Na primeira parte da matéria apresentamos o CVT (Transmissão Variável Contínua) passamos o processo de desmontagem do mecanismo. Nesta segunda parte vamos fazer o diagnóstico da correia de transmissão sem a necessidade de desmontagem e a análise de todo o conjunto. Para facilitar o diagnóstico é necessário entender o funcionamento do sistema.
Funcionamento
Marcha lenta (ponto morto): Durante a marcha lenta a potência do motor não é transmitida a roda traseira pois não há rotação suficiente para gerar força centrífuga capaz de fazer o acoplamento do conjunto polia, embreagem centrifuga e roda traseira e o veículo não anda.
Baixa velocidade: quando o motor estiver em baixa rotação há um aumento no diâmetro da polia secundária e uma diminuição no diâmetro da primária e numa dada rotação é gerada a força centrifuga que produzir a expansão das sapatas da embreagem centrifuga que ao conectar-se a sede da polia secundária transmite rotação a roda traseira, desta forma a força produzida pelo motor faz a motoneta sair da inércia e iniciar seu movimento.
Velocidade média: Nesta condição o veículo tem torque e é capaz de subir ladeiras pois as polias assumem diâmetros aproximados e há um equilíbrio entre torque e velocida
Alta velocidade: Quando a rotação do motor aumenta há uma inversão nos diâmetros das polias e a polia secundária tem seu diâmetro reduzido e a polia primária têm seu diâmetro expandido, nesta condição a rotação que chega na roda traseira é ampliada e o veículo atinge altas velocidades e sobe ladeiras íngremes.
Dicas de manutenção básica
Para cada veículo equipado com este modelo de transmissão seja ele motoneta, scooter e até quadriciclos os fabricantes recomendam uma manutenção preventiva e determina um período para verificação de seus componentes: como espessura da correia de borracha, aspecto das polias e desgastes das demais partes móveis.
O problema mais comum é quando correia esta patinando algo facilmente perceptível pois a rotação do motor sobe e a velocidade do veículo não o acompanha na mesma proporção e as causas deste sintoma geralmente são as infiltrações de óleo, graxa , água e os desgastes do conjunto e que provocam um baixo desempenho do veículo e consumo excessivo de combustível.
Outra dica importante e cuidar bem da manutenção dos filtros de ar da correia para evitar a infiltração de poeira que por abrasão acelera o desgaste de todo o conjunto.
Também podem ocorrer com menos freqüência ruídos internos do conjunto característicos dos elementos que excederam seu limite de uso e por isso estão com folga ex.: roletes, molas e rolamentos.
Para o sistema de transmissão que foi utilizado de forma imprópria, ex.: como parar o veículo na subida e tentar controlá-lo sem o uso dos freios, apenas mantê-lo parado pela rotação do motor é provável que haja super aquecimento no de todo o conjunto e que a sede da embreagem centrifuga fique com uma cor azulada e a correia desgaste excessivamente e todo o conjunto tenha sua vida útil diminuída.
É importante manter em dia a bateria (ver edições de manutenção das baterias) assim como os sistemas de partida elétrica e o a pedal de partida pois em caso de pane o usuário ficará impossibilitado de ligar o motor pois não é possível dar um tranco no veículo visto que a roda traseira vai estar livre.
Principais sintomas de defeitos
Consumo excessivo de combustível, desempenho abaixo do esperado ou perda de potência.
Faces da polia primária com desgaste excessivo ou sulcos profundos.
Correia de transmissão gasta ou contaminada por lubrificante
Polia secundária com pouca pressão na mola ou conjunto travado por ferrugem.
A rotação do motor não chega na roda traseira
Pressão excessiva nas molas da sapata da embreagem.
Espessura das lonas das sapatas abaixo do especificado.
Correia de transmissão quebrada ou com dimensões abaixo do limite.
Roletes da polia primária gastos ou engripados.
Avaliação da correia através do visor
O diagnóstico mais básico da correia pode feito com o auxílio de um gabarito,não é necessário desmontar o conjunto basta abrir a tampa do visor e com o auxilio de um gabarito aferir a espessura da correia.
Peças que devem ser avaliadas durante uma revisão do sistema
Todo o diagnóstico deve ter como base os dados descritos no manual de serviços de cada modelo.
Verifique :
• Espessura da correia.
• Espessura dos roletes.
• Espessura da lona da sapata.
• Comprimento livre da mola.
• Faces da polia primária e secundária.
• Diâmetro interno da sede da embreagem centrifuga.
Comprimento da mola da polia secundária (movida).