Notícias
Vídeos
Fórum
Assine
Produtos desse tipo não evaporam, como outros com base em petróleo e que causam irritações nos olhos, por exemplo. “Mas deve-se ainda fazer uso do EPI, mesmo sendo com uma concentração de itens químicos menores”, alerta o diretor do Sindirepa-SP, Antonio Gaspar.
O fator econômico de produtos biodegradáveis também é notável. Normalmente, o custo desses itens são equiparados ou até menores em relação aos produtos que levam petróleo na fórmula. “Por não evaporar, esses produtos duram mais e funcionam tão bem quanto aos outros”, diz Gaspar.
Para usar produtos ambientalmente corretos, não há muitas mudanças dentro da oficina. A mesma máquina que usa o querosene para limpeza pode ser usada com o produto biodegradável. “Não há grandes mudanças. A única coisa que é essencial é fazer a limpeza da máquina e retirar o produto que era utilizado antes, para não haver contaminação”, alerta.
Com produtos biodegradáveis não há necessidade de enxágüe após a aplicação do produto. “Após a aplicação é só secar o produto, pois eles usam uma química protetível. Isso evita o que a peça enferruje”, afirma Gaspar. Um cuidado que deve ser tomado é ficar de olho no vencimento do produto dentro da máquina de lavagem, porque se ele vencer, não há mais efeito.
Para fazer uso dos produtos, a oficina não deve abrir mão da caixa separadora de água e óleo. “Ela faz a separação dos resíduos de maneira correta. A água, embora esteja com um produto biodegradável, teve contato com os resíduos poluentes, como o óleo”, ressalta Gaspar.
Outra dica importante de Gaspar é ficar de olho na procedência do produto, conferindo a FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico) que deve ser anexada ao item comprado. “O reparador deve ficar atento para saber como funciona o produto e quais são os riscos, só assim se conhece o real efeito do produto”, diz.
Onde encontrar
Há empresas que oferecem somente o produto para a lavagem de peças, que podem ser usadas nas máquinas já existentes na oficina, como o EcoSolution (www.ecoficina.com.br). O produto não contem ingredientes que contaminam e agridem o meio ambiente e a saúde dos profissionais. Ele também não provoca doenças de pele, como dermatites, não possuem solventes e é não tóxico. O produto é diluído em água, com média de 5% de solução, retira todo o óleo e graxa das peças e não afeta as borrachas dos componentes. Após a aplicação do produto, a peça não precisa de enxágüe.
Apesar de ser biodegradável, ele não deve ser descartado na rede de esgoto ou pluvial. A solução do produto tende a decantar após algumas horas, ficando somente o óleo na superfície, que pode ser retirado com uma concha e acondicionado em um local apropriado para o descarte. “Hoje os reservatórios das máquinas de lavagem de peças são completados com 100% de derivados de petróleo. Usando o desengraxante ecológico, esses reservatórios são completados com 95% de água e 5% do Eco Solution, que é altamente concentrado”, comenta o responsável comercial da Dalfa Soluções Ambientais, Guido Nigra.
Para quem não possui a máquina e quer se adequar, também existe serviços que fazem todo o gerenciamento de lavagem de peças. É o caso da Servicekleen, de São Paulo (http://www.safetykleeneurope.com). A empresa possui um sistema integrado de lavagem e desengorduramento das peças, que inclui também o fornecimento da máquina, o produto para limpeza e o serviço de manutenção preventiva e corretiva, além da gestão dos resíduos gerados. O solvente utilizado na máquina não utiliza petróleo, é não-inflamável, atóxico e biodegradável. A empresa emite ainda um certificado de coleta de solvente, que isenta a oficina e atende as exigências dos órgãos de fiscalização.
O solvente coletado é reciclado e reutilizado, com isso, o produto não vai para a natureza. “Nós fornecemos todo o sistema e a oficina paga um aluguel mensal pelo uso do equipamento”, ressalta o gerente comercial da Servicekleen, Mauricio Pires.