentes de freio do veículo continua com o cilindro mestre, servo freio, reservatório do fluido de freio, pinças de freios, cilindros de rodas, discos e tambores de freios, finalizando com as pastilhas, lonas de freios e não podemos esquecer do brake light e lâmpadas de freio. Alguns modelos de veículos podem integrar eletronicamente o ABS com controle de estabilidade e controle de tração.
Novamente, devemos seguir as orientações do fabricante do veículo quanto à manutenção periódica.
A troca do fluido de freio deve acompanhar as trocas de pastilhas para que o serviço seja bem feito e a eficiência de frenagem também seja mantida. A justificativa é que o fluido de freio tem a capacidade de absorver umidade do ar que diminui o ponto de ebulição, levando o sistema a entrar em fadiga durante as frenagens mais longas, como exemplo em decida de serra.
Luzes de alerta no painel de instrumentos ajudam na indicação de avarias no sistema de freio, mas é importante fazer uma inspeção visual dos componentes de maior desgaste que são os discos e pastilhas de freios e assim determinar a troca imediata ou agendar para a próxima revisão. Estes componentes possuem um limite de espessura que garante sua eficiência, utiliza-los abaixo dos limites, reduz a troca de calor gerado pelo atrito durante as frenagens e mesmo com o ABS atuando, a distância de frenagem será mais longa.
Acidentes devem ser evitados e o sistema de freio tem que funcionar de forma plena, para isso, a manutenção tem que ser realizada com critério e conhecimento técnico, além do uso de peças de reposição que mantenham as características originais do veículo.