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Algumas marcas de automóveis de luxo devem passar a oferecer uma garantia “de fábrica” para carros blindados em breve. Para tal, é preciso que o serviço seja feito em empresas credenciadas. A novidade foi divulgada durante a Exposec, uma das principais feiras da América Latina da área de segurança, ocorrida em São Paulo. Atualmente é comum que o carro, ao ser blindado, perca a garantia original e passe a contar apenas com a cobertura da empresa que instalou e da concessionária responsável pela venda. Alex Cirillo, engenheiro da Autostar Blindados, explica que cada empresa trabalha de um jeito diferente e isso faz com que os resultados dos serviços nem sempre sejam iguais. Dependendo do tipo de intervenção feita, o carro pode apresentar pontos vulneráveis que podem comprometer a segurança do motorista e do passageiro em caso de acidente: “Se a blindagem da coluna B (central) não for bem feita, pode impedir que o air bag de cortina abra corretamente e proteja a cabeça dos ocupantes se houver colisão”, exemplifica. O engenheiro adiantou que uma empresa alemã deve anunciar a partir do segundo semestre a blindagem com garantia oficial, e que algumas concorrentes no mercado de luxo devem acompanhar a estratégia. A ideia, segundo o executivo, é criar uma padronização da proteção para que - apesar de toda a transformação que um serviço desse tipo envolve - o automóvel mantenha as características originais. Ele diz que o serviço realizado pela Autostar prevê reforços de aço em pontos vulneráveis, como na junção de portas com a carroceria, e nos cantos dos vidros. “Por causa de custos, normalmente não se faz isso”. Além da Autostar, Alex Cirillo informa que a Blindarte também está selecionada para realizar o serviço para a marca de luxo. Durante a Exposec, a blindadora expôs um BMW X3 cheios de disparos de balas, feitos para mostrar a proteção de pontos críticos no veículo. A blindagem permaneceu intacta. Segundo a norma brasileira determina, a blindagem de nível 3A (permitida pelo Exército para carros de passeio) resiste a disparos de armas leves, como os de espingardas calibre 12 e pistolas 9 mm. Em razão do uso de aço em maiores quantidades, a cobertura deve ser entre 10% e 15% mais cara que as convencionais. Além disso, o peso dela também deve ser um pouco maior do que o padrão. Para homologar o trabalho, a montadora exigiu que, além de ser submetido aos disparos de arma, o carro blindado também cumprisse testes de rodagem e de abertura e fechamento das janelas: “Os vidros abriram e fecharam 11 mil vezes”, garante. O engenheiro considera que o segmento está entrando em sua “terceira onda” com a garantia de fábrica: “Há 18 anos, o cliente comprava o carro e ele mesmo levava para blindar. Na segunda onda, que é a atual, ele adquire o carro na concessionária e ela mesma direciona o veículo à blindagem”, diz.