Trimestre aquecido

Neste início de 2010, a demanda nas oficinas de reparação apresentou aumento médio de 11%; isso, porém, tem refletido em aumento de preço e até mesmo maior dificuldade do reparador em encontrar peças no mercado.

O resultado do IGD (Índice Gerador de Demanda) medido pela CINAU (Central de Inteligência Automotiva) nos três primeiros meses deste ano indica que a demanda nas oficinas de reparação automotiva manteve-se elevada no período. Em janeiro, o IGD foi de 0,93 pontos, enquanto em fevereiro, o índice foi de 0,90 e, em março, 0,91.
Em comparação com o mesmo período do ano passado o crescimento foi, em média, de 11%. Este resultado leva em consideração que a pesquisa do IGD nestes três meses contempla um universo de 150 pontos de serviços na macro região da Grande São Paulo e, portanto, reflete diretamente sobre 100% da frota obrigada a realizar a Inspeção Veicular Ambiental.
É de se esperar, então, aumento na procura por peças e isso pode ser um dos motivos que explica porque 34% dos reparadores entrevistados em março responderam ter encontrado dificuldades na compra de componentes. Pode explicar também a variação positiva no preço das peças, sentida pelos reparadores, que afirmaram ter comprado os componentes com inflação média de 6,5% no período.

Análise
Para o diretor da CINAU, Cassio Hervé, os players do aftermarket devem ficar atentos a este movimento de mercado. Ele lembra que para o reparador, o preço é apenas o quarto colocado em importância, de uma lista de cinco itens, na hora de decidir a compra das peças que serão utilizadas no veículo a ser reparado, sendo a agilidade de atendimento o item mais importante.
“Vivemos um momento único no mercado, com o advento da Inspeção Veicular Ambiental, o que tem refletido positivamente em toda a cadeia do aftermarket, e isso tende a se repetir nas demais localidades quando a inspeção for uma realidade em todo País”, afirma Hervé.

IGD
O IGD é produto de cálculo estatístico extraído do número de ordem de serviços abertos, da quantidade de atendimentos efetuados pela oficina, da quantidade de horas trabalhadas por dia, do número de dias trabalhados, da variação dos preços das autopeças adquiridas no período e o total de orçamentos apresentados aos clientes. Quanto mais elevado o IGD, melhor a demanda de serviços na oficina, sendo que 1 é o número ideal. Índice abaixo de 1, significa que há potencial de vendas de serviços a ser executado, e acima de 1 é uma condição excelente por excesso de demanda.
A responsabilidade pelo levantamento de dados é da CINAU, inscrita no CONRE 3ª/5616, que realiza a pesquisa mensalmente com 50 pontos de serviços na macro região da Grande São Paulo (que não se repetem). O cálculo é de responsabilidade técnica do estatístico da CINAU, Alexandre Carneiro, inscrito no CONRE 3ª/6691-A/SP.