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A planta, em São José dos Pinhais (PR), produz o Clio já faz algum tempo, e o projeto já se pagou. Assim, tudo o que vier pela frente é lucro. A meta da Renault é vender 3.500 unidades por mês. Algo em torno de 50% a mais do que hoje.
Vale a pena ter um? Segundo tabela da Renault, o modelo mais barato (2 portas) tem preço sugerido de R$ 25.890. O mais caro (4 portas), por R$ 27.390. Ambos vem com motor Hi-Flex 1.0l 16v, já conhecido pelos profissionais da reparação.
O preço está na média do mercado. O Fiat Mille Economy sai por R$ 23.780, o Ford Ka, por R$ 25.850, o Celta, por R$ 26.765, o Palio Fire Economy, por R$ 26.810 e Gol G4, por 27.530. Destes, somente o Clio dá três anos de garantia.
Porém, como toda garantia estendida, só vale se as revisões forem feitas na rede autorizada. E, na maioria dos casos, depois das primeiras revisões, quando o carro começa a exigir troca de componentes de maior valor agregado, a magia da ‘segurança eterna’ tão bem vendida na hora da compra dá lugar ao alto custo de manutenção.
A Renault se defende com discurso de que reduziu em média 23% o custo de 50 referências. Durante evento com jornalistas, para anunciar a mudança estratégica, a montadora divulgou lista com 16 itens, porém apenas dois eram de peças de alto giro: disco, pastilhas e lonas de freio.
A metade era de peças de carroceria, relacionadas a reparação de colisão, e os demais de componentes mecânicos e elétricos de baixo giro, como alternador, motor de partida, molas da suspensão, motor parcial e radiador.
Outra estratégia de marketing foi anunciar custo das revisões de R$ 1 por dia, para quem roda em média 12 mil km por ano. Assim, se a proposta for utilizar pouco o carro, pode ser um bom negócio.
Mas, do contrário, é preciso avaliar com cuidado. As revisões devem ser feitas a cada 10.000 km. Segundo tabela anunciada pela montadora, com 40.000 km a previsão de gasto com manutenção é de R$ 1.096. O Chevrolet Celta tem custo estimado em R$ 1.058 e o Volkswagen Gol, R$ 1.278.
Em movimento
Já faz algum tempo, os motores 1.0 litro têm surpreendido pela performance e desempenho. Com o Clio, não é diferente. O propulsor D4D de quatro cilindros e 16 válvulas rende 77cv/76cv de potência (etanol/gasolina) a 6.000rpm e torque máximo de 10.2kgfm/10kgfm (etanos/gasolina) a 4.250rpm. Com apenas 880kg de peso em ordem de marcha, o Clio anda bem.
Uma das principais características do propulsor é a robustez, típica dos projetos franceses. Bem calibrado para o combustível brasileiro, o conjunto motor-transmissão proporciona consumo razoável, entre 9 km/l (etanol, na cidade) e 17,3k/l (gasolina, na estrada). Porém, peca pela aspereza e elevado ruído interno. Mas, pelo preço, vale o que se paga.
Opcionais
Para agradar os consumidores mais exigentes, a Renault disponibiliza adicionais como pintura metálica (R$ 600), ar-condicionado (R$ 2.800) e dois pacotes: Pack DA (apoios de cabeça traseiros (2) reguláveis em altura, + limpador do vidro traseiros + ar-condicionado + direção hidráulica), por R$ 4.400, e o Pack Conf (Pack DA + vidros elétricos dianteiros + conta giros + travas elétricas nas portas e no porta-malas com comando por radiofrequência instalado na chave + alarme perimétrico), por R$ 5.100.
No Brasil, o Clio já vendeu mais de 250 mil unidades, segundo a Renault. Uma marca respeitável, porém, e por este mesmo motivo, o consumidor brasileiro merecia ser brindado com o novo Clio, o mesmo que hoje roda pelas ruas da França e demais países da Europa Ocidental.
Com design muito mais atraente que o modelo aqui oferecido, alavancaria o sucesso da marca, com certeza. Porém, a estratégia é outra, bem diferente do Mundo Velho, onde o Sandero é carro de entrada e o Clio, uma tradição de bom gosto. Uma pena.