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O estudo apresentado pelo engenheiro da Ford, Michel Alves, durante o Simea (Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva), realizado pela AEA (Associação de Engenharia Automotiva), mostrou que 80% dos veículos equipados com o sistema OBDBr2 passariam pela análise de gases da Inspeção Veicular Ambiental (CO = 0,3% e HC = 100ppm), mesmo com a MIL (sigla inglesa para Luz Indicadora de Disfunção, antigo Check Engine) acesa.
Em outras palavras, o OBDBr2 pode ser uma alternativa ao atual sistema de análise de gases, pois demonstrou ser mais rigoroso do que a norma Conama 418, em relação às emissões de gases poluentes.
Esta é apenas uma proposta para o futuro, uma vez que somente no ano que vem as montadoras serão obrigadas a equipar todos os veículos com o sistema OBDBr2. Atualmente, 60% dos carros zero km vendidos saem de fábrica com este sistema. Assim, mesmo que esta ideia saía do papel, o analisador de gases ainda será obrigatório.
OBDBr2 x I/M
Neste estudo, os engenheiros da Ford realizaram ensaios com simulação de falha de catalisador, falha de combustão e deterioração do sensor de oxigênio (problemas que fazem a MIL acender no painel) em dois tipos de motores, Rocam e Duratec, nos dois tipos de combustíveis disponíveis no Brasil, gasolina (E22) e etanol puro (E100).
Ao todo, foram 31 ensaios: 12 de falha de catalisador (cinco com motor Rocam, sendo três com gasolina e dois com etanol, e sete com motor Duratec, sendo três com gasolina e quatro com etanol); 10 de falha de combustão (cinco com Rocam, sendo três com gasolina e dois com etanol, e cinco com Duratec, sendo dois com gasolina e três com etanol); e nove ensaios de deterioração do sensor de oxigênio (quatro com Rocam, sendo dois em cada combustível, e cinco com Duratec, sendo um com gasolina e quatro com etanol).
Todos estavam com a Luz Indicadora de Disfunção acesa, o que significa que o veículo possui algum tipo de problema de funcionamento resultante em níveis de emissões de gases poluentes acima do normal. No entanto, pelo estudo, apenas 20% deles seriam reprovados no teste de emissões do programa de Inspeção Veicular Ambiental.
A proposta dos engenheiros da Ford é, portanto, aprofundar este estudo para que no futuro a diagnose pelo OBDBR2 seja uma alternativa à análise de gases, uma vez que o procedimento para obtenção das informações sobre o real funcionamento do veículo é mais simples e rápido, além de a qualidade dos dados serem mais precisos.
Caso isso ocorra, o reparador não precisa se alarmar, pois segundo o engenheiro da Ford, Michel Alves, o protocolo OBDBr2 é aberto e qualquer scanner convencional consegue ler as informações disponibilizadas pelo sistema e, assim, realizar as leitura necessárias para eventuais manutenções no veículo.
Porém, como a idade média da frota dos veículos brasileiros ainda é elevada (acima de 9 anos), a dispensa do uso do analisador de gases é para longo prazo. A implantação do sistema OBDBr1 teve início em 2007, e somente em 2009, 100% dos carros saíram de fábrica com este dispositivo. Já o OBDBr2 deverá estar presente em todos os veículos fabricados a partir de janeiro do ano que vem.